Voto a voto

Milei x Massa: Argentina pode ter a maior abstenção de sua história

Com feriado prolongado e desanimados com a política, argentinos podem abdicar de ir às urnas e influenciar resultado

Buenos Aires | Argentina |
O candidato peronista Sergio Massa votou neste domingo no município de Tigre, na Grande Buenos Aires - AFP

É hoje. Neste domingo (19), a Argentina define quem será o presidente do país nos próximos quatro anos. A eleição deste ano é considerada a mais disputada da história do país e será decidida nos detalhes. Por isso, há preocupação nas campanhas do peronista Sergio Massa e do ultraliberal Javier Milei com a possibilidade de uma grande abstenção.

Nos últimos comícios e nas redes sociais, os dois candidatos insistiram em motivar os argentinos para que compareçam às urnas. No primeiro turno, houve 26% de abstenção, o maior índice da história.

A expectativa é que neste segundo turno esse número cresça por dois motivos. Primeiro, o desencanto argentino com a política, que gerou um engajamento baixíssimo com a eleição.

Outro motivo é que a eleição ocorre no meio de um feriado prolongado no país. Na próxima segunda-feira (20), se comemora o Dia da Soberania Nacional muitos argentinos viajaram para regiões turísticas, principalmente os moradores de Buenos Aires, maior colégio eleitoral do país e onde está concentrado o voto anti-Milei.

A campanha do candidato da extrema direita tem focado esforços em reduzir o índice de abstenção em Córdoba, segundo maior colégio eleitoral da Argentina, e onde historicamente o peronismo enfrenta resistência. Foi na cidade que Milei encerrou sua campanha, com um comício na região central.

Um dos últimos atos de campanha de Massa, na última quinta-feira (16), foi visitar Magdalena Fanny, aposentada de 104 anos. O gesto é um sinal ao país para estimular o comparecimento nas urnas.

“Vim te cumprimentar por ainda ter vontade de votar, mesmo depois de todos os problemas que tivemos, dos erros que cometemos, aos 104 anos ainda quer votar”, disse Massa a Magdalena.

Na Argentina, os maiores de 70 anos não são obrigados a votar. Os jovens de 16 a 18 anos podem optar se participar, ou não, da eleição. Os argentinos de 18 a 70 anos são forçados por lei a depositar seus votos.

O não comparecimento sem justificativa pode acarretar em multas de $ 50 a $ 500 pesos argentinos (menos de R$ 7).

Edição: Rodrigo Durão Coelho