Israel x Hamas

Hamas e Israel libertam reféns e prisioneiros em 3º dia do cessar-fogo; palestino morre em ataque

Acordo prevê que 50 reféns do Hamas sejam libertados ao longo de quatro dias, em troca 150 palestino presos por Israel

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Reféns israelenses libertados pelo Hamas são transportados pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha - Mohammed Abed / AFP

O Hamas libertou neste domingo (26) 17 reféns que estavam sob sua custódia. Desses, 13 são israelenses, três são tailandeses e um é russo. Israel, por sua vez, libertou 39 prisioneiros palestinos. As solturas fazem parte do acordo de cessar-fogo do conflito na Palestina.

A libertação de um refém russo foi um aceno do Hamas ao presidente Vladimir Putin, que tem se posicionado a favor de palestinos. “[Nós] apreciamos a posição do presidente russo Vladimir Putin em relação à agressão sionista em curso contra o nosso povo e a sua rejeição do cerco de Gaza, o corte de suprimentos de ajuda humanitária e o ataque a civis”, informou um comunicado do Hamas sobre as libertações.

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Já Israel libertou Israa Jaabis, uma mulher de 38 anos condenada por "terrorismo" após um episódio registrado em 2015. Ela cumpria pena de 11 prisão, e o caso é considerado emblemático pelas entidades em defesa dos direitos dos palestinos, conforme mostra a thread da Federação Árabe Palestina do Brasil na rede social X (antigo Twitter).

No primeiro dia de cessar-fogo, na sexta-feira (24), 13 reféns israelenses haviam sido libertados pelo Hamas. Depois disso, 39 mulheres e adolescentes palestinos detidos em Israel foram libertados, segundo o Ministério das Relações Exteriores do Catar.

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Já no sábado (25), foram libertados 13 israelenses e 4 tailandeses, segundo o Exército de Israel. Outros 39 palestinos foram soltos por Israel.

O objetivo da pausa temporária é que 50 reféns do Hamas sejam libertados ao longo de quatro dias, em troca de 150 palestinos que estavam em presídios de Israel, segundo o acordo mediado pelo Catar.

Com a entrada em vigor do acordo, mais caminhões de ajuda humanitária puderam entrar no território palestino e pessoas se sentiram confiantes para sair às ruas no sul de Gaza, após sete semanas de combates e ataques aéreos israelenses. Mesmo assim, houve mortes de inocentes.

Neste domingo, durante o cessar-fogo, um agricultor palestino morreu e outro foi ferido num ataque de Israel ao campo de refugiados Maghazi, na região central de Gaza. Israel não se pronunciou sobre o caso.

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O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, entrou na Faixa de Gaza neste domingo para falar com militares. Lá, durante o cessar-fogo, ele falou que Israel ainda não atingiu seus objetivos: "Nada vai nos parar, e estamos convencidos de que temos o poder, a força, a vontade e a determinação para alcançar todos os objetivos da guerra, e iremos fazê-lo", declarou.

Segundo as estatísticas palestinas, o número de mortos em decorrência do massacre israelense na Faixa de Gaza chegou a 14.854 na quinta-feira (24), incluindo alguns milhares de crianças.

As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) informaram também neste domingo terem matado Ahmad al-Ghandour, supostamente um dos envolvidos no ataque do Hamas de 7 de outubro. A morte, porém teria ocorrido antes do cessar-fogo.

Comunidade internacional

O presidente egípcio, Abdel Fatah El-Sisi, disse na sexta-feira (24) que gostaria que a pausa fosse mais longa, permitindo a liberação de mais reféns e a entrada de mais ajuda em Gaza. “O que está sendo feito agora torna impossível para as pessoas viverem na Faixa de Gaza”, disse em coletiva de imprensa, na qual reiterou que o Egito não permitirá o “deslocamento forçado dos palestinos”.

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O Egito, que faz fronteira com o sul da Faixa de Gaza, tem ocupado papel central no cenário atual, por ser a porta de saída dos civis que deixam a zona de conflito, além de ter históricas relações com Israel e a questão palestina.

O chefe da força de paz da ONU no Líbano, o espanhol Aroldo Lázaro, disse nesta sexta (24) estar “preocupado com a contínua intensificação das trocas de tiros” ao longo da fronteira entre Líbano e Israel. Ele alertou nas redes sociais que uma escalada adicional poderia ter “consequências devastadoras”.

As agressões entre militares de Israel e militantes do grupo Hezbollah já causaram “muitas mortes, causaram danos significativos e prejudicaram meios de subsistência”, acrescentou Lázaro.

Edição: Felipe Mendes