No marco dos 21 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, a Akanni e a Themis promovem a aula “As Faces da Violência no Trabalho Doméstico Remunerado”, com Creuza Oliveira, presidenta de honra da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad) e doutora Honoris Causa pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). O debate será nesta quinta-feira (7), às 19h, no auditório da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). A entrada é gratuita.
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Primeira liderança sindical das trabalhadoras domésticas a receber a titulação no Brasil, Creuza dedicou sua vida à conquista da dignidade pelas trabalhadoras domésticas, categoria que enfrenta desvalorização e não reconhecimento de seus direitos trabalhistas, além de ainda sofrer com o registro de casos de trabalho análogo à escravidão no Brasil.
De acordo com a professora Elisabete Pinto, do Instituto de Psicologia da UFBA, Creuza é uma intelectual orgânica que conseguiu organizar as mulheres negras de todo o Brasil em torno da questão laboral. “Poucos doutores conseguem que o conhecimento produzido por eles na academia tenha um impacto social e possa transformar vidas. Ela logrou conquistar os direitos humanos das trabalhadoras domésticas no Brasil.”
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Desde a sua criação, em 2005, o Instituto Akanni trabalha com o recorte racial, atuando junto a comunidades quilombolas, na área da violência e em questões de segurança pública que afetam a população negra, principalmente os jovens. A partir de 2008, passou a trabalhar com a população de imigrantes e refugiados, principalmente africanos e caribenhos, que, além das dificuldades culturais e da língua, ainda têm de enfrentar o racismo.
Organização feminista e antirracista que atua há 30 anos para ampliar o acesso das mulheres à justiça e aos direitos humanos, a Themis desenvolve, ao lado da Fenatrad, o projeto “Mulheres, Dignidade e Trabalho”, impulsionado pela Care Internacional. Uma das ações é a realização de estudos sobre a valorização do trabalho, desigualdade, implementação da Convenção 189 e Convenção 190 da OIT sobre Eliminação da Violência e Assédio no Mundo do Trabalho e as suas recomendações e formação sindical, contribuindo assim para a melhoria das condições de trabalho e de vida das trabalhadoras domésticas brasileiras.
