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ANTIDEMOCRACIA

Artigo | Democracia “cheirosa”

"A cada eleição, o Congresso apresenta uma nova legislação ou altera as existentes. E isso não é por acaso, é método."

06.dez.2023 às 13h34
João Pessoa
Opinião - Autor convidado

Movimento pela Democracia e Fora Temer, João Pessoa/PB. - Foto: Arquivo pessoal.

Por Ulisses Barbosa*
 

“O rio só corre pro mar” é um ditado popular que expressa uma triste verdade sobre a mentira da “meritocracia”, em especial na política. A história recente mostrou a importância da democracia e seus poderes constituídos contra os ataques totalitários. Claro, nunca se viu nada parecido desde o golpe de 64. Em 2016, passou perto com o golpe parlamentar midiático e jurídico que derrubou a presidenta Dilma Roussef, mas foi apenas um “abre alas” para o que viria a seguir com a ascensão do neofascismo personificado na figura patética, inculta e truculenta de Jair Bolsonaro. Este a maior tragédia vivida por nossa jovem e instável democracia. Mas, infelizmente, não parou por aí. Outros atores antidemocráticos entraram no jogo disfarçados de democratas, só que não. Isso ficou muito evidente nas eleições de 2018 e 2020. Se nosso processo eleitoral é justo, na lógica democrática, como explicar que com 70% da população mais pobre composta por pessoas negras e 51% da população brasileira por mulheres, tenhamos um Congresso, majoritariamente, de homens brancos que se dizem héteros e de carreira política hereditária? A resposta está em um conjunto de forças que desequilibram o jogo. Vou começar pelo institucional.

Como candidatos do espectro popular podem enfrentar um debate pautado pelo poder econômico? Talvez essa seja a origem da chamada crise de representatividade, isto é, um parlamento que não representa o povo.

O sistema eleitoral brasileiro se destaca por ser o pilar da nossa democracia. Mas não é bem assim. Os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), caríssimos, têm como função realizar, fiscalizar e concluir o processo eleitoral, assim como julgar aqueles que infringirem as regras. Porém, as regras são mutantes. A cada eleição, o Congresso apresenta uma nova legislação ou altera as existentes. E isso não é por acaso, é método. Uma das várias práticas utilizadas por políticos profissionais para se manterem no mesmo lugar de poder. Vou aqui apontar apenas a principal falha dos TREs: não coibir e nem punir as FLAGRANTES campanhas antecipadas. Como candidatos do espectro popular podem enfrentar um debate pautado pelo poder econômico? Talvez essa seja a origem da chamada crise de representatividade, isto é, um parlamento que não representa o povo. E onde não há povo, diversidade, pluralidade, movimentos sociais e de classe, sinceramente, não dá para dizer que há democracia plena.

Outro velho conhecido dessa distorção da nossa democracia, e coloque velho nisso, é a mídia familista e corporativa. Os grandes veículos de comunicação (tvs/rádios/internet) interferem no processo eleitoral diretamente, de várias formas. A principal é através do jornalismo, como também por meio de novelas e séries que reforçam percepções negativas ou positivas para determinados fatos ou situações, dependendo de quem apoiam. Hoje se fala muito em “fakenews”, mas a mentira não é novidade e os jornalões usaram e abusaram delas. Claro, se valendo das técnicas jornalísticas, criaram meias-verdades ou meias-mentiras, temos exemplos de praticamente todos os veículos dessa interferência. Vai desde a clássica manipulação da Rede Globo para eleger Collor até a ação ostensiva e conjunta no golpe de 2016. O jornalismo virou instrumento de aniquilação de adversários políticos. Foi tão eficiente, que demonizou políticos e, pior, a política. Os resultados, todos nós vimos e sentimos na pele.

Essa postura da mídia declaratória, sem nenhum controle ou regulamentação, empoderou o segmento agregando outra excrescência, o “jornalismo influencer”. Mentiras em série e análises toscas são apresentadas como verdades e/ou o desejo das massas. 2013 e as jornadas em São Paulo exemplificam bem isso. O que era muito ruim e uma afronta ao bom jornalismo, “viralizou”! No pior sentido da palavra.  A imprensa deu lugar às empresas, o “opinismo” sem lastro passou a ser verdade, segundo a conveniência eleitoral da hora. A nova modalidade de engodo são as pesquisas de intenção de voto a um ano do pleito, os favoritos são sempre os mesmos, basta olhar os sobrenomes. Traduzindo, a mídia familista, sites, blogs e afins declaratórios viraram uma grande assessoria de imprensa que só dá voz às oligarquias.

Se essa realidade já era assustadora, fica ainda pior com a chegada de mais três segmentos antidemocráticos e muito, muito retrógrados, mas com um grande poder de mobilização. Falo do fundamentalismo religioso, do militarismo e do agro monocultor. O crescimento desses “conservadores” ficou claro em 2018 e se confirmou em várias cidades em 2020. Uma das características dessa “gente de bem cristã” é a “ignorância full” e muito dinheiro. Quem vê, ouve ou lê essas figuras histriônicas, percebe o quanto estamos à mercê da imbecilidade, truculência, negacionismo e do terraplanismo político e social. Não apresentam um único projeto ou pauta de interesse popular, pelo contrário, vomitam delírios sobre estado mínimo, ideologia de gênero e doutrinação de professores, não vou nem lembrar da “mamadeira de piroca”. Vemos diariamente um desfile dessas aberrações nos parlamentos municipais e estaduais e, principalmente, no Congresso Nacional, o pior da história da República. Como alguém sem nome, dinheiro ou padrinho político pode entrar nesse jogo de cartas marcadas?

A combinação de uma justiça eleitoral lenta com uma mídia sem escrúpulo e sem respeito ao povo, somadas aos setores mais conservadores que andam de mãos dadas com o famigerado “deus mercado”, ampliam o fosso das desigualdades sociais, econômicas e políticas, ambiência perfeita para conter qualquer renovação política. Desse modo, fica muito difícil acreditar que vivemos na democracia que fomos defender nas ruas desde a ditadura. Quebrar esse círculo vicioso é o desafio para os campos progressistas e verdadeiramente democráticos, seja da esquerda, direita ou centro.  Pensar e agir politicamente é nossa melhor chance, considerando 2024. Aprendi no batente, ainda no século passado (analógico) que “sem democracia não há imprensa livre”. Em pleno século XXI, inverto essa lógica assertiva para o mundo digital, sem imprensa livre e independente, não há democracia e nem eleições justas! Sem “paridade de armas” na disputa eleitoral, o rio continuará sempre correndo pro mar nessa grande república de parentes que é a política brasileira.

*Ulisses Aparecido Barbosa é radialista e jornalista; também já atuou como repórter e apresentador nas afiliadas da Globo, Record e SBT.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato PB.

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Editado por: Carolina Ferreira
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