O presidente dos EUA, Joe Biden, informou nesta terça-feira (12) que aprovou uma novo pacote ajuda militar à Ucrânia no valor de US$ 200 milhões (quase R$ 1 bi). O montante anunciado é muito inferior à expectativa do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que contava com uma aprovação de US$ 60 bilhões (quase R$ 300 bi).
Durante uma reunião no Salão Oval da Casa Branca, Biden garantiu a Zelensky que ficará "ao lado" da Ucrânia. "Não quero que você perca as esperanças", disse Biden a Zelenskyy.
Pouco antes, o presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Mike Johnson, havia declarado que os congressistas estadunidenses condicionam ouvir uma estratégia clara de Kiev para aprovar o próximo pacote de ajuda para a Ucrânia.
"Precisamos de uma articulação clara da estratégia que permitirá à Ucrânia vencer, e até agora as respostas têm sido insuficientes: não nos deram a clareza e os detalhes que pedimos repetidamente", disse Mike Johnson para repórteres.
Anteriormente, também nesta terça-feira, o coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse que a administração dos EUA tem fundos para "algumas semanas" e dois pacotes de assistência militar à Ucrânia. Segundo ele, na próxima reunião com Zelensky, o presidente Joe Biden prometerá continuar "trabalhando duro” para aprovar um pedido de ajuda adicional a Kiev.
A visita de Zelensky ocorre em meio à resistência do Congresso dos EUA de aprovar um financiamento adicional à Ucrânia. A administração Biden apelava ao Congresso a ajuda de US$ 60 bilhões com caráter de urgência, uma vez que o dinheiro já dado a Kiev está quase no fim.
Ao discursar na Universidade de Defesa Nacional dos EUA, em Washington, Zelensky afirmou que o atraso na adoção de um novo pacote de ajuda à Ucrânia só serve para "entusiasmar" o presidente russo, Vladimir Putin.
"Se alguém pode se entusiasmar pelas questões não resolvidas no Capitólio, esse alguém é Putin e a sua doentia comitiva. Eles veem os sonhos se tornarem realidade quando veem atrasos e escândalos. Eles veem o declínio da liberdade à medida que o apoio aos combatentes da liberdade diminui. Pessoas como Putin nem deveriam ter esperança de superar a liberdade", declarou.
Zelensky também disse que a Rússia vê a Ucrânia como um trampolim para uma "guerra global contra a liberdade".
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, por sua vez, declarou nesta terça-feira (12) que o apoio ocidental a Kiev não pode mudar o curso da "operação militar especial" (nome oficial usado pelas autoridades russas para se referir à guerra na Ucrânia.
"Aqui, é claro, é importante que todos compreendam que as dezenas de bilhões de dólares injetados na Ucrânia não a ajudaram a alcançar qualquer sucesso no campo de batalha. As outras dezenas de bilhões que a Ucrânia quer que sejam injetados na sua economia também estarão condenados ao mesmo fiasco. Compreendemos muito bem este processo. Ele não pode mudar a situação no campo de batalha e também não pode mudar o progresso de a operação militar especial", disse Peskov.