A coordenação da Casa de Passagem Indígena (Capai) informou hoje (13) que o imóvel onde a casa está alocada, de forma provisória, foi vendido para fins comerciais.
Em mesa de negociação com a Fundação de Ação Social (FAS), lideranças informam que o compromisso é de saída em seis meses. Neste meio tempo, a Fundação se compromete, em ata, a pesquisar novo local, ao lado das lideranças indígenas.
De acordo com Ceia Bernardo Kavenhkág, da etnia caingangue, uma das jovens lideranças da Capai, o acordo foi favorável, uma vez que a atual estrutura, conquistada na luta, ainda assim apresentava problemas.
"O barracão é grande, mas não tem estrutura, então vamos, junto com a FAS, ver imóveis em janeiro. Então, eles vão realocar a gente em imóvel melhor. A atual cozinha é improvisada, queremos imóvel melhor",afirma.
A repercussão e preocupação inicial com a notícia da venda era esperada, dado o grande apoio da sociedade civil que a Casa vem recebendo. A liderança caigangue reforça a importância do acordo, mas afirma estar vigilante.
"Entramos nesse acordo, se eles não arrumarem, vamos nos mobilizar, saímos agora mesmo da reunião e vamos entregar a ata ao Ministério Público", adverte.
A Casa de Passagem Indígena recebe diferentes etnias em trânsito pela capital, oriundas de outras cidades e estados. Funcionou a partir de 2015, perto da rodoviária de Curitiba, mas ficou paralisada no início da pandemia. Forte resistência no final de 2021 e acampamento ao lado da prefeitura pressionaram por um novo espaço.