Golpismo

MPF recupera e envia ao STF vídeo com conteúdo golpista apagado por Jair Bolsonaro; prova pode incriminar ex-presidente

Material será anexado ao processo dos atos antidemocráticos; publicação questiona resultado das eleições gerais de 2022

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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O vídeo publicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro questionava o resultado da eleição presidencial de 2022 - Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) recuperou um vídeo publicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro questionando o resultado da eleição presidencial de 2022. A publicação foi feita em 10 de janeiro, dois dias após os atos golpistas que culminaram na invasão e depredação dos prédios dos três Poderes, em Brasília. Duas horas após a postagem, Bolsonaro apagou o vídeo.  

Um relatório técnico que comprova a recuperação do vídeo foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, o subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos. Agora o relatório será anexado ao processo que investiga a incitação aos atos antidemocráticos. 

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No vídeo, o procurador do Estado do Mato Grosso do Sul Felipe Marcelo Gimenez contesta, em entrevista à Rádio Hora 92,3, o resultado e a validade das eleições gerais de 2022. Devido à publicação, o MPF solicitou a inclusão de Bolsonaro no processo ainda em janeiro deste ano.  

No mesmo mês, no dia 13, a Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao STF a preservação do material. No entanto, a Meta – responsável pelo Facebook, rede social onde a mídia foi compartilhada – afirmou que não poderia garantir a preservação do material, uma vez que não teria sido intimada em tempo hábil.  

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Por isso, o subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, também pediu ao STF uma investigação da conduta da própria empresa. "A certificação do cumprimento das ordens judiciais é fundamental para adoção de eventuais medidas contra a Meta Plataforms Inc, caso não seja comprovada a ausência de intimação", diz a manifestação.

Edição: Thalita Pires