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Alertas de desmatamento em 2023 caem pela metade na Amazônia, mas sobem no Cerrado

Primeiro ano de governo Lula marca freio nas perdas amazônicas do período Bolsonaro, mas acende alerta para o Cerrado

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Fronteira entre desmatamento e Cerrado - Adriano Gambarini

Os alertas de desmatamento caíram pela metade na Amazônia, mas subiram de maneira consistente no Cerrado no primeiro ano do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na comparação com o último ano de mandato de Jair Bolsonaro (PL). Os dados consolidados sobre 2023 foram divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O sistema Deter, que faz a análise dos dados em tempo real e emite os avisos, mostrou uma área de 5.141 km² sob alerta no território amazônico em 2023, contra 10.277 km² registrados em 2022, uma queda de 50%.

Já no caso do Cerrado, foram 7.828 km² em áreas de alerta em 2023. No ano anterior, haviam sido 5.462 km² – o que representa uma alta de 43%.

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É importante destacar que o Deter traz números sobre os alertas de desmatamento, e tem como função apoiar ações de fiscalização presencial ou remota. A taxa oficial de desmatamento do Brasil é calculada por outro sistema do Inpe, o Prodes, que faz monitoramento detalhado. Os números do Prodes são divulgados sempre entre agosto de um ano e julho do ano seguinte.

Alertas por estado

Os dados divulgados nesta sexta-feira pelo Inpe trazem ainda detalhes sobre os alertas de desmatamento por estado. No território amazônico, o Pará foi o estado com maior área em alerta: 1.903 km² (equivalentes a 37% do total). Em seguida veio o Mato Grosso, com 1.408 km² (27%).

O estado com maior área sob alerta na região do Cerrado foi o Maranhão, com 1.765 km² (cerca de 23% do total), seguido de perto por Bahia (1.727 km², ou 22% da área total) e Tocantins (1.604 km², representando 20% do total).

Edição: Nicolau Soares