sem precedentes

Observatório climático europeu aponta que 2023 foi o ano mais quente já registrado no mundo

Temperaturas foram especialmente altas no segundo semestre; julho e agosto são os meses mais quentes da série histórica

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Temperaturas bateram recordes em 2023, diz observatório europeu - Inmet/Divulgação

Dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus, vinculado à União Europeia e conhecido pela sigla C3S, em inglês, apontam que 2023 foi o ano mais quente já registrado no mundo, superando com folga a temperatura média recorde até então, de 2016.

O relatório Global Climate Highlights (Destaques Climáticos Globais, em tradução para o português) afirma que a temperatura média do planeta em 2023 foi de 14,98 °C. Esse índice é 0,17 °C superior à média de 2016. Se comparado com o nível pré-industrial, entre 1850 e 1900, a diferença sobe a 1,48 °C, muito próximo do limite de 1,5 °C calculado por cientistas como marco para mudanças climáticas catastróficas.

O levantamento aponta ainda que julho e agosto de 2023 foram os dois meses mais quentes desde o início da série histórica. As temperaturas no segundo semestre foram especialmente altas, e todos os meses entre junho e dezembro de 2023 tiveram temperaturas superiores aos mesmos meses em todos os anos anteriores.

O C3S destacou ainda o grande número de eventos extremos registrados em todo o mundo, como ondas de calor, inundações e secas. Muitos desses eventos foram registrados no Brasil. Incêndios florestais, especialmente no Canadá, fizeram as emissões globais de carbono por esse tipo de incidente subirem 30% no ano, na comparação com 2022.

Os dados gerais não surpreenderam os cientistas que integram o serviço Copernicus. Os dados compilados durante todo o ano já davam indícios de que 2023 seria o mais quente da história dos registros, e reforçam a necessidade de mudanças drásticas.

"Os eventos extremos que observamos nos últimos meses são um exemplo claro de quão longe estamos do clima que existia no início do desenvolvimento de nossa civilização. Se quisermos controlar com sucesso a as possibilidades de riscos climáticos, precisamos urgentemente descarbonizar a nossa economia, utilizando simultaneamente dados e conhecimentos climáticos para nos prepararmos para o futuro", destacou o diretor do Copernicus, Carlo Buontempo.

Edição: Thalita Pires