chuva e vento

Pelo menos duas pessoas morrem após temporal no Rio Grande do Sul; milhares estão sem energia

Prefeito de Porto Alegre critica fornecedora privatizada de energia; prejuízos ainda estão sendo contabilizados

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Árvore caída em via de Porto Alegre: cidades do Rio Grande do Sul tiveram chuvas históricas na noite de terça para quarta - Cesar Lopes / Prefeitura de Porto Alegre

Pelo menos duas pessoas morreram vítimas de consequências de um temporal que atingiu o Rio Grande do Sul na noite de terça-feira (16). Na capital, Porto Alegre, em apenas uma hora foram cerca de 70 mm de chuva, a metade de toda a média histórica de precipitação para o mês de janeiro e, segundo os serviços de meteorologia, a intensidade das rajadas de vento passou de 130 km/h.

Uma das mortes confirmadas aconteceu em Cachoeirinha, município da Região Metropolitana de Porto Alegre, onde uma pessoa em situação de rua foi atingida pela marquise de um supermercado que desabou. A segunda morte foi registrada em São Vicente do Sul, na região central do estado: um idoso morreu quando era transferido de um hospital que teve que ser evacuado após ser destelhado pelos ventos.

Os impactos das chuvas foram sentidos em pelo menos 25 cidades gaúchas, segundo o governo do estado. Ainda não há dados definitivos sobre o número de pessoas feridas. O Corpo de Bombeiros recebeu mais de 500 chamados, e na manhã desta quarta ainda trabalhava para atender a todas. Na maior parte dos casos, eram quedas de árvores e postes ou destelhamentos.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Milhares de pessoas de diferentes partes do estado estão sem energia, o que dificulta a comunicação e a confirmação de informações sobre os estragos. O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), foi às redes sociais para dizer que não há detalhes sobre todas as perdas, e equipes nas ruas estão fazendo levantamentos sobre a real situação. "Os dias à frente serão de muito trabalho para recolocar a cidade no prumo", disse.

O prefeito afirmou que a prioridade é restabelecer o fornecimento de energia, e destacou que há chance de grandes impactos na distribuição de água. Ele atacou diretamente o Grupo Equatorial, empresa privatizada que assumiu em 2021 a gestão da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica do RS (CEEE), e disse que não conseguia falar com os responsáveis por telefone.

O prefeito foi criticado por seguidores, já que defende a privatização de serviços públicos na capital gaúcha. Em resposta, o Grupo Equatorial disse que colocou em prática um plano de contingência com efetivo reforçado e que pretende normalizar os serviços "o mais rápido possível".

Melo ainda fez um apelo "à sociedade" para que sejam feitos empréstimos ou doações de motosserras para garantir a retirada de árvores que bloqueiam algumas vias. Também solicitou doações de telhas para auxiliar pessoas que tiveram as casas mais atingidas pelo temporal. O local para entrega é o depósito do Demhab (Rua Conde D'Eu), nos fundos da sede da avenida Princesa Isabel.

Previsão de mais chuvas

Segundo o serviço de meteorologia Climatempo, a previsão é de mais chuvas fortes para esta quarta (17) em praticamente todas as regiões do estado, onde deve haver grandes volumes de chuva – com possibilidade de granizo – e rajadas de vento que podem ultrapassar os 80 km/h. A única exceção é o extremo sul (região de Chuí e Santa Vitória do Palmar), onde devem acontecer apenas chuviscos.

Edição: Vivian Virissimo