reindustrialização

Governo federal anuncia política industrial com investimento de R$ 300 bilhões até 2026

Programa 'Nova Indústria Brasil' busca conciliar maior produtividade, criação de empregos e menor impacto ambiental

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Nova política prevê linhas de créditos, ações regulatórias e política de obras públicas - Roberto Diziura/Secom-IBGE

O Governo Federal apresentou nesta segunda-feira (22) o texto da Nova Indústria Brasil (NIB), política que pretende dar força ao processo de reindustrialização do país. Foram anunciados investimentos de R$ 300 bilhões em financiamentos até 2026, visando o crescimento sustentável e com inovação da indústria nacional.

Os valores serão geridos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii). Haverá, inclusive, linhas específicas não reembolsáveis (ou seja, os tomadores de recursos não precisarão ressarcir os financiadores).

A proposta apresentada prevê seis missões com objetivo de fortalecer da indústria nacional até 2033. Detalhadas neste link, elas tratam das cadeias agroindustriais, da indústria da saúde, de infraestrutura, transformação digital, transição energética e soberania nacional.

Os anúncios foram feitos durante a segunda reunião do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), que reúne representantes do governo e de entidades da sociedade civil. O órgão foi reativado em 2023, depois de sete anos parado durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL). Já na primeira reunião após a retomada, em julho do ano passado, foram divulgados investimentos de R$ R$ 106 bilhões.

"Temos mais três anos pela frente, e o objetivo aqui, me parece, que é para a gente chegar no final dos três anos e ter uma coisa concreta para sociedade falar. Nosso problema era dinheiro. Se dinheiro não é problema, então temos que resolver as coisas com muito mais facilidade", destacou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A nova política pretende estimular o desenvolvimento produtivo e tecnológico, ao mesmo tempo em que fortalece a competitividade e promove a criação de melhores vagas de emprego. Está prevista, por exemplo, a renovação do maquinário de diversos setores para garantir melhor produtividade e menos impacto ambiental das atividades.

A alocação dos recursos será definida de acordo com quatro eixos: ganho de produtividade, projetos de pesquisa e inovação para desenvolvimento tecnológico, sustentabilidade e incentivos para acesso ao mercado internacional.

Também haverá incentivo através de compras públicas. Dois decretos assinados nesta segunda preveem áreas que darão preferência a produtos de origem nacional no Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e a criação da Comissão Interministerial de Compras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (CICS), que vai determinar ampliações na margem de preferência para produtos nacionais reciclados, recicláveis ou biodegradáveis.

"A capacidade de produção que vocês tiveram é um alento de que a gente pode sair do patamar que a gente se encontra e dar um salto de qualidade", disse Lula aos integrantes do CNDI, capitaneado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). "É muito importante para o Brasil que a gente volte a ter uma política industrial inovadora e totalmente digitalizada", destacou o presidente.

Edição: Matheus Alves de Almeida