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Brasília tem ato em apoio a trabalhadores argentinos e contra pacote de medidas ultraliberais de Milei nesta quarta (24)

Mobilização começa às 10h, em frente à Embaixada da Argentina

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
No mesmo dia, haverá uma greve geral na Argentina
No mesmo dia, haverá uma greve geral na Argentina - Juan Mabromata / AFP

Acontece nesta quarta-feira (24) ato organizado pela Central Única dos Trabalhadores no Distrito Federal (CUT-DF) para prestar solidariedade aos trabalhadores argentinos, após o presidente Javier Milei tentar impor pacote de medidas ultraliberais. A mobilização acontece em frente à Embaixada da Argentina no Brasil, a partir das 10h, no mesmo dia em que haverá uma greve geral no país vizinho.

Durante o ato, será entregue uma carta das centrais sindicais brasileiras pedindo diálogo do governo com os sindicatos e a revogação do Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) e da chamada "Lei Ônibus". "Estamos particularmente indignados e alarmados com tamanha gravidade do conjunto de medidas apresentadas pelo atual presidente argentino", afirmam, em artigo, o presidente da CUT Nacional, Sérgio Nobre, e o secretário de Relações Internacionais da entidade, Antonio Lisboa.

Segundo os sindicalistas, as medidas "destroçam um dos sistemas de proteção social e garantia de direitos laborais mais consolidados no mundo, além de criminalizar os protestos sindicais e sociais, uma grave agressão à liberdade sindical e à própria democracia".

O Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) , ou "decretazo", como é chamado na Argentina, foi anunciado por Milei no final de dezembro do ano passado e derruba mais de 300 leis e tem como objetivo desregulamentar a economia. O pacote de Milei revoga, por exemplo, a lei que regulava as negociações de aluguel de imóveis, e a lei que proíbe privatizações de empresas estatais, e acaba com o observatório de preços do Ministério da Economia, órgão que tenta controlar a inflação no país.

A medida gerou panelaços, repúdio de políticos e abertura de processo na Justiça. Em decisão de 3 de janeiro, o judiciário argentino suspendeu os efeitos da reforma trabalhista prevista no DNU.

Assim surgiu a Lei Ônibus, um pacote de mais de 300 medidas que Milei tentou impor com o "decretazo", mas que foi impedido pela Justiça, e agora precisará aprovar esse projeto no Legislativo. O texto dá superpoderes à Milei para impor reformas neoliberais em setores como o econômico, fiscal e de segurança.

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O projeto previa, por exemplo,  a obrigação de autorização policial para qualquer reunião de três ou mais pessoas em um espaço público, ameaçando o direito à livre manifestação. Na última versão do texto apresentada antes da greve geral de quarta-feira (24), Milei recuou e retirou este artigo. 

"Nunca esqueceremos a solidariedade recebida dos trabalhadores argentinos na luta contra a reforma trabalhista brasileira em 2017; a solidariedade e presença determinada na campanha Lula Livre e na resistência aos tempos recentes de obscurantismo no Brasil, durante o governo Bolsonaro", relembram os representantes da CUT. "E agora nós estaremos ao lado do movimento sindical argentino lutando para resistir aos intentos autoritários de Milei e impor uma derrota do tamanho da nossa solidariedade", completam.

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Fonte: BdF Distrito Federal

Edição: Flávia Quirino