Uma jovem de 20 anos, chamada Nicole Mayara Damazio Hoefel, morreu na terça (23) dentro do Clube de Tiros Targo.
O contexto da morte ainda é desconhecido, mas sabe-se que foi hemorragia derivada de um tiro, apurou a reportagem do BdF junto à funerária. A apuração confirma ainda movimentação nesta quarta (24) no clube de tiros, durante toda a manhã. Mas nas redes sociais o Clube convoca normalmente seus associados a comparecerem.
“Está tudo normal. Absurdo um clube de tiro acontecer bem no centro da cidade. Qualquer explosão ou acidente está perto de um condomínio”, afirma fonte do BdF, que passou pela manhã em frente ao local e que preferiu não se identificar.
Na fachada em frente ao espaço ostenta a sigla: “Curitiba Capital das Armas”.
Outro contato do BdF-PR, especialista no tema, que conhece e já frequentou o clube Targo, aponta ilegalidade na presença da jovem manuseando armas ali dentro, devido à proibição de pessoa sem capacitação frequentar o estande. Ao lado disso, a fonte do BdF aponta que há possibilidade de diferentes imperícias terem acontecido. "Arma na mão da jovem de uso restrito? Sendo que as novas leis não permitem que pessoas não qualificadas estejam em estabelecimentos armados. Por que o clube não está respondendo? A jovem não deveria estar lá dentro, com uma arma. As novas leis não permitem. Blogueiros ou pessoas comuns atirando em estande, o que havia no passado, hoje é proibido. Por que não apuraram os fatos e fecharam o clube hoje?", contesta.
Quem é?
A jovem é filha do empresário Aristides Outeiral Hoefel Filho, fundador da rede de lojas Aristides Joalheria.
A mãe é Hilda Dias Machado, designer de joias.
Aumentos de clubes de tiro durante governo Bolsonaro
Durante o governo Bolsonaro, os dados mostram que o número de armas em circulação aumentou progressivamente com o passar dos anos no governo Bolsonaro. Em 2021, foram 393.136. Em 2020, 268.163 armas. E, em 2019, primeiro ano da gestão bolsonarista, 140.073.aumento de Clubes de tiro e aquisição de armas.
Sequência do caso
A reportagem do BdF entrou em contato tanto com a Targo Clube de Tiro como com a assessoria de imprensa da Polícia Civil. Ainda não tivemos retorno. Deixamos, por ora, as seguintes perguntas e a abertura para publicação das respostas:
Somos da equipe da reportagem do Brasil de Fato Paraná. Gostaríamos de saber assunto referente a morte de uma jovem de vinte anos no interior da unidade. O que ocasionou a morte da jovem? Ela tinha documentação necessária para frequentar o estande de tiro? Por que o Clube de Tiro, sem nenhuma informação à sociedade, abriu o local já no dia seguinte? Não deveria estar aberto à investigação do ocorrido? Trabalha-se unicamente com a hipótese de suicídio?
Atualização: À equipe do Portal Bem Paraná, a Polícia Civil informa que "foi instaurado um inquérito policial para apurar os fatos e o prazo inicial para conclusão da investigação é de 30 dias, podendo ser estendido". A PC trabalha com a hipótese de suicídio.
Por sua vez, a assessoria de imprensa do Targo Clube de Tiros, no dia seguinte, responde à reportagem do Brasil de Fato que não houve no episódio qualquer imperícia por parte do espaço. "A linha principal de investigação é de suicídio, o que por lei, tem sua divulgação proibida", afirma a assessoria. O Clube ainda divulgou no dia 25 nota oficial sobre o caso.
O contexto da morte ainda é desconhecido, mas sabe-se que foi hemorragia derivada de um tiro, apurou a reportagem junto a empresa funerária / Divulgação
