Criminosos

PF e Funai retiram cerca de 50 invasores de terra indígena em Rondônia

A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau vem sendo palco de violência com a presença de invasões na região

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Policiais também destruíram barracas utilizadas pelos invadores - Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) retiraram, no último sábado (27), cerca de 50 invasores da Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, no município de Governador Jorge Teixeira, a 320 quilômetros de Porto Velho, capital de Rondônia.

Com apoio da Força Nacional de Segurança Pública, a Operação Tapunhas – referência ao termo indígena "tapy’inha", que significa branco invasor – também destruiu cerca de oito barracões utilizados na área pelos invasores. Uma outra equipe cumpriu dois mandados de busca e apreensão nos municípios de Governador Jorge Teixeira e Theobroma, também em Rondônia.

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Uma das lideranças criminosas identificadas pela investigação foi presa em flagrante pelo crime de contrabando de produtos veterinários enquanto os agentes de segurança realizavam as buscas e apreensões.

De acordo com a Polícia Federal, os criminosos responderão por associação criminosa, invasão de terras da União e desmatamento, cujas penas somadas podem chegar a 10 anos de prisão.

Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau

A Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau vem sendo palco de violência com a presença de invasões na região. Em abril de 2020, o indígena Ari Uru-Eu-Wau-Wau, de 33 anos, que participava da fiscalização do território contra a extração de madeira ilegal, foi assassinado. Somente dois anos depois, em julho de 2022, a Polícia Federal identificou o suspeito pela morte


Ari Uru-Eu-Wau-Wa no Rio Jamari durante fiscalização no território indígena / Equipe de Audiovisual Uru-eu-wau-wau/Jupaú

Na época, a PF informou que o assassinato de Ari não estava relacionado ao trabalho que a liderança indígena realizava, que era identificar e impedir invasões no território. "Não há mandantes para o crime. A motivação ainda está sendo apurada, possivelmente, não se trata de motivos relacionados ao meio ambiente, mas atritos pessoais entre o autor e a vítima", afirma nota da corporação.

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Em nota conjunta, a Associação de Defesa Etnoambiental Kanindé a Associação Japaú, do Povo Indígena Uru-eu-wau-wau, afirmou que o crime ocorreu em meio à falta de fiscalização, invasões de terras por grileiros, garimpeiros e madeireiros.

Edição: Nicolau Soares