EDUCAÇÃO

Lula lança pedra fundamental de Instituto Federal do Rio (IFRJ) no Complexo do Alemão

Novo campus atenderá cerca de 1.400 estudantes; previsão é que a obra seja concluída em dezembro de 2025

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Mobilização de coletivos e movimentos populares do CPX foi fundamental para garantir o IFRJ na comunidade - Tânia Rêgo/ Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, na última quarta-feira (7), para o lançamento da "pedra fundamental" de mais um campus do Instituto Federal do Rio (IFRJ). O IFRJ na região é uma das promessas de campanha de Lula fruto da luta de diversos coletivos e movimentos sociais da região.

Ao lado do ministro da Educação, Camilo Santana, da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, do prefeito do Rio, Eduardo Paes (PSD), do reitor do IFRJ, Rafael Almada e da primeira-dama, Janja Lula da Silva, além de lideranças locais, como Camila Moradia, o presidente defendeu os investimentos na educação como forma de reduzir a pobreza no Brasil.

“Hoje, dia 7 de fevereiro, não foi um delegado ou um capitão da polícia que veio anunciar a quantidade de mortes no Complexo do Alemão; hoje, o governo federal e o governo municipal vieram aqui dizer, dia 7 de fevereiro, quem veio ao Complexo do Alemão foi a educação”, enfatizou.

Lula também lembrou da história de sua mãe, que teve coragem de sair de um relacionamento abusivo, e defendeu a educação como forma de empoderamento das mulheres. 

“Uma mulher sair procurando emprego com uma profissão terá muito mais facilidade. Se a gente fala 'não tenho profissão' ninguém nem dá ouvidos para gente, nem olha na carteira da gente, então a profissão é uma marca muito registrada na vida do nosso povo", ressaltou o presidente que ainda enfatizou:

"Quando a gente está fazendo um Instituto Federal é porque a gente quer que os filhos das pessoas mais humildes, mais necessitadas melhorem de vida, porque tem gente que acha que a gente gosta de ser pobre”.

Impacto na comunidade

O coordenador do Instituto Raízes em Movimento, do Complexo do Alemão, Alan Brum, participou da cerimônia e comemorou a conquista que é resultado de uma luta de mais de 15 anos.

“Que seja o espaço irradiador para o processo formativo, para o desenvolvimento econômico da região, para a geração de trabalho e renda na localidade e sobretudo criar oportunidades, acessibilidade para a diversidade dos jovens do Complexo do Alemão”, afirmou Brum.

O Complexo do Alemão é um dos maiores conjuntos de favelas da capital fluminense. O jornalista Renê Silva, fundador do jornal Voz das Comunidades, nasceu e cresceu no CPX. Para ele, ter um IF na região é um ato revolucionário. 

“A gente está falando de um investimento a médio e longo prazo na educação pública, educação de qualidade, educação para as pessoas pobres, as pessoas menos favorecidas dentro de favelas como aqui no Complexo do Alemão", destacou o jornalista que acrescentou:

"Esse é um ato muito importante, a gente fala muito sobre favela ser potência e a favela é sim uma grande potência, mas é preciso que haja investimentos como esse do governo federal e da prefeitura para que a gente consiga fazer toda uma transformação de uma geração futura nas favelas do Rio de Janeiro”.

A deputada estadual Marina do MST (PT) também foi prestigiar a cerimônia e reforçou a importância do Plano de Ação Popular do Complexo do Alemão, um documento criado junto com a população local com diversos projetos para a região. 

“Uma das ações que o governo Lula fortalece é o Plano de Ação Popular do CPX que tem essa agenda de 2030, com participação popular. Uma alegria imensa de estar junto da comunidade aqui fortalecendo essa ação que é democrática, de fortalecimento da democracia, mas sobretudo ação do governo Lula de defesa e fortalecimento da juventude, da juventude negra, da juventude pobre das favelas do Rio de Janeiro e a defesa intransigente da educação que é uma das pautas principais do presidente Lula”, salientou a parlamentar.

O investimento total no novo campus é de R$ 15 milhões e a previsão de conclusão da obra é em dezembro de 2025. O espaço foi doado pela Prefeitura do Rio e receberá até 1.400 estudantes.

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Jaqueline Deister