empréstimo

Jair Renan é indiciado por suspeita de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica

Polícia Civil do DF vê indícios de que filho de Jair Bolsonaro fraudou documentos para conseguir empréstimo

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Parte dos empréstimos teria sido usado para o pagamento de uma fatura de cartão de crédito do filho do ex-presidente no valor de R$ 60 mil - Reprodução/Instagram

A Polícia Civil do Distrito Federal indiciou Jair Renan Bolsonaro pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Agora, o Ministério Público deve analisar as provas coletadas e decidir se denunciará o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro à Justiça.

Jair Renan teria falsificado documentos de faturamento da empresa RB Eventos e Mídia para conseguir um empréstimo bancário.

De acordo com o site g1, o relatório da investigação foi enviado à Justiça do DF no último dia 8. O documento acusa Jair Renan e Maciel Alves, seu ex-instrutor de tiro, de falsificar quatro relações de faturamento da empresa, que pertencia ao filho "zero quatro". A fraude tinha como objetivo demonstrar um faturamento de R$ 4,6 milhões no período de um ano, entre 2021 e 2022, que nunca existiu.

"Conforme demonstram as provas documentais e testemunhais, os suspeitos atuaram reiteradamente, sobrepondo um empréstimo ao outro, obtendo vantagem ilícita valendo-se da mesma maneira de execução", relata a polícia.

Após afastamento do sigilo bancário da empresa, a polícia descobriu que a RB Eventos e Mídia conseguiu um empréstimo de cerca de R$ 250 mil em 8 de março de 2023 e outro de R$ 291 mil em 1º de junho do mesmo ano. Parte do recurso foi, segundo a investigação, utilizada para pagamento de uma fatura de cartão de crédito de Jair Renan no valor de R$ 60 mil.

Jair Renan teria afirmado em depoimento à polícia que não reconhecia suas assinaturas nas declarações de faturamento supostamente falsas. Ainda de acordo com o g1, peritos atestaram que em um dos documentos a assinatura do filho do ex-presidente é autêntica.

A investigação mostra também que o dinheiro do empréstimo chegou aos suspeitos passando antes por contas ligadas a um "laranja", Antônio Amâncio Alves Mandarrari, que a polícia afirma ser uma pessoa "fictícia".

Também levantou suspeitas da polícia o fato de que a empresa RB Eventos e Mídia foi "doada" por Jair Renan a outro investigado, Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos, em 13 de março de 2023, data em que o "zero quatro" deixa o quadro societário.

O g1 entrou em contato com as defesas dos acusados. O advogado de Jair Renan, Admar Gonzaga, afirmou que não vai comentar o indiciamento porque o caso é sigiloso.

O advogado Pedrinho Villard, que defende Maciel Alves de Carvalho, afirmou que seu cliente foi absolvido na Justiça das primeiras acusações, feitas no início de 2023, as quais geraram a investigação atual. A defesa de Marcos Aurélio Rodrigues dos Santos não foi localizada.

Edição: Thalita Pires