ELEIÇÕES 2024

Primeiro julgamento contra Trump deve acontecer em Nova York, no dia 25 de março

Ele deve ser tornar o primeiro ex-presidente a responder acusações criminais, após adulterar documentos

Brasil de Fato | Nova York (EUA) |
Pesquisa revela que mais da metade dos republicanos não votariam em Trump no caso de uma condenação - AFP

No dia 25 de março, Donald Trump se tornará a primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a ser julgado por acusações criminais na história. Após negar uma apelação para que as acusações fossem removidas, o juíz Juan Marchan, de Manhattan, anunciou a data do julgamento na manhã desta quinta-feira (15).

Em Nova York, Trump responde a 34 acusações relacionadas à falsificação de documentos oficiais com o intuito de esconder um pagamento de suborno à ex-atriz de filmes adultos Stormy Daniels. 

O pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 650 mil) pelo silêncio de Daniels durante a eleição de 2016, não é um crime. O que a acusação afirma, porém, é que Trump cometeu outros crimes na tentativa de esconder o pagamento por motivos políticos.

O julgamento acontecerá 20 dias após a Super Terça, a data mais importante das prévias, quando 15 estados votam simultaneamente no candidato favorito para disputar a Casa Branca pelo Partido Republicano. Trump é o favorito e, no dia do julgamento, já pode ser considerado o candidato presumível do partido.

A defesa de Trump vem tentando atrasar ao máximo os julgamentos dos 4 casos criminais nos quais o republicano responde por 91 acusações diferentes. O motivo é simples: uma pesquisa da agência de notícias Reuters divulgada na quarta (14) revela que 51% dos republicanos não votariam em Trump no caso de uma condenação em qualquer um dos casos. 25% responderam que não têm certeza.

Os demais casos contra Trump

Além do caso de suborno em Nova York, Trump responde a acusações em outras 3 cidades: Washington, Atlanta e Miami.

Washington

Em Washington, Trump é acusado de tentar interferir nas eleições de 2020 com o objetivo de permanecer no poder. As acusações estão ligadas à invasão do Capitólio e o julgamento está marcado para 4 de março. 

No entanto, ao que tudo indica, essa data deve ser postergada, já que Trump apelou das acusações afirmando que seria imune, uma vez que se tratam de supostos crimes cometidos durante  o mandato. Até agora todas as apelações foram negadas e o caso se encontra na Suprema Corte.

Também na quarta (14), o Conselheiro Especial Jack Smith, responsável pela acusação, pediu à Suprema Corte que tome uma decisão para que o julgamento possa acontecer logo. Smith argumenta que os eleitores têm o direito de saber o resultado deste julgamento.

Miami

Em Miami, o caso contra Trump está relacionado aos documentos secretos encontrados em sua casa, em Mar-a-Lago, após o fim do mandato. O ex-presidente é acusado de reter documentos, mostrá-los a pessoas sem autorização e tentar obstruir a justiça.

O presidente Joe Biden também foi investigado por ter documentos secretos dos tempos em que foi vice-presidente de Barack Obama em sua casa em Delaware. O relatório final da investigação, que foi divulgado na semana passada, porém, afirmou que o democrata cooperou com a justiça e, por tanto, não seria indiciado. A decisão foi de Robert Hur, um conselheiro especial republicano.

O início do julgamento de Trump está marcado para 20 de maio.

Atlanta

Em Atlanta, assim como em Washington, Donald Trump responde a acusações referentes às tentativas de reverter os resultados da eleição de 2020. A diferença entre os dois é que o caso de Atlanta é estadual e diz respeito às tentativas de reverter o resultado da eleição na Geórgia. Se condenado, nem um perdão presidencial salvaria Trump.

O julgamento ainda não tem data e, ao que tudo indica, vai demorar para ter. O motivo são acusações feitas contra a procuradora distrital Fani Willis, responsável pela acusação.

A defesa de Trump tenta desqualificar Willis por denúncias de que ela teria se envolvido em uma relação com um homem casado e utilizado seu poder como procuradora distrital para beneficiá-lo. Willis assumiu o caso mas negou as acusações de favorecimento.

Edição: Rodrigo Durão Coelho