trégua

Delegação do Hamas chega ao Egito para negociar cessar-fogo em Gaza

A tentativa de negociação acontece poucos dias após massacre a grupo de palestinos que aguardava ajuda humanitária

Brasil de Fato | Recife (PE) |
Imagem mostra o bombardeio israelense sobre Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza - SAID KHATIB

Uma delegação do Hamas chegou ao Egito neste domingo (3) para retomar as negociações por uma trégua nas operações militares do Estado de Israel em Gaza. De acordo com a agência de notícias AFP, o vice-chefe do Hamas, Khalil Al-Hayya, pretende entregar uma resposta oficial de cessar-fogo durante as negociações em Cairo, capital do Egito. 

Entretanto, de acordo com a Al Jazeera, autoridades anônimas informaram que os israelenses não enviarão uma delegação ao Cairo, capital egípcia, porque exigem que o Hamas divulgue uma lista de nomes de prisioneiros com vida. De acordo com a CNN Brasil, além de representantes de Tel Aviv, o encontro contaria com negociadores dos Estados Unidos e do Egito.

Após quase cinco meses, a ofensiva militar israelense já resultou na morte de mais de 30 mil palestinos, de acordo com o Ministério da Saúde da Palestina. Além disso, a situação de fome ocasionada pelo conflito dificulta ainda mais a situação de vida do povo palestino. A estimativa da ONU é de que mais de dois milhões de pessoas - quase toda a população da Faixa de Gaza - estejam ameaçadas de fome no território palestino, especialmente em sua parte norte. A pouca ajuda que consegue entrar na região é pelo sul, pela fronteira com o Egito, em Rafah. Antes da crise iniciada em outubro, cerca de 500 caminhões com ajuda humanitária entravam diariamente por Rafah. Em fevereiro, a média foi de 80.

A tentativa de negociação acontece poucos dias após o massacre a um grupo de palestinos que esperava a chegada de caminhões de ajuda humanitária em Gaza. Na quinta-feira (29), soldados israelenses disparam contra palestinos que estavam em fila para ter acesso à alimentos. A ação resultou em 112 mortos e 750 feridos.

"Os famintos de três meses foram buscar alimento e foram assassinados pelas forças sionistas de Israel. Foi o cúmulo do absurdo. Viemos aqui para dizer que essa foi a gota d'água nesse genocídio que está acontecendo em Gaza e que o mundo tem que tomar uma atitude urgente e rápida para acabar com isso", disse Mohamad El-Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino, durante ato contra as ofensivas militares do Estado de Israel. 

Edição: Vivian Virissimo