ILHA DO JAZZ

Por integração cultural, Cuba reúne músicos de todo o mundo em festival internacional de música

As cidades de Havana e Santiago, capitais internacionais do jazz, receberam mais de cem músicos de todo o mundo

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Havana e Santiago de Cuba foram as sedes da 39ª edição do Festival Jazz Plaza - Gabriel Vera Lopes
É muito lindo ver o que grandes talentos, grandes lendas, podem compartilhar com as novas gerações

Com centenas de artistas de todo o mundo, as cidades de Havana e Santiago de Cuba se transformam em palcos que celebraram a 39ª edição do festival Jazz Plaza. Aldo López Gavilán, é pianista e compositor cubano, e sempre participa do evento. Ele lembra pontua que o 'Jazz Plaza' é uma tradição de longa data que reúne a melhor música, não apenas dos grandes músicos de jazz do mundo que visitaram Cuba em várias ocasiões, mas também a confluência de diferentes gêneros cubanos que sempre tomam conta desse espaço.

O lendário festival é realizado desde 1980 e, ao longo de sua história, tem sido um dos pontos de encontro de compositores, estudantes, críticos e público em geral. É onde a confluência de diferentes gerações de músicos dá vida a novas experimentações sonoras e à fusão de diferentes tradições. 

Gavilán ressalta que um dos aspectos fundamentais do festival é a possibilidade de compartilhar cultura com diferentes gerações, principalmente pela chance única de jovens dividirem o mesmo espaço com ícones da música. 

“É muito lindo ver que grandes talentos, grandes lendas, podem compartilhar com as novas gerações para desenvolver, compartilhar e promover o talento da música cubana e de músicos cubanos muito jovens. A mesma coisa aconteceu comigo quando Chucho Valdes, em 1994, me convidou para um projeto colaborativo a quatro mãos. Hoje isso está acontecendo de maneira muito semelhante com as grandes lendas do jazz cubano”, destaca.

Para o jovem Brian Arencibia, saxofonista cubano e estudante de música, o ato de tantas pessoas virem de tantos países é o que o festival traz de mais gratificante aos artistas. 

“Porque, no fim das contas, a música é um idioma, não tem dicionário, mas basta tocar e as pessoas, independentemente do idioma que falam, sentem a energia que o jazz transmite, a energia que a música africana transmite. É muito gratificante ver que a música rompe tantas barreiras, até mesmo as barreiras do idioma”, ressalta.

Ano a ano, o Brasil também marca presença no festival. Nesta edição, os ritmos e sons tradicionais brasileiros, como o choro, o maracatu e o baião se misturaram ao jazz cubano.

O músico Pablo Fagundes celebra a integração das culturas cubano-brasileiras. “Para mim, o mais importante é ver de perto que essa cultura que é muito parecida com a brasileira. E nós temos isso em comum, a alegria no som, a vontade de tocar. Esse é um momento muito especial. Os cubanos são muito abertos e receptivos. Estou aqui há três dias e já fiz muitos amigos cubanos”.

“Você vai encontrar música, vai encontrar alegria, vai encontrar pessoas interessantes e pessoas interessadas. Porque aqui, esse festival consegue reunir muita gente interessada em música em geral. Eu conheci gente da Holanda, da América do Sul, da Argentina, franceses, enfim. É um lugar onde as pessoas se encontram. Então... Quando eu voltar ao Brasil vou dizer ‘você quer ir a Cuba? Você tem que ir ao Jazz Plaza Festival”, acrescenta o brasileiro. 

 

Edição: Douglas Matos