INDÚSTRIA NACIONAL

Ato pede aceleração da reabertura de subsidiária da Petrobras fechada por Bolsonaro no Paraná

Sindicatos demandam agilidade do governo na recontratação do efetivo e medidas para tirar empresa de hibernação

Brasil de Fato | Curitiba (PR) |
Reativação da empresa é considerada importante pelos sindicatos para a agricultura e também para a economia de Araucária e região - Pedro Carrano

Fechada no início de 2020, durante o governo Bolsonaro, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), subsidiária da Petrobrás, em Araucária (PR), gera expectativa na sociedade e nos antigos operários pela sua reabertura.

Como já foi noticiado pelo Brasil De Fato Paraná, há uma nítida sinalização do governo federal para isso, mas a transição para a reabertura da fábrica e recontratação dos trabalhadores passa por entraves. Sindicalistas atribuem aos quadros de gerência que defenderam o fechamento da fábrica e são ligados ao bolsonarismo.

Em um momento delicado em que setores conservadores defendem uma Petrobras distante dos interesses nacionais, três sindicatos convocam um protesto unificado em frente à Fafen-PR: Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Petroquímica do Estado do Paraná (Sindiquímica-PR), Sindicato dos Petroleiros do Paraná e Santa Catarina (Sindipetro PR/SC) e Sindicado dos Trabalhadores nas Empresas de Montagens, Manutenção e Prestação de Serviços nas Áreas Industriais no Estado do Paraná (Sindimont).

A manifestação acontecerá nesta sexta-feira (15) a partir das 7h e busca reunir trabalhadores, lideranças sociais e sindicais, além de políticos do campo progressista.

"A Fafen-PR era responsável por parcela significativa da produção de ureia e amônia consumidas no mercado brasileiro, utilizadas como matérias-primas na fabricação de fertilizantes", afirma o texto de convocatória do ato.

Os trabalhadores classificam a situação atual da empresa como uma "hibernação", na medida em que a empresa não está fechada e mantém um quadro de cerca de 50 trabalhadores e manutenção dos equipamentos.

Sua reativação é considerada importante para a agricultura e também para a economia de Araucária e região.

"Amanhã era para ter uma reunião para aprovar o que chamamos de 'desibernação', e aprovaram nova reunião. Queremos fazer nova pressão política. Já vai dois anos de nosso governo e nada de reabrir. Esse processo está a passos muito lentos", critica Eder Umbelino, integrante do Sindiquímica-PR e um dos 1000 operários que perderam o posto de trabalho em 2020.

Com o encaminhamento da "desibernação" e recontratação do antigo efetivo de operários, a direção do Sindiquímica calcula que a retomada da Fafen pode deslanchar finalmente.

"Com isso, se poderá contratar empresas terceiras e recontratar os funcionários. Estamos num ano eleitoral e com receio de que se comece a adiar. Há pessoas dentro do sistema fazendo com que se caminhe devagar. Por isso nossa pressão política, após uma boa sinalização do Tribunal Superior do Trabalho (TST)", afirma Umbelino.

Fonte: BdF Paraná

Edição: Lia Bianchini