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ASSIM QUE SE FAZ

Aviões que antes espalhavam glifosato em plantações agora vão combater incêndios na Colômbia

Agrotóxico foi proibido no país após evidências de que é cancerígeno

15.mar.2024 às 21h33
São Paulo (SP)
Lorenzo Santiago

A partir de 1999, os EUA assinaram com a Colômbia um acordo para investir com equipamentos aéreos para a pulverização de plantações de coca - YASUYOSHI CHIBA / AFP

Na Colômbia, aviões que antes eram usados para espalhar glifosato como agrotóxicos em fazendas agrícolas agora ajudarão a apagar incêndios e enfrentar os efeitos do fenômeno climático El Niño. O projeto da Polícia Nacional chamado de Programa de Extinção de Incêndios Florestais e Proteção ao Meio Ambiente foi lançado em fevereiro.

O glifosato é um agrotóxico desenvolvido pela empresa Monsanto nos anos 1970. Pesquisas jogaram luz sobre os danos que o glifosato poderia causar aos consumidores depois que a Agência Internacional para Pesquisa do Câncer (IARC), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), publicou em 2015 a avaliação de que o produto era um “provável causador de câncer”. 

Segundo o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, a medida é uma “mudança radical” na finalidade das 15 aeronaves que vão ser usadas. “Esses aparelhos têm esse significado: feitos ou projetados para jogar veneno na nossa terra, sem sucesso, hoje podem jogar água na nossa terra com sucesso, que é vida. É uma mudança que é o que queríamos aqui estabelecer simbolicamente. Esta frota não irá matar colombianos, não irá matar seres humanos, irá salvar seres humanos”, disse.

Na Colômbia, o glifosato passou a ser usado em 1992 pela polícia no combate às plantações de papoula, coca e maconha. A partir de 1999, os Estados Unidos assinaram com o país sul-americano um acordo chamado Plano Colômbia, para investir em equipamentos aéreos para a pulverização dessas plantações.

Em 2015,o país proibiu o uso do glifosato no combate às plantações de coca. Segundo o Instituto Nacional da Saúde colombiano, em 2017, cerca de 21,2% de 39.702 casos de intoxicação na Colômbia foram por agrotóxicos, boa parte, por glifosato. 

A decisão de mudar o uso desses aviões foi tomada depois que um incêndio florestal atingiu 21 regiões do país no começo do ano. Segundo a Unidade Nacional para a Gestão de Riscos de Desastres (UNGRD), ao menos 17.192 hectares de áreas verdes foram devastados pelo fogo em janeiro no território colombiano.

O país também registrou recordes de temperatura em 2024. A cidade de Jerusalém, no sul da Colômbia, chegou a marcar 40,4°C por causa do fenômeno El Niño. 

Riscos do glifosato

A segurança do produto aos consumidores passou a ser questionada a partir de 2015, depois que pesquisas indicaram a relação entre o glifosato e a incidência de câncer em consumidores e produtores. Em 2023, a Bayer foi condenada por um júri do Missouri a pagar US$ 1,56 bilhão (cerca de R$ 7,5 bi) a quatro pessoas que alegaram que o herbicida da empresa chamado Roundup, marca comercial do glifosato, causou lesões e doenças, incluindo câncer. 

O glifosato é o agrotóxico mais vendido e usado no Brasil. O potencial de contaminação é tão alto que a Anvisa classifica o produto na classe 1, que contempla os produtos “extremamente tóxicos”. A agência usou essa classificação por causa da irritação ocular acarretada pelo produto. Pela sua incidência na agricultura, a própria Monsanto criou, em 1995, sementes de soja, milho e algodão resistentes ao glifosato. 

Um estudo toxicológico internacional apresentado em Bolonha, na Itália, em 2023, constatou que "baixas doses de herbicidas à base de glifosato causam leucemia em ratos. É importante ressaltar que metade das mortes por leucemia identificadas nos grupos de estudo ocorreu em idade precoce", diz a declaração oficial que acompanha a apresentação.

Os dados foram divulgados na conferência científica internacional "Meio Ambiente, Trabalho e Saúde no Século 21: Estratégias e Soluções para uma Crise Global", e fazem parte do Estudo Global sobre Glifosato (GGS na sigla em inglês).

Apesar das pesquisas, a União Europeia seguiu um caminho diferente e, no final de 2023, aprovou a renovação por 10 anos do uso do glifosato para os países do bloco.

No Brasil, prática está em debate

A pulverização de agrotóxicos por aeronaves foi proibida por 8 cidades brasileiras. O Estado do Ceará também regulou a prática, mas a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) questionou a decisão com uma ação de inconstitucionalidade. O grupo alegava que a medida violava a “livre iniciativa e os objetivos da política agrícola”. 

Em dezembro de 2023 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que a lei era constitucional e continuaria valendo no Ceará. Para Fran Paula, engenheira agrônoma e coordenadora nacional da Campanha contra os Agrotóxicos e pela Vida, a técnica não é uma necessidade do setor e já tem prejuízos comprovados.

“Não se trata de uma técnica ou demanda que a agricultura brasileira precisa. Se trata de interesses da indústria química e de aviação. A invalidação da lei se trata de uma jogada política. No últimos ano conseguimos, a partir de muito embasamento técnico, medidas que regulamentam e proíbem essa prática. A lei do Ceará é uma referência importante e gerou um incômodo no setor agrícola e é muito questionada por esse setor que é quem ganha financeiramente com a técnica”, disse ao Brasil de Fato. 

Ainda de acordo com ela, a pulverização aérea amplia a contaminação do solo, já que o produto não atinge só o alvo, mas também se perde no meio ambiente e contamina o solo, fontes de água, além de evaporar e descer em formato de chuva.

“A pulverização aérea é uma prática muito defendida pelas empresas de aviação agrícola, ligadas ao setor agroquímico e tem lobby da bancada ruralista, por ser uma técnica que mobiliza economicamente o setor”, disse.

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
Tags: bayercolômbiagustavo petro
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