Distrito Federal

Greve na Educação

Servidores do IFB aprovam indicativo de greve em Assembleia Geral

Decisão da categoria acompanha outros movimento sindicais de servidores federais em mobilização por reajuste salarial

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Plenária Nacional acontece neste fim de semana para deliberar sobre a data de início da paralisação - Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Servidores do sistema educacional das unidades de Brasília da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica realizaram Assembleia Geral e aprovaram o indicativo de greve nesta quinta-feira (14). No próximo fim de semana, 16 e 17 de março, a categoria dos servidores dos dez Institutos Federais de Brasília (IFB) participa da Plenária Nacional do Sindicato Nacional dos Servidores Federais na Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe-DF) para deliberar sobre a data de início da paralisação e os planos de mobilização.

De acordo com nota sindical, esses planos tratam de “alinhar outras estratégias de luta pela recomposição salarial, a reestruturação das carreiras, o orçamento do Instituto Federal, a revogação de portarias, instruções normativas e leis que prejudicam a autonomia das Instituições Federais de Ensino, dentre outros pontos”.

O coordenador geral do Sinasefe Nacional, David Lobão, participou da assembleia e contextualizou os servidores do IFB sobre as negociações com o governo federal. Ele acredita que os esforços de mobilização serão efetivos pois “os Institutos Federais estão entre as cinco melhores escolas de ensino médio do mundo e são objeto de propaganda do governo. Por isso, o governo não vai querer uma greve nos IFs e será obrigado a nos atender caso façamos uma mobilização representativa”, avaliou o dirigente sindical.

A proposta que o Governo Federal deu à categoria de servidores dos IFs inclui apenas o aumento de alguns benefícios, mas que, para os servidores não satisfaz as demandas trabalhistas em questão, não atende toda a categoria e exclui aposentados e pensionistas.

O sindicato aponta que existe uma contradição do Governo Federal na gestão do sistema educacional. Essa semana, o presidente Lula anunciou a expansão dos Institutos Federais e afirmou que serão construídos 100 novos IF’s em diversas regiões do país. Em contrapartida, as negociações com os servidores continuam sem avanços.

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A direção nacional do Sinasefe questiona que apesar de apresentar e propagandear amplamente essa nova expansão, o material do governo não menciona ampliação do quadro de servidoras e “muito menos a valorização de quem já atua na Rede". Diante do novo plano de expansão, o Sinasefe ressalta que as unidades já existentes de IFs funcionam, em sua maioria, com graves contradições, limitações de infraestrutura física, problemas crônicos e numerosos paradoxos.

O coordenador do Sinasefe-DF, Lucas Barbosa, considera que a principal contradição, nesse momento, é a desvalorização de servidores da Rede Federal. “Docentes e técnico-administrativos em educação acumulam perdas salariais de mais de 40% de inflação considerando desde 2016, conforme IBGE. Queremos expansão sim da rede, mas queremos melhores condições de trabalho nas que já existem. Vamos parar os 10 campi e a reitoria. Só com mobilização conseguiremos avançar em nossas pautas”, aponta.

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O sindicato também informa que a condição da categoria técnico-administrativa é ainda mais preocupante, pois estes acumulam dois “pódios desoladores. São a maior carreira do executivo federal e com a pior remuneração. No nível D, são trabalhadores ganham menos de dois salários mínimos”.

Próximos passos

O próximo passo do Sinasefe em Brasília será instituir o Comando de Mobilização, com representações eleitas em cada campus do IFB para intensificar o movimento e construir a greve, que também está acontecendo em outras instituições de ensino, como a UnB e mais de trinta universidades do país. Outras categorias de servidores públicos federais também estão mobilizados pela reestruturação e reajuste salarial. Nas próximas semanas será realizada uma nova assembleia para decretar o início da greve.

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Edição: Márcia Silva