Massacre

Hamas acusa Israel de ‘crime de guerra’ por novo ataque a maior hospital da Faixa de Gaza

'Estamos terrivelmente preocupados com a situação no Hospital Al-Shifa', disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanon

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Palestinos deslocados da área próxima ao hospital al-Shifa, chegam ao campo de refugiados de Nuseirat no centro de Gaza - AFP

O gabinete de Comunicação Social do governo na Faixa de Gaza classificou o novo ataque israelense ao hospital Al-Shifa, maior da região, como um “crime de guerra”, e afirmou que Israel “continua a usar as suas narrativas fabricadas para enganar o mundo e justificar o ataque a al-Shifa”.

Com as operações retomadas nos últimos dias, o Al-Shifa é uma das únicas instalações de saúde que está parcialmente operacional no norte do território e também abriga centenas de civis deslocados pelos ataques de Israel no sul de Gaza.

"O hospital só recentemente restaurou serviços de saúde mínimos. Quaisquer hostilidades ou militarização das instalações comprometem os serviços de saúde, o acesso a ambulâncias e a entrega de suprimentos vitais", disse o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanon. "Estamos terrivelmente preocupados com a situação no Hospital Al-Shifa", postou em seu perfil no X, antigo Twitter.

O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse que um incêndio começou na entrada do complexo hospitalar, causando casos de sufocamento entre mulheres e crianças que se abrigavam no hospital e que a comunicação foi interrompida, com as pessoas presas dentro das unidades de cirurgia e emergência de um dos prédios. "Há vítimas, incluindo mortos e feridos, e é impossível resgatar qualquer pessoa devido à intensidade do fogo", disse o Ministério.

"De repente, começamos a ouvir sons de explosões, vários bombardeios, e logo os tanques começaram a manobrar, eles vieram da via ocidental e seguiram em direção a Al Shifa, depois os sons de tiros e explosões aumentaram", disse à Reuters Mohammad Ali, de 32 anos, pai de dois filhos, que mora a cerca de um quilômetro do hospital, por meio de um aplicativo de bate-papo.

"Não sabemos o que está acontecendo, mas parece que foi uma outra invasão da Cidade de Gaza", acrescentou, dizendo que as atividades militares começaram por volta da 1h da manhã.

O Exército israelense lançou panfletos ao redor do hospital na Cidade de Gaza dizendo que os deslocados no Al-Shifa e seus arredores que “estão em uma zona de combate perigosa”. “A força israelense está operando duramente em suas áreas residenciais para destruir a infraestrutura terrorista", disse a nota, ordenando que as pessoas tomassem a estrada costeira em direção a Al-Mawasi, no sul da Faixa de Gaza.

*Com Al Jazeera e Reuters

Edição: Lucas Estanislau