Futebol e política

Técnico da Islândia critica jogo contra Israel pela Eurocopa devido ao massacre em Gaza

Para Age Hareide este jogo não deveria acontecer 'pelo que estão fazendo em Gaza às mulheres, crianças e civis'

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Hareide se declarou pacifista - AFP

Israel e Islândia se enfrentam nesta sexta-feira (20) em busca de uma das últimas vagas para a Eurocopa. Para o treinador da Islândia, Age Hareide, este é um jogo que não deveria acontecer, "pelo que estão fazendo em Gaza, pelo que estão fazendo às mulheres, crianças e civis inocentes".  Ele afirmou que não gostaria de enfrentar Israel por ser um grande pacifista. Porém, reiterou que o jogo de amanhã não é contra soldados, e sim contra jogadores de futebol, e que a guerra deve ficar fora do gramado.

Norueguês, Hareide já dirigiu as seleções de seu país natal e da Dinamarca, e agora busca resgatar a Islândia de um momento de baixa após a histórica classificação para a Copa do Mundo de 2018.

Hareide não é o único a favor do banimento de Israel do futebol – doze federações enviaram um pedido de exclusão à Fifa. A esse pedido, junta-se um ofício da Federação Palestina registrado nesta terça (19) que pede que o banimento de Israel seja discutido no próximo congresso da Fifa, em maio. O documento fala em uma punição a Israel "em resposta a violações de direitos humanos sem precedentes".

A Fifa ainda não se manifestou sobre o assunto. Para banir a Rússia após o início da Guerra da Ucrânia, foi muito rápida. Por sua vez, a Uefa afirmou que não pretende tomar medidas contra Israel, e que a situação "é muito diferente" em comparação com a russa.

Israel nunca se classificou para uma Eurocopa e busca fazê-lo exatamente para uma edição a ser disputada na Alemanha. O país está na Uefa por ter sido expulso da Confederação Asiática. O jogo entre Israel e Islândia acontece em Budapeste, na Hungria, e o vencedor avança para encarar quem passar exatamente do duelo entre Ucrânia e Bósnia e Herzegovina.

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Edição: Nicolau Soares