Paraná

SÉRIE CARRINHEIROS

Carrinheiros do bairro Ganchinho buscam melhor estrutura para trabalho

Durante a semana, receberam doações de capas de chuva resistentes do SOS Combate à Fome

Curitiba (PR) |
Jonathan (foto) vive há dez anos no bairro Ganchinho, na área de casas populares chamada Moradias Iguaçu 3 - Pedro Carrano

Jonathan vive há dez anos no bairro Ganchinho, na área de casas populares chamada Moradias Iguaçu 3. Se a questão da moradia dele e de mais 50 moradores da região está, em tese, solucionada, o problema do trabalho se coloca fortemente.

Eles ocuparam terreno em frente às casas para poder trabalhar com material reciclável, uma vez que não podiam acumular itens nas casas.

Embora não tenham ainda conformado cooperativa e organização coletiva, e separem individualmente no local, esses trabalhadores têm na ponta da língua as demandas para melhoria das condições de trabalho.

“Precisamos de uma prensa (para os materiais). Como vendemos no bag (saco com os materiais) dão o desconto mais baixo. Precisava de um barracão e equipamentos”, afirma Cristina, mãe de cinco filhos, que recolhe material das quatro da manhã até o começo da noite.

Sem um barracão construído, o que é proibido, nos dias de chuva, segundo Cristina, fica “Uma lameira que só Deus”.

Ela completa que, durante a pandemia, o material, com melhor preço, estava mais escasso. “Os mercados guardavam e agora não guardam porque o preço está barato. Antes, não conseguíamos achar nada na rua”, afirma Cristina.


Espaço abriga carrinheiros que ainda não conformaram associação / Pedro Carrano


Nitidamente, pelo exemplo do que vimos na vila Pantanal, no Alto Boqueirão, há uma série de carrinheiros vivendo e trabalhando por fora dos barracões EcoCidadão do poder público municipal.

Esses moradores/trabalhadores se confessam cansados de promessas eleitorais de ocasião. “Estamos cansados de promessas. Precisamos de madeira e telha”, completa Jonathan.

No dia da reportagem, foram distribuídos, com ajuda do padre Redentorista Parron, capas de chuva com material resistente para os trabalhadores.




 

Edição: Mayala Fernandes