SUS mais ágil

Ministério da Saúde lança política para integrar atendimentos e facilitar acesso a especialistas

Presidente Lula esteve no evento e elogiou trabalho da pasta e da ministra Nísia Trindade

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |

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De bom humor, Lula demonstrou apoio à ministra e foi vacinado contra a influenza durante o evento - © Antonio Cruz/Agência Brasil

Em mais um passo na tentativa de diminuir as filas do Sistema Único de Saúde (SUS) e aperfeiçoar os atendimentos, o Ministério da Saúde lançou, nesta segunda-feira (8), o programa Mais Acesso a Especialistas.

A ideia é basear as ações em um novo modelo de cuidados, focado em atenção a pacientes de maneira integrada e com forte conexão à saúde da família. A ministra da Saúde Nísia Trindade anunciou a política em uma coletiva de imprensa, que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Ela afirmou que medidas para mudar a realidade de espera e demora nos atendimentos já vêm sendo tomadas desde o ano passado. Agora, o foco direcionado vai reforçar a atuação em rede, para que consultas, exames e tratamentos tenham continuidade em tempo hábil.

"Hoje, como se dá a busca aos especialistas? A pessoa vai à Unidade Básica de Saúde, tem uma indicação para consultar um especialista, essa consulta é agenda para um tempo longuíssimo — às vezes quatro meses, às vezes mais — os exames não são feitos em sintonia, são feitos com atraso muito grande", pontuou Trindade.

Segundo a ministra, o foco em procedimentos isolados será substituído por atendimento integrado. "O sistema não tem nenhuma integração com os cuidados na Saúde da Família e essa integração vai ser base para esse processo. Nós temos filas sem transparência. Não vamos acabar com filas, porque à medida que se aumenta a oferta, haverá aumento de demanda. Mas a fila tem que andar. Se trata de reduzir o tempo de espera."

Como vai funcionar

O acompanhamento à população vai começar nas equipes de Saúde da Família. Informações de cadastro de pacientes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) serão revisadas para atualização. A ideia é fortalecer vínculos e acompanhamento territorial, levando em consideração as características de cada região atendida.

Segundo o Ministério da Saúde, o horário de atendimento das UBS será ampliado até às 22h e as visitas domiciliares serão priorizadas. Quando houver indicação de avaliação de especialistas, o encaminhamento será feito pela equipe de atenção primária, que acompanhará os desdobramentos. 

Quando for possível, o atendimento poderá ser feito de maneira remota. No mês passado, o governo abriu chamada para adesão de estados e municípios ao programa SUS Digital, que vai destinar recursos para adequação ao uso da telessaúde. Todas as unidades da federação aderiram.

O Ministério da Saúde informou que trabalha no aprimoramento do aplicativo Meu Sus Digital, que servirá de canal para acompanhamento do ciclo de cuidados. Hoje, ele já reúne informações sobre vacinas e transplantes.

Lula elogia Nísia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teceu elogios ao trabalho do Ministério da Saúde e da ministra Nísia Trindade. Desde o ano passado, ela enfrenta uma série de ataques e críticas, que segundo informações de bastidores têm origem no Centrão, grupo político do Congresso Nacional.

Como a pasta é uma das que mais conta com verba para destinar aos municípios e implementa ações com forte apelo eleitoral, o interesse no controle dessa estrutura é constante. Durante o evento desta segunda-feira, no entanto, Lula sinalizou que a tentativa de fritura não deve funcionar.

"O Ministério da Saúde estava com 13 mil médicos na Saúde da Família e passou para 25 mil médicos. Isso é simplesmente dobrar o número de médicos neste país. É extraordinário, em menos de um ano, fazer isso", disse ele

De bom humor, acompanhado da ministra e do personagem Zé Gotinha, o presidente foi vacinado contra a influenza na cerimônia. "Vou tomar para incentivar o povo brasileiro a tomar vacina outra vez. Com a vacina a gente não vira jacaré, não vira o que a gente não quer, a gente evita de pegar doenças que podem matar as pessoas."

Assista ao evento:

Edição: Matheus Alves de Almeida