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Início Bem viver Cultura

Cabaré da RRRRrraça

OPINIÃO | O tempo e o Cabaré

Marcio Meirelles, um dos criadores do Cabaré da RRRrraça, reflete sobre os 27 anos da icônica peça

16.abr.2024 às 17h56
Salvador
Marcio Meirelles

Icônica peça Cabaré da RRRrraça, montada pelo Bando de Teatro Olodum, completa 27 anos de criação e segue sendo atual - Diney Araujo/Bando de Teatro Olodum

Lá se vão 27 anos que criei o Cabaré da RRRrraça, junto com Chica Carelli, Jarbas Bittencourt, Zebrinha e o elenco do Bando de Teatro Olodum. Muita coisa mudou, mas a peça continua a ser útil. Ela coloca em questão em sua premissa inicial: “o que é ser negro? Mas antes, o que é ser negro no Brasil?”. Com isto, fala de si e do outro.

Foi criada para resolver crises. Tive a ideia e vontade de fazê-la bem antes de propô-la ao grupo. Discutíamos, por seis meses, “o que é ser Bando? O que é ser Bando em relação ao Olodum? O que é ser um grupo e continuar a trabalhar sem outros recursos financeiros além do retorno da bilheteria, venda de espetáculos, ou pequenos apoios pontuais? Então, Jorge Washington diz: “vamos parar, quero fazer teatro”. Foi a deixa: propus Cabaré.

A ideia veio a partir da revista Raça. Com sua primeira edição esgotada na semana de lançamento, apontava um nicho de mercado. Vendendo produtos de beleza para cabelos e peles negras, moda étnica, artistas, celebridades e pontos de vista negros, vendeu bastante. Havia um público negro com poder aquisitivo que precisava de referências para consumir. Daí o outro questionamento da peça: o negro é consumidor ou objeto de consumo?

A essas questões, outras subjacentes surgiam. Não queríamos oferecer respostas, mas inquietação. Como na tradição do teatro de cabaré, entre risos e deleite da plateia, gatilhos para a reflexão, como um efeito residual, sobre o racismo brasileiro. “Sobre ser negro” era isso, sobre sofrer cotidianamente desde o nascimento os efeitos perversos da discriminação pela alteridade.


Marcio Meirelles (à dir.) na comemoração dos 20 anos de estreia do Cabaré da RRRRrraça / Diney Araujo/Bando de Teatro Olodum

Nesses 27 anos, recebi e recebo, de várias pessoas pretas, brancas e mestiças, declarações sobre a descoberta de sua própria identidade a partir da peça, ou de como conviveram com o racismo – marca milenar de nossa cultura ocidental judaico-cristã – como se fosse uma coisa natural.

O Cabaré da RRRrraça surgiu de uma crise do grupo como coletivo, como estética, como poética e como política, e várias outras crises se acumulavam nesta crise. A crise de um país que ainda, depois de 500 anos, não sabe, como nação, o que fazer de seus pretos.

É preciso colocar o dedo na ferida com a intenção de curá-la, resolver a marca da escravização, não tentar apagá-la apagando seus documentos. Ao teatro cabe fazer perguntas, falar de suas contradições, como por exemplo: por que foi um artista não negro que propôs ao Olodum criar um grupo de teatro negro e dirigi-lo por 23 anos e, ao grupo, montar peças para dar voz a inquietações que devem ser de todos os brasileiros, não somente de uma parcela? Cabe ao público, acionados os gatilhos por essas questões, construir respostas e soluções para o país.

Editado por: Gabriela Amorim
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