EUA

Saiba quem é o deputado dos EUA líder de comitê que acusou Moraes de censura

Extremista de direita, é apoiador de Donald Trump e contestou eleições presidenciais de 2020

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Jim Jordan, deputado por Ohio responsável por divulgação de relatório contra Alexandre de Moraes - Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos

O deputado republicano Jim Jordan, de Ohio, divulgou na quarta-feira (17), relatório com decisões sigilosas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, envolvendo o "X" (antigo Twitter) e outras redes sociais. Ele é um dos parlamentares mais conservadores dos Estados Unidos e representante da extrema direita do seu partido, além de presidente do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos.

A maioria dos integrantes do comitê faz oposição ao presidente Joe Biden e endossa o apoio ao ex-presidente Donald Trump. Jordan tem usado seu posto como líder do Comitê para ajudar a eleger Trump nas eleições presidenciais de 2024.

Quem é Jim Jordan?

Eleito pela primeira vez para o Congresso em 2006, Jordan foi o presidente fundador do House Freedom Caucus, em 2015, grupo de conservadores que apoiam posições contra as gastos sociais, cuidados de saúde e imigração no parlamento estadunidense.

Conhecido por seus ataques aos democratas e desafiar a liderança do seu próprio partido, Jordan se aproximou de Donald Trump e recebeu dele a Medalha Presidencial da Liberdade em 2021.

Jordan obteve o apoio de Trump, ao final do ano passado, em sua tentativa de se tornar o Presidente da Câmara dos EUA, mas encontrou resistência de alas moderadas do seu próprio partido.

O deputado extremista foi fundamental para ajudar Trump na tentativa de anular o resultado das eleições em 2020, ao apoiar a objeção aos resultados do colégio eleitoral quando o Congresso se reuniu para certificar a vitória de Joe Biden.  O processo resultou na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por integrantes da extrema-direita estadunidense, reproduzido pelos bolsonaristas brasileiros em 8 de janeiro de 2023.

Responsável por supervisionar as principais investigações do Partido Republicano da Câmara,  Jordan foi responsável por bloquear uma intimação para depoimento do ex-presidente no comitê seleto da Câmara que investigou o ataque ao Capitólio. Como presidente da Comissão Judiciária da Câmara, Jordan foi um dos republicanos que liderou o inquérito de destituição do Presidente Joe Biden, apesar da falta de provas.

Entenda a disputa entre Elon Musk e Alexandre de Moraes

No começo de abril, Moraes incluiu Elon Musk na investigação sobre as milícias digitais e determinou uma multa diária de R$ 100 mil caso desobedeça a qualquer ordem judicial, como reativar perfis bloqueados judicialmente. 

Após a medida, Musk chegou a publicar em seu perfil que Alexandre de Moraes “traiu descaradamente e repetidamente a constituição e o povo do Brasil. Ele deveria renunciar ou sofrer impeachment”. Em outro momento, sugeriu a saída do ministro do STF: "Por que é que o parlamento permite a Alexandre o poder de um ditador brutal? Eles foram eleitos, ele não. Jogue-o fora", escreveu.   

Em sua decisão, Moraes escreveu que é inaceitável que a plataforma desconheça “a instrumentalização criminosa que vem sendo realizada pelas denominadas milícias digitais, na divulgação, propagação, organização e ampliação de inúmeras práticas ilícitas nas redes sociais, especialmente no gravíssimo atentado ao Estado Democrático de Direito”. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho