Foi realizado neste sábado na Casa de Passagem e Cultura Indígena de Curitiba (CPCI) o "Abril Indígena", um evento voltado para a divulgação cultural dos povos originários, que contou com a participação de diversas etnias, tais como kaingang, guarani, xetás, fulni-ô e mehinako, bem como a presença de apoiadores não indígenas.
O articulador Silas Ubirajara Donato de Oliveira ressaltou que a CPCI tem por objetivo não apenas acolher os indígenas que vêm do interior comercializar seus artesanatos em Curitiba, mas também de promover e disseminar a cultura e fomentar debates sobre políticas públicas.
Já a coordenadora da CPCI, Ceia Bernardo Kavenhkág, destacou que a promoção da cultura é uma atividade permanente na Casa, realizada através de diversas iniciativas, como produção de artesanato, troca de experiências, roda de conversas e eventos em parceria com outras entidades.
O escritor indígena Olívio Jekupe, autor de 30 livros sobre a cultura indígena, enfatizou a importância de valorizar a própria cultura e compartilhá-la com outras pessoas como forma de promover respeito e valorização. “É preciso fortalecer o trabalho da Casa de Passagem como um agente de incentivo à produção”, afirmou ele.
Outras expressões culturais também foram destacadas no evento, como as danças indígenas apresentadas por um grupo da etnia fulni-ô, do interior de Pernambuco, que tem realizado apresentações em escolas do Paraná, contribuindo para o conhecimento sobre os indígenas.
Além das expressões artísticas, o "Abril Indígena" contou com a presença do artista Mayawari Mehinako, que já fez exposições em países como Japão e Espanha, além de ter trabalhos expostos no Museu Oscar Niemeyer e no Museu Indígena de Curitiba. Mayawaei defende o reconhecimento dos indígenas como artistas e a importância de ocuparem espaços na sociedade.
O “Abril Indígena” da CPCI aconteceu logo após o "Acampamento Terra Livre", em Brasília, uma grande mobilização que reúne as principais etnias e organizações indígenas. Jovina Renhga, fundadora da Casa de Passagem, destacou a importância desses encontros para unir e fortalecer os povos originários na luta por seus direitos.
Fonte: BdF Paraná
Edição: Lucas Botelho