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Amizade de anos

Embaixador da Palestina diz que Venezuela é ‘irmã’ e pede articulação internacional contra ataques israelenses

Ao Brasil de Fato, diplomata palestino fala sobre importância de articulação internacional e relação com Yasser Arafat

31.maio.2024 às 12h53
Caracas (Venezuela)
Lorenzo Santiago

Fadi Alzaben assumiu a embaixada da Palestina em Caracas em 2020 - Lorenzo Santiago

Mais do que aliança estratégica, o embaixador da Palestina em Caracas, Fadi Alzaben, destaca uma relação de carinho com a Venezuela: “São povos irmãos”. Após 15 anos de relações diplomáticas, o governo venezuelano tem sido um dos principais atores no repúdio aos ataques israelenses na Faixa de Gaza e na articulação pela defesa da Palestina na região do Caribe e da América Latina.

Alzaben recebeu a reportagem do Brasil de Fato na embaixada da Palestina, uma casa de tijolos em bairro de classe média de Caracas, em 28 de maio. Naquela manhã, mais um ataque a bombas em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, deixou 21 mortos –entre eles, 8 crianças. O embaixador assiste um canal internacional com notícias ao vivo dos ataques israelenses. Ele abaixa o volume da TV quando começa a entrevista, mas sem deixar de comentar olhando para a tela: “um verdadeiro genocídio”.

Ele tomou posse como embaixador em 2020. Na América do Sul, o principal trabalho de Alzaben desde 7 de outubro de 2023 tem sido articular com os países da região o reconhecimento do Estado Palestino. Para ele, é fundamental que mais países façam esse movimento internacional para pressionar não só Israel, mas também os Estados Unidos.

“Quem tem a chave para frear ou acabar com o genocídio é a administração [do presidente Joe] Biden, são os Estados Unidos. É o único país que pode frear Israel. Israel é abastecido pelos EUA, os armamentos que chegam são dos EUA. Isso quer dizer que nosso povo está sendo massacrado por armas produzidas e fornecidas pelos EUA. A comunidade internacional precisa agir nesse sentido”, afirmou ao Brasil de Fato. 

A Venezuela é considerada por ele uma “aliada” e tem sido importante para esse movimento. Nos últimos meses, o país participou de encontros da Comunidade do Caribe (Caricom) e da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América -Tratado Comércio dos Povos (Alba-TCP) e defendeu a Palestina nestes espaços. Essa articulação rendeu frutos e, no final de abril, mais três países do Caribe reconheceram o Estado palestino: Jamaica, Barbados e Trinidad e Tobago. O objetivo agora é incluir a Palestina nestes fóruns de discussão.

Toda vez que cita o bombardeio e os ataques israelenses em Gaza, o embaixador aponta para a TV. Estando longe, Alzaben sabe que o principal trabalho para a diplomacia é o de convencimento para que outros países mudem a postura e ajudem a encerrar o ciclo de violência. Nos últimos dias, Espanha, Irlanda e Noruega passaram a reconhecer o Estado Palestino. Com isso, mais de 75% dos países membros da Organização das Nações Unidas (145) já fizeram esse reconhecimento.

Para ele, o reconhecimento é o primeiro passo, mas não é suficiente para acabar com os ataques.

“De forma simbólica, é importante, mas o povo palestino não precisa de comunicado, precisa de ações contundentes para colocar fim a isso. Tudo isso graças ao apoio cego dos Estados Unidos. Os EUA são cúmplices do massacre contra o meu povo. E também é cúmplice o silêncio da comunidade internacional e da União Europeia. O silêncio é cúmplice”, afirmou.

Nos 3 meses depois do início dos ataques, os Estados Unidos vetaram 3 resoluções do Conselho de Segurança da ONU pedindo o cessar-fogo na região. Só em março o grupo aprovou sua primeira resolução instando a um "cessar-fogo imediato" na Faixa de Gaza.

Fronteiras são fundamentais

Mas o embaixador afirma que o reconhecimento das fronteiras de 1967 é um ponto crucial para o fim dos conflitos. Naquele ano, a chamada Guerra dos Seis Dias que envolveu palestinos e israelenses levou o Conselho de Segurança da ONU a assinar a Resolução 242, que exigia a retirada dos israelenses de territórios ocupados e a definição de 22% do território para a Palestina.

Em 1993, o líder palestino Yasser Arafat assinou com o governo israelense os acordos de Oslo, que davam continuidade às negociações, determinavam uma pacificação dos conflitos e a retirada de tropas israelenses do sul do Líbano. O assassinato do então premiê israelense Yitzhak Rabin, em 1995 – cometido pela extrema direita de Israel – interrompeu o processo de paz. 

O embaixador é enfático e bate na mesa ao falar que, desde aquele período, o que os israelenses fizeram foi ampliar a presença no território palestino de forma ostensiva. “Israel matou a esperança de Arafat de uma solução pacífica. Mas o que conseguimos desde 1993? Mais assentamentos, mais confiscos de terras, prisões, matança, guerra… A criança que nasceu em 2004 na Faixa de Gaza já passou por 6 guerras. A Faixa de Gaza está bloqueada por ar, mar e terra há 18 anos”, afirma. 

Líder na família

Arafat não foi só um líder político para o embaixador, mas parte da família. Alzaben nasceu no campo de refugiados Yarmouk, na Síria. Seus pais foram vítimas da Nakba –o êxodo palestino durante e após a guerra árabe-israelense de 1948– e deixaram a Palestina. O pai de Alzaben já trabalhava com Arafat naquele momento. O menino então cresceu em meio ao debate político direto e uma proximidade muito grande com o líder palestino.

O embaixador levanta da cadeira, pega três fotos e abre um sorriso. Apontando, ele indica: “esse sou eu novinho com Arafat, essa eu estou adolescente com ele e nessa já estou mais adulto”. 

Depois de crescer no campo de refugiados, ele e sua família viajaram para diferentes países por conta do trabalho do pai. O agora embaixador foi estudar Literatura Inglesa e História na Universidade de Artes de Nova Délhi, na Índia, antes de voltar para a Faixa de Gaza. A partir daí, a sua história encontra a de seu pai e ele começou a trabalhar diretamente com Arafat.

“Arafat é como um pai pra mim. Ele é pai da nossa pátria, é nosso líder, nossa esperança. Eu desde pequeno guardo muitas memórias com o comandante Arafat”, lembra.

A liderança que presidiu e ajudou a expandir a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) se tornou referência para o embaixador que começou a seguir carreira diplomática. Começou trabalhando na embaixada da Palestina na Colômbia no começo dos anos 2000. Em 2004, enquanto estava em Bogotá, Alzaben recebeu duas notícias que mudaram sua vida. Seu pai foi assassinado na Faixa de Gaza e, depois de 6 meses, Arafat morreu envenenado.

“É a vida de qualquer palestino. A trajetória de qualquer palestino é assim. Não tem uma casa na Palestina que não tenha um mártir, um preso ou um ferido. É um destino que você não escolhe. Eu não temo a morte, mas eu amo a vida”, afirma o embaixador olhando para as fotos de seu pai e de Arafat no canto de sua sala na embaixada.

Cinco anos depois, a história dele começou a se aproximar da Venezuela. Em 2009, ele estava na Espanha e foi chamado para abrir a embaixada da Palestina em Caracas, passo que inaugurou as relações diplomáticas entre Palestina e Venezuela. A experiência que, para Alzabet, durou só 6 meses, voltou à tona em 2012 quando conheceu sua esposa venezuelana. “Temos duas filhas, fruto do amor entre Venezuela e Palestina”, diz sorrindo.

Relação de confiança

Apesar de só 15 anos de relações diplomáticas, Venezuela e Palestina tem uma estreita ligação desde a época do ex-presidente Hugo Chávez. Admirador de Arafat, o ex-mandatário venezuelano se aproximou da luta palestina e passou a tratar como uma questão do Estado venezuelano. 

A Venezuela foi o primeiro país do continente americano a reconhecer a soberania do Estado Palestino em 2009. Isso ajudou a estreitar ainda mais os laços políticos entre os dois e tornou Chávez uma figura admirada no Oriente Médio.

“Você vai à Palestina e muitas casas têm a foto de Chávez. Para nós, Chávez é um líder mundial. Ele sempre defendeu o direito ao povo palestino. Ele marcou o caminho da revolução bolivariana na defesa do Estado palestino e na condenação dos massacres cometidos por Israel. Hoje temos a continuação do caminho traçado pelo comandante Chávez. Ele usou seu peso político para que a Palestina seja reconhecida em outros países caribenhos”, disse o embaixador. 

Nos 4 anos em que está à frente da embaixada, Fadi Alzaben tem trabalhado para estreitar ainda mais essa relação e respaldar a população palestina que vive na Venezuela. Segundo estimativas da representação diplomática, há cerca de 13 mil palestinos vivendo no país. A migração que começou nos anos 1950 criou uma comunidade formada por diferentes grupos, desde comerciantes até empresários e advogados. O principal reduto é a cidade de Valência, no Estado de Carabobo.

“Há uma história de êxito dos palestinos na sociedade venezuelana. Por ser histórico, o palestino forma parte do tecido social, não é uma comunidade alheia. é uma comunidade ativa, que tem clubes e luta por uma união cada vez maior”, afirma.

Apesar de culturas muito diferentes, o embaixador vê uma semelhança na situação dos dois territórios: os ataques internacionais. Para Alzaben, as sanções impostas pelos EUA são como as bombas que caem na Faixa de Gaza e atingem toda a sociedade venezuelana.

“A Venezuela também é alvo de um bloqueio desumano que, às vezes, são como as bombas. As sanções têm como objetivo atingir toda a sociedade venezuelana. É outro tipo de genocídio, sem bombas. O bloqueio impossibilitou de trazer vacinas na pandemia. Equipamentos de tratamento de câncer. Então compartilhamos isso. As sanções são equivalentes às bombas”, afirmou. 

A esperança de Alzaben é que a articulação, a pressão e medidas mais contundentes da comunidade internacional encerrem o genocídio na Faixa de Gaza.

“Venezuela e Palestina têm o mesmo adversário. Nós já sabemos que o apoio incondicional dos EUA não vai acabar, mas pelo menos dizer para Israel: basta, até aqui chega. Não pode continuar matando um povo inocente”, conclui.

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
Tags: genocídiohamasisraelpalestinavenezuela
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