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Monocultura do eucalipto expulsa populações de seus territórios no Extremo Sul da Bahia

Central do Brasil desta sexta (7) debateu a aprovação da nova lei sobre cultivo de eucalipto e pinus

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
O desequilibrio ecológico causado pela monocultura é um dos fatores que prejudicam pequenos agricultores - Harrison Lopes/De Olho nos Ruralistas

Em 31 de maio, o presidente Lula sancionou uma lei que exclui o cultivo de eucalipto e de pinus da lista de atividades que precisam de licenciamento ambiental. A decisão não levou em conta recomendações do Ministério Público Federal e foi criticada por ambientalistas e movimentos populares.

Para comentar o assunto, o Central do Brasil desta sexta-feira (7) entrevistou Felipe Otávio Campelo e Silva, da direção estadual do MST da Bahia e da coordenação da Escola Popular de Agroecologia e Agrofloresta Egídio Brunetto. A escola fica no Extremo Sul da Bahia, região onde há muitas plantações de eucalipto.

"A monocultura do eucalipto vem se estabelecendo na região a partir da década de 80, e basicamente, ela tem expulsado povos tradicionais, camponeses e indígenas por uma série de motivos. Tanto na sua entrada na região, com a pistolagem, com a grilagem de terras, até a dificuldade das famílias permanecerem na terra, porque estão cercadas de eucalipto por todos os lados", explica Campelo e Silva.

O desequilíbrio ecológico estabelecido nessas regiões, causado pela monocultura com uso de agrotóxicos, também acaba expulsando os agricultores. "O aumento do número de pragas acaba limitando a possibilidade dessas famílias camponesas permanecerem em suas áreas". 

No entanto, para Campelo e Silva, a aprovação do projeto não surpreende. 

"A bancada ruralista tem interferido diretamente nas mudanças das legislações. A conjuntura, a organização política dentro de Brasília, dentro do Congresso, tem permitido o desmonte dos mecanismos de preservação do meio ambiente, de regulação ambiental. Então, na verdade, não foi muito uma surpresa. Mas esperávamos que (Lula) vetasse. Seria um movimento importante, simbólico", afirma. 

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta quarta-feira (5) do Central do Brasil, que está disponível no canal do Brasil de Fato no YouTube.

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Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.

Edição: Thalita Pires