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CULTURA

Um parahybano calado é um poeta: raio-x sobre o cenário poético atual

"Há de se saber que até no direito de lutar há muita e muita poesia", diz o poeta Rhudá, radicado na Paraíba

08.jul.2024 às 12h05
João Pessoa
Rhudá

Rhudá, autor deste texto. Recentemente, o artista lançou seu primeiro EP intitulado 'Ascendente em Cor de Mel'. - Foto: Bruno Vinelli/@bvinelli.

Por Rhudá*

I – No princípio Deus criou a terra e a poesia de Parahyba

A poesia de Parahyba começa não só em adorno fluvial, em seus córregos e expansão de água, ou em terras perfeitas e montante em mudança do Litoral ao Sertão, ela começa anteriormente à colonização, antes da gênese deles, começa com a parte quase que deixada de lado. Um indígena começa onde a poesia sempre foi a vida e seus desígnios ricos em afazeres, responsabilidades e, sobretudo, propósito.

Posteriormente, Ab urbe condita [desde a fundação da cidade], a poesia ficou também seccionada entre a elite dominante (em status de exaltação e pensamento letrado sobre si mesmos, vendo tudo aquilo que acontecia socialmente com uma forma de espetacularização grafada em suas correntes de escrita) e as pessoas que faziam acontecer, porque pouco se diz que também dessas pessoas, que estavam nessa de fazer poesia com as próprias mãos e sempre estiveram, pessoas com os pés em África, pessoas de Pindorama, subjugadas a trabalhadores no geral que na base da pirâmide exerceram sua função poética na sociedade, primeiramente fazendo o que era de dever imposto, subsistência e para além, ao mesmo tempo, trazendo a sabedoria objetiva e pulsante em vida, além da inteligência nunca subserviente e rica. 

A fome nunca foi só de pão, há de se saber que até mesmo os padeiros fazem poesia, há de se saber que a cultura popular é pura poesia, há de se saber que até no direito de lutar há muita e muita poesia, porque há poesia nos pães, na portaria, nos banheiros dos colégios, há poesia púrpura em cheiro de rosas, nas tias da merenda e até mesmo hoje nas camadas mais altas da sociedade, cheirando milhões, pois já estávamos fazendo poesia antes mesmo de nos dizerem o que era poesia, portanto, temos que validar o processo como um marco tirado de nós ao primeiro olhar.

O retratismo

Há uma diferença em quem faz o poema e quem faz o retratismo, esse retratismo é possibilitado hoje e hierarquizado, dentro dessa hierarquia, sai na frente pessoas que são letradas e mais, aos moldes do eco do que foi criado socialmente como sândalo de aceitação, porém não se existem essas camadas apenas, há uma discrepância, um agravante de cor/gênero, segregação de cor/gênero até nos limites quais não alcançam a consciência. Esse é o espaço amostral pequeno qual a poesia de Parahyba se enerva, poesia agora como retrato, poesia agora como cena e venda, como o que se tornou dela no senso comum. 

Viver e viver, sem ter o tino da vergonha de ser feliz basta? O que te faria feliz, basta?

II – Tão boa é a herança, qual tiram proveito

A terra

Parahyba, terra e milharal, canavial de poetas exímios/as, dos quais citarei em outro córrego textual, nunca foi uma falácia, pois as cabeças que passam e passaram por aqui, quais encantam e foram encantadas sempre tiveram o pretexto de mudança, sempre cantaram a mudança, nunca a subserviência. Sim, nós temos a noção disso, mas até que ponto?

A poesia, o retratismo, nunca foi propriamente apenas pelo ouro ou privilégios aqui, mesmo que seja o sonho de mudança de vida para determinadas pessoas, porque sonhar e lutar faz bem, a poesia e o retratismo falam por si, o que realmente existe é um brilho em auras flamejantes que se acendem no coração dos poetas, mas por que decidimos matar cá os poetas?

Por que decidimos matar-calar os sonhos dos poetas do mundo de cá?

Não parte só do princípio do vira-latismo regional da parte da elite, vira-latismo esse que enxerga predominância da aura máxima da beleza no sentido artístico, pessoal e moral para o que vem de fora, e a posteriori segue na cadeia e cadência do que vem para além fora e assim sucessivamente, mas por que decidimos matar-calar os sonhos dos poetas do mundo de cá?

Pelo simples fato que convém, porque um parahybano calado há de se segurar mais, há de ser mais vitimado, há de ser menos expressivo e há de ser mais submisso, porque ao contrário disso, quando resolvemos falar, temos nossa boca, nosso dividendo, nossas histórias, nossa trajetória, ancestralidade. O topo não mede esforços para calar o poeta de Parahyba, desde a pesada desonestidade da desvalorização, simplesmente porque é um fator óbvio-estrutural, coisa essa que aplaude a manutenção sistêmica contra a inclusão de um senso crítico e estético da população em geral para própria população, mantendo assim uma pirâmide bem sedimentada, além de outras problemáticas quais não cabem-devem entrar hoje nesse texto.

III – E viu Deus que era bom

O mote da resolução

Viver de escrita no Brasil e principalmente no Nordeste pode custar muito caro. Parahybamente falando também, porque pode não acontecer e geralmente acaba-se pagando literalmente para ver, para custear um livro, para arder em vender, pode custar a alma artística, (preceito almático que não é estático, pois mudamos a todo tempo). Mas alguma coisa desde a criação do “eu poético” é importante em não nos deixar cairmos na cilada da estatística de poetas desistentes em Parahyba, dos quais dados não existem e talvez nunca existirão.

Os poetas e retratistas estão em sua maioria ofuscados num fluxo de não conseguir exercer apenas o seu trabalho aqui, porque arte é também trabalho, porque arte também é função

Os poetas em sua maioria estão vivendo em escombros, dos condomínios às vielas, separam-se em mais oportunidades diretas ainda, socialmente falando, dor que se individualiza também. Todavia aquele que pensa no coletivo tende a praticar mudanças, não só na mudança diária ou em suas aspirações de dissonância cognitiva ao romper crenças estruturais, cujos os poetas estão acostumados a manipular palavras para tal uso na benesse da ruptura da estrutura do comum, os poetas e retratistas estão em sua maioria ofuscados num fluxo de não conseguir exercer apenas o seu trabalho aqui, porque arte é também trabalho, porque arte também é função, digo isso porque vejo poetas precisarem de um calço financeiro além, trabalhando fora de suas funções, para poder sobreviver com o mínimo, exercendo diversas funções em arte para ter o mínimo de dignidade capital, vivendo para além dos pouquíssimos editais de financiamento para a propagação de seus trabalho.

Na progressão disso, quando se é coletivista, tende a mirar mudanças estruturais na sociedade, lutando, assim, por políticas públicas mais inclusivas, não apenas para os fazedores de cultura, mas para quem consome, cobrando aos gestores sempre mais e da população também o seu olhar para com o orgulho de Parahyba, tal qual pressuposto engolido ainda pelo fluxo do medo de expressá-lo ao se pensar que aqui nada se cria, mas o fato é que aqui tudo se cria, se transforma e nada se perde.

*Rhudá (@_rhuda) tem 27 anos, nasceu em Corumbá (MS), radicado em Parahyba aos quatro anos de idade é um escritor-poeta, performer, cantautor, instrumentista e artista visual.

**Este é um artigo de opinião e não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato PB.

Editado por: Carolina Ferreira
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