Professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa paralisaram as atividades docentes nesta quinta-feira, 1°, em defesa dos direitos da categoria. A mobilização teve como pauta a realização de novos concursos públicos na UEPG, a revogação da Lei Geral das Universidades (LGU) e a cobrança da data-base, que ao longo dos últimos anos já acumula quase 40% de defasagem nos salários.
Os docentes aprovaram no dia 24 de julho, em Assembleia Geral organizada pela Seção Sindical dos docentes da universidade (Sinduepg), uma paralisação das atividades para o dia 1° de agosto. A Seção Sindical dos Docentes (Sinduepg), estima 80% de adesão dos professores à paralisação, considerando os dois campi da universidade. Para o presidente do Sinduepg, professor Volney Campos dos Santos, a adesão dos professores mostra que a categoria está mobilizada na defesa dos seus interesses.“A avaliação do Sinduepg para a paralisação é positiva. Os docentes atenderam o chamado e paralisaram as atividades em defesa dos direitos da categoria”, destaca.
Durante a manhã, no campus central e no campus Uvaranas, o grupo de professores realizou panfletagem com objetivo de conscientizar a categoria sobre os ataques do governo do estado contra os servidores.
A direção do Sinduepg reivindicou à reitoria uma mudança no contrato dos professores temporários, com a remoção da cláusula que os impede de participar de atos de greve. “O Sinduepg entende que essa cláusula é abusiva por ser inconstitucional, além de configurar um ato de assédio moral e uma conduta antissindical”, enfatiza.
No período da tarde, o Sinduepg promoveu uma roda de conversa com o tema “A UEPG não cabe na LGU” e reuniu diversos professores e estudantes para debater assuntos relacionados à Lei Geral das Universidades, como o futuro dos cursos de pós-graduação na UEPG, a falta de professores e a política docente.
A agenda da paralisação se estendeu até à noite com a transmissão ao vivo do lançamento do relatório do 3° seminário estadual ‘Não à LGU’, organizado pelo Comando Sindical Docente em conjunto com as demais seções sindicais do Paraná.
Pautas
Todos os servidores do poder Judiciário e Legislativo, além dos servidores do Tribunal de Contas (TCE-PR), já tiveram suas revisões salariais aprovadas pela Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP). Somente os servidores do poder executivo, que entre outros profissionais inclui os professores das universidades estaduais do Paraná, não tiveram seus salários reajustados, conforme diz a Lei Estadual 15.512/2007.A data-base ocorre anualmente no início de maio e trata-se de referência essencial para assegurar que as remunerações dos docentes acompanhem a realidade econômica do país
A Lei Geral das Universidades, outro tema de destaque para a luta docente, reduz em 347 cargos de professores efetivos da UEPG. A categoria cobra, há anos, a realização de novos concursos públicos para compor o quadro de professores da universidade. Além dos impactos na carga horária docente, a LGU coloca em risco a continuidade de alguns cursos de graduação, como as licenciaturas.