ESPÍRITO OLÍMPICO

Paris 2024: Brasil tem condições de superar recorde de medalhas das Olimpíadas de Tóquio, avalia jornalista esportivo

Luiz Ferreira comenta resultados e exalta conquistas de Rebeca Andrade, maior medalhista olímpica do Brasil

Brasil de Fato | São Paulo (SP) |
Rebeca Andrade em primeiro no pódio após vencer Biles, que ficou com prata, e Jordan Chiles, que ficou com bronze, na final do solo feminino de ginástica artística - Foto: Gabriel Bouys / AFP

O Brasil conquistou até agora 11 medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris. No início da última semana das Olimpíadas, que seguem até o próximo domingo (11), veio a conquista de mais um ouro. A responsável pela medalha foi a ginasta Rebeca Andrade, que desbancou a estadunidense Simone Biles na final individual do solo nesta segunda (5).

"Estamos completamente 'rebetizados'. O que Rebeca Rodrigues de Andrade fez e faz pelo esporte brasileiro, eu ainda estou procurando um nome para colocar. Além de histórico, foi glorioso. Por mais que a Simone Biles tenha falhado e tenha provado para nós que ela é humana, a Rebeca Andrade superou mais uma vez", comemora o jornalista esportivo Luiz Ferreira, que falou sobre os jogos no programa Central do Brasil.

"Muita gente dizia que ela só foi campeã em Tóquio porque a Simone Biles não competiu para se preservar, para cuidar da saúde mental. E a Rebeca Andrade venceu com muito talento, muita perseverança, muita força de vontade, para fazer uma série de solo praticamente perfeita, e pegar a segunda medalha de ouro do Brasil", relembra o jornalista, já que a atleta brasileira já tinha ganhado ouro no salto e prata no individual geral nas Olimpíadas de Tóquio, em 2020.

Com a nova conquista em Paris, Rebeca se tornou a maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos. Nascida em Guarulhos, na Grande São Paulo, a ginasta é beneficiária do Bolsa Atleta, do governo federal. Em viagem cumprindo agenda oficial, o presidente Lula parabenizou Rebeca na rede social X e lembrou que é a quarta medalha dela nesta edição das Olimpíadas.

Agora, o Brasil acumula duas medalhas de ouro, quatro de prata e cinco de bronze. Luiz Ferreira acredita que está dentro do esperado e tem expectativa de mais conquistas.

"O Time Brasil está de parabéns, e aí dá pra destacar, principalmente, a medalha por equipes no judô, a medalha da Beatriz Souza – a medalha de ouro foi uma coisa fantástica –, e a Rebeca conquistar quatro medalhas numa só Olimpíada, não é pra qualquer um. O que o Time Brasil segue fazendo em Paris é histórico. Tem decepções, frustrações, mas acho que a gente tem muito mais motivos para comemorar."

"Se a gente for contar, nesse período, nesse mesmo dia, em Tóquio 2020, a gente estava praticamente com o mesmo número de medalhas. Então, a gente ainda tem o Gabriel Medina, a gente tem a Tatiana Weston-Webb no surf, a gente ainda tem o Isaquias Queiroz na canoagem, a gente ainda tem o vôlei feminino, que pra mim pode conquistar uma medalha, a gente tem o Alison dos Santos, o Piu, que está nas semifinais dos 400 metros", lista o jornalista. "A gente pode, tem capacidade, tem condição, inclusive, de superar o número de medalhas em Tóquio."

Em 2020, o Brasil bateu o recorde de medalhas em uma edição: foram 21.

Luiz também comenta algumas polêmicas envolvendo os Jogos Olímpicos. No último sábado (3), no jogo de futebol feminino do Brasil contra a França, pelas quartas de final, a arbitragem deu 16 minutos de acréscimo e deixou o jogo rolar por mais alguns minutos. Apesar disso, o seleção brasileira conseguiu manter o placar de 1 a 0 e avançar para semifinal.

"Colocaram a arbitragem, 20 minutos de acréscimo, Macron, o Asterix Obelix [série de história em quadrinhos criada na França], o Gambit, a legião estrangeira, todo mundo e não adiantou", diz com bom humor. "O Brasil tinha que ganhar, passou para a semifinal. Tem dias que não adianta, a gente tem que ir."

"Na série da Rebeca na trave, faltaram alguns elementos, mas o brasileiro, principalmente nos esportes que são dominados por europeus e norte-americanos, ainda é visto com uma certa desconfiança. Te dou um exemplo bem claro: a ginástica rítmica brasileira tem tudo aí para conquistar uma medalha, mas sofrem com o peso dos juízes. Ainda há um certo preconceito, não só com brasileiros, mas com latino-americanos, com africanos. A galera sempre olha meio torto, mas o talento sobressai", conclui.

A entrevista completa, feita pela apresentadora Luana Ibelli, está disponível na edição desta segunda-feira (05) do Central do Brasil, no canal do Brasil de Fato no YouTube.

 

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O Central do Brasil é uma produção do Brasil de Fato. O programa é exibido de segunda a sexta-feira, ao vivo, sempre às 13h, pela Rede TVT e por emissoras parceiras.

Edição: Thalita Pires