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Início Política

MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Observatório das Metrópoles | Da mudança à emergência climática… Um clima de tensão!

A emergência climática exige novas estratégias de governança e ocupação de território

20.ago.2024 às 22h17
Curitiba (PR)
Francisco Mendonça

Encarar o reordenamento do teritório sob a perspectiva das mudanças climáticas tornou-se um imperativo dos nossos dias. - Foto: Giorgia Prates

Desde 2015 somos levados, de maneira ampla, a entender que o preocupante turning point ambiental do planeta foi atingido… que as profundas mudanças nas bases ecológicas da vida, inclusive e principalmente da vida humana, estão definitivamente comprometidas, irreversível e profundamente transformadas e metamorfoseadas, conforme nos fala Ulrick Beck (2016).

Transformações e mudanças acontecem em todos os campos o tempo todo; mesmo as mais arraigadas permanências têm suas temporalidades. A concepção secular do clima como sendo algo estático (século XIX) foi suplantada por aquela que passou a concebê-lo na perspectiva dinâmica em meados do século XX. Após a década de 1990 é que a ideia de mudança climática, acelerada na modernidade, atinge a esfera política internacional e domina o debate ambiental geral no planeta; é no bojo desta concepção que os apelos à mitigação (redução das emissões de gases de efeito-estufa) e à adaptação (ecológica e social) a condições climáticas severas tomam relevância de maneira ampla na sociedade. 

Com a criação do International Panel on Climate Change  IPCC (1988) e a realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Eco-92, no Rio de Janeiro, o cenário político internacional inaugura novas instâncias consultivas e deliberativas de políticas ambientais e climáticas gerais. No contexto da pós-modernidade, da globalização e das mudanças ambientais e climáticas globais, foram criadas a Convenção da Biodiversidade e a Convenção das Mudanças Climáticas Globais (Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), encarregadas de avançar no conhecimento e no debate das respectivas temáticas, com vistas a embasar deliberações políticas relativas ao monitoramento e controle da degradação ambiental, tendo em vista garantir a vida humana no futuro do planeta.

Ainda que o Protocolo de Kyoto, assinado durante a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em 1997, tenha estabelecido, sob intensos conflitos entre as partes, metas a serem cumpridas pelos diferentes países quanto às emissões dos gases de efeito-estufa, o que se observou nas décadas seguintes, e de maneira geral, foi o não cumprimento delas. Importante destacar o papel desempenhado pelo Brasil no âmbito das negociações que se estabeleceram deste então até 2015: o país liderou a tomada de posições relativas às responsabilidades diferenciadas na condução do processo, desempenhando ação destacada na proposição de medidas de enfrentamento do problema. Lamentavelmente aquele protagonismo enfraqueceu por ocasião do golpe político de 2016 (contra a Presidenta Dilma Roussef) e foi ao chão, vergonhosamente, como decorrência da posição tomada pelo governo brasileiro de 2018-2022, alinhado que esteve ao presidente dos Estados Unidos e aos vários e espúrios interesses da direita e extrema-direita brasileira do período!

O aquecimento climático global rapidamente se configurou para além das perspectivas prognosticadas pela ciência, delineando aspectos do cenário pessimista que já apontava uma elevação térmica da atmosfera da Terra, em grandeza fortemente comprometedora à ecologia e à vida humana no planeta! Em tais circunstâncias os dados meteorológicos passaram a registrar a intensificação e a maior repetição de eventos climato-meteorológicos extremos, tais como inundações, secas, ondas de calor, ondas de frio, tempestades, furacões etc. A extinção de espécies animais e vegetais teve, no mesmo período das últimas décadas, uma preocupante elevação como resultado de mudanças importantes nas características dos climas de muitos lugares. Essa constatação foi evidenciada na 21ª Conferência das Partes de Paris, realizada em 2015, momento a partir do qual se passou a conceber que vivenciamos um estado de “emergência climática”, dimensão na qual a mitigação e a adaptação não são mais suficientes para lutar contra a debacle que se instalara no planeta, tornando-se imperativo desenvolver a resistência em face da gravidade do problema!

As causas do problema, e de sua intensificação, são largamente conhecidas tanto em suas particularidades (consumismo, uso exacerbado de energia fóssil, desmatamento etc.) quanto no que concerne à lógica do sistema político-econômico dominante na Modernidade – o capitalismo e suas mazelas! Também conhecida é a injusta vitimação da população em estado de pobreza e miséria (mais da metade da população mundial) e que, devido à sua maior vulnerabilidade aos impactos dos eventos climáticos extremos, não tem condições de fazer face a eles. 

As ameaças e os perigos associados aos diferentes e complexos riscos híbridos da emergência climática irão assolar cada vez mais e em maiores proporções os assentamentos humanos e as populações ainda mais vulneráveis e indefesas… sob o ponto de vista dos cenários climáticos presentes e futuros, a catástrofe e a tragédia se instalarão mais intensamente no cotidiano das mais diferentes populações do planeta, com flagrante injustiça socioambiental, especialmente no Sul Global!

Há um antídoto para uma tal tragédia? Sim, de médio a longo prazo e na dependência de mudanças substanciais no modo de vida, no sistema político e na atual configuração territorial dos Estados Nacionais soberanos do presente (BECK, 2016). Cientes de que a natureza, em seus elementos, fenômenos e configurações, não se limita às fronteiras dos estados nacionais modernos urge, portanto, rever a forma como a humanidade se estabeleceu sobre a face do Planeta; urge uma nova forma de organização social sobre o espaço geográfico tendo como base o conhecimento e respeito à organização da natureza (SERRES, 1986)!

Inúmeras iniciativas e ações devem ser desenvolvidas nas mais diferentes escalas espaciais e temporais, visando arrefecer o problema, ainda que sua reversão já tenha se tornado impossível. Políticas e ações de macroorganismos e instituições devem aprofundar suas perspectivas para atuação na escala global; todavia, numa perspectiva de downscaling, é na dimensão regional e das cidades que muito se pode e deve ser feito! Do repovoamento vegetal-florestal rural e urbano à redução do consumismo e à mudança do padrão da mobilidade embasada em combustíveis poluentes, para ficar somente nestes exemplos, muito pode ser feito! Neste momento em que, no Brasil, a alternância dos governos municipais passa por um processo eleitoral e de convencimento dos votantes, intensificar as propostas de intervenção urbana e rural, visando o enfrentamento da emergência climática torna-se um imperativo de cidadãos e de movimentos sociais gerais.

Profundamente impactados pela tragédia pluviométrica do final de abril e início de maio de 2024, os gaúchos se veem obrigados a rever suas práticas de ocupação do território e de exploração da natureza; no grave episódio que se abateu sobre o Estado do Rio Grande do Sul tomou evidência a interação entre fenômenos climático-meteorológicos extremos, a urbanização/ocupação do solo desenfreada e em áreas de risco, sob fenômenos associados à intensificação da emergência climática… sim, o futuro já começou! Lições podem e devem ser tiradas dessa catástrofe, seus detalhes devem pesar na agenda política de municípios e estados brasileiros, assim como da nação como um todo! Encarar o necessário reordenamento do território sob a perspectiva das mudanças e emergência climática tornou-se um imperativo dos nossos dias aos governantes, decisores, movimentos sociais e cidadãos/cidadãs! 

Conferir a inserção das medidas de enfrentamento das mudanças climáticas nos planos de governos de todos os candidatos, e cobrar o cumprimento dos compromissos assumidos em campanhas, assim como das mais diferentes instituições sociais e dos cidadãos, constitui um passo fundamental para garantir a segurança da ecologia e da vida humana futura nos mais diferentes cenários das mudanças climáticas globais! É preciso ir à luta, agir… já estamos um tanto atrasados! Vamos juntos?

Referências

BECK, Ulrick. A metamorfose do mundo – Como as alterações climáticas estão a transformar a sociedade. Lisboa: Edições 70, 2016.
SERRES, Michel. Le contrat natural. Paris: Champs/Flammarion, 1986.
 

Editado por: Mayala Fernandes
Tags: crise climáticamudanças climáticas
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