Bancários e bancárias de diversas partes do estado realizaram nesta quinta-feira (22), uma caminhada pelas ruas do centro de Porto Alegre. A atividade integra o Dia Nacional de Luta Contra a Terceirização e o calendário da Campanha Nacional dos Bancários, que tem como objetivo pressionar a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na reta final da campanha salarial. A caminhada partiu da Praça da Matriz e seguiu até a Praça Montevidéu, em frente à Prefeitura.
Após mais de dois meses de campanha e nove rodadas de negociação, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) propôs, nesta quarta-feira (21), perda salarial de 0,57% para os trabalhadores. Considerando a projeção para data-base 1º de setembro, 3,96%, a proposta para o reajuste dos bancários 2024 foi de 85% do INPC, equivalente a 3,37%, o que significa perda salarial de 0,57%. O índice foi rejeitado na mesa de negociação.
“Não vamos aceitar proposta rebaixada. Proposta decente já!”, exclamavam os representantes dos trabalhadores, após proposta levada pela Fenaban na nona rodada de negociação, de reajuste abaixo da inflação, de 85% do INPC – prontamente rejeitada na mesa pelo Comando Nacional dos Bancários.
Conforme ressaltou o presidente do SindBancários de Porto Alegre e Região, Luciano Fetzner, a situação dos trabalhadores gaúchos torna-se mais grave após as enchentes. "Além de maltratar os funcionários, os bancos viram as costas para a população gaúcha, sem dar o suporte necessário para o enfrentamento da crise. O pequeno empresário precisa de crédito barato, mas os banqueiros não dão; a população precisa de crédito barato para reconstruir suas vidas depois da calamidade, mas os banqueiros não dão. Porque os bancos só pensam no lucro, só pensam em explorar”, expôs o dirigente.
Para Sabrina Muniz, dirigente da Fetrafi-RS, os banqueiros choram, dizem que têm problema com a concorrência dos bancos digitais, mas o que se vê são lucros recordes. “Chega de conversa mole, precisamos ter reconhecimento do nosso trabalho, afinal, são os trabalhadores e trabalhadoras que fazem o lucro acontecer. Estamos aqui juntos para mostrar que estamos mobilizados e que, se preciso for, vamos parar tudo”, demarcou a dirigente.
“Tenham certeza que, enquanto os bancos não trouxerem propostas que contemplem as reivindicações nesta Campanha Salarial dos Bancários, tanto para os funcionários, quanto para o atendimento à população, os bancários e bancárias de todo o país vão continuar nas ruas e na internet, expondo a indecência dos banqueiros do Brasil”, finalizou Fetzner.
* Com informações do SindBancários.