Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Direitos Direitos Humanos

violência

Impunidade e falhas nos processos: pesquisa mostra atuação da Justiça em massacres no campo

'Arco do desmatamento é arco do massacre': 82% dos casos aconteceram na Amazônia Legal

23.ago.2024 às 00h10
Brasília (DF)
Bianca Feifel e Rafaela Ferreira

Pesquisa foi lançada durante o Seminário dos Povos e Comunidades contra a Violência no Campo, nesta quinta-feira (22), em Brasília - Foto: Heloisa Sousa da CPT

De 1985 a 2019, o Brasil registrou 50 massacres no campo. A análise aprofundada desses casos revela um sistema de Justiça que falha em proteger povos indígenas, comunidades tradicionais e trabalhadores rurais, perpetuando a impunidade e a injustiça. 

É o que aponta a pesquisa Massacres no Campo, lançada pelo Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos Sociais (IPDMS), em parceria com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), nesta quinta-feira (22), em Brasília. 

O relatório identifica sete características da atuação do Sistema de Justiça Criminal brasileiro para a apuração de responsabilidades nos casos estudados: parcialidade, seletividade, corporativismo, ritualismo, morosidade, precariedade e desconsideração às vítimas. 

"O lançamento dessa pesquisa é muito importante, especialmente para que chegue às pessoas que são atingidas por esses massacres, para que elas consigam reivindicar perante a justiça que esses casos sejam melhor apurados, e gerem o resultado esperado, mas principalmente que as pessoas envolvidas sejam responsabilizadas", afirmou ao Brasil de Fato DF Halyme Antunes, integrante do IPDMS. 

Para entender melhor as dinâmicas de como os massacres são julgados pelo Judiciário brasileiro, os pesquisadores aprofundaram a análise de seis dos 50 casos: os massacres de Viseu-Ourém (1985), Fazenda Ubá (1985), Corumbiara (1995), Eldorado dos Carajás (1996), Felisburgo (2004) e Pau D'Arco (2019).

Em um balanço inicial dos casos, a pesquisa reconheceu que 46% dos massacres no campo ocorreram entre os anos 1985 e 1988. O dado sugere um acirramento dos conflitos agrários e da violência no campo nos anos iniciais da transição democrática, o que, segundo o relatório, foi um "reflexo da reação organizada de proprietários à revitalização dos movimentos de ocupação de terra e do anúncio da Proposta de Plano Nacional de Reforma Agrária (PNRA)".

O arco do desmatamento é o arco do massacre

82% dos massacres analisados aconteceram na Amazônia Legal, mais especificamente na região denominada "Arco do Desmatamento", o que demonstra uma interconexão entre a violência extrema que abate trabalhadores rurais, comunidades tradicionais e a sociobiodiversidade brasileira, e a destruição ambiental.

"O arco do desmatamento é o arco dos massacres", definiu Diego Dhiel, também do IPDMS. "Isso tem a ver com a expansão do capital e das fronteiras agrícolas, políticas de colonização da ditadura", explica o pesquisador. "É o latifúndio avançando sobre a posse de camponeses e usando o massacre, muitas vezes, para dar 'um recado pedagógico'".

O estado do Pará é o principal epicentro da violência, com 29 casos. Em segundo lugar vem Rondônia, com sete. Três dos seis massacres estudados com profundidade na pesquisa aconteceram no Sul e Sudeste do Pará.

Os pesquisadores também constataram que os territórios afetados estão envolvidos em disputas relacionadas à propriedade da terra e consequente insegurança jurídica. "São casos, em grande parte, em que houve grilagem ou tentativa de grilagem de terras. Então, uma forma de promover a paz no campo é a regularização fundiária", destaca Diego.

Impunidade do Estado e falhas nos processos

A pesquisa também revela falhas do Estado na responsabilização de mandantes e executores dos massacres no campo.

No massacre de Pau d'Arco, por exemplo, a pesquisa aponta que a entrada da Polícia Federal alterou completamente a qualidade da apuração do caso. No entanto, a maioria das ocorrências não são federalizadas, e a Polícia Civil ou Militar –  que em alguns casos também está envolvida nos atos de violência – são responsáveis por apurar o ocorrido.  

"Enquanto Brasil não preparar seu sistema de Justiça e suas autoridades para uma ágil produção de provas, o que a gente vai ter são inquéritos e processos baseados em provas frágeis, produção de nulidades, o que acaba favorecendo os responsáveis  pelos massacres, sejam os mandantes ou os executores", avalia Diego Dhiel. 

O pesquisador destaca que, nesse tipo de crime, boa parte das provas precisam ser produzidas nas primeiras horas após a violência. 

"Não produzimos um documento para ficar guardado nas bibliotecas das universidades. Ele está sendo devolvido para as comunidades para ser um instrumento de luta", afirmou Euzamara de Carvalho, do IPDMS, em relação a pesquisa. 

Seminário Povos e Comunidades contra a Violência no Campo

A pesquisa Massacres no Campo foi lançada durante o Seminário dos Povos e Comunidades contra a Violência no Campo, na manhã desta quinta-feira (22), no Centro Cultural de Brasília (CCB). 

A intenção do evento foi alertar para a grave situação de insegurança que assola comunidades e territórios do país, denunciar o alto índice de violência contra os povos e exigir ações efetivas do Estado. 

Lideranças dos povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, camponeses, comunidades ribeirinhas, vazanteiros, quebradeiras de coco babaçu e outras representações estão reunidas para debater e denunciar as diversas formas de violência.

A quebradeira de coco Rosa Costa fala do desafio que é enfrentar a devastação ambiental e o envenenamento dos babaçuais em todos os territórios dos povos no estado do Maranhão.

"O que tem crescido é nossa organização para que possamos enfrentar esse tipo de violência", diz Rosa.

:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato DF no seu Whatsapp ::

Editado por: Flavia Quirino
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Mês do orgulho

‘O Congresso nunca aprovou uma lei para a população LGBT+’, denuncia Duda Salabert

AS VEIAS ABERTAS

‘A besta do fascismo está muito solta na América Latina’, diz diretor de peça em cartaz em SP

FUNCIONA MESMO?

Mais da metade dos créditos de carbono da Amazônia está ‘contaminada’ pela mineração

Projeto de Lei

Destinação de royalties do petróleo para cotistas é vitória para os estudantes, diz UNE

Marco

Parlamentares e sociedade civil lançam relatório para ‘política eficaz’ na Cracolândia 

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem Viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
  • Bem Viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevistas
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.