A MetSul Meteorologia emitiu um alerta no sábado (7) para condições de qualidade do ar ruins a muito ruis no Rio Grande do Sul. A situação deve seguir delicada no começo da semana no estado, exigindo cuidados especialmente para grupos sensíveis. Ainda de acordo com a Metsul, dados de qualidade do ar com base em modelagem numéricas e estimativas por satélite do final da tarde de sábado indicavam AIQ, valendo-se da escala da agência ambiental dos Estados Unidos (EPA), ruins a muito ruins em grande parte do território gaúcho, exceção do extremo Sul do estado (região do Chuí e de Santa Vitória do Palmar).
A piora na qualidade do ar no estado está ligada à entrada de fumaça oriunda de queimadas na região amazônica. Sul do Amazonas, Pará, Mato Grosso e Bolívia registram elevado número de focos de incêndio em setembro. Paraguai também registra queimadas, cuja fumaça chega ao RS. Na sexta-feira (6), o Brasil registrava 2.758 focos de incêndios, de acordo com o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), com focos em todos os biomas.
Bruno Brezenski, ativista ambiental que faz uso da metaciência para elaborar dados sobre as queimadas e a fumaça, usou as redes sociais na manhã deste domingo alertando para a insalubridade do ar. “Hoje acordamos já com muita fumaça em todo Brasil. Especial atenção para os moradores do estado do RIO GRANDE DO SUL e SÃO PAULO, onde uma grande massa de Partículas Tóxicas está concentrada”, afirma Brezenski.
O ativista ambiental e divulgador científico explica em suas postagens que o “sol vermelho sempre significa grande concentração de gases e partículas. Elas refletem o azul para o espaço e somente o amarelo vermelho atravessam”. Era a situação de Porto Alegre na tarde de sábado, quando circulavam inúmeras imagens do céu com sol avermelhado.
Orientações para evitar exposição à fumaça
No último dia 3 de setembro, o Ministério da Saúde divulgou recomendações à população para reduzir a exposição às partículas resultantes das queimadas. Uma das principais preocupações é a exposição à poluição atmosférica combinada com os efeitos das ondas de calor, que são frequentes nesta época do ano em grande parte do país.
▪Aumente a ingestão de água e líquidos para manter as membranas respiratórias úmidas e protegidas.
▪Permaneça em ambientes fechados, preferencialmente bem vedados e com conforto térmico adequado. Quando possível, busque ambientes com ar condicionado e filtros de ar para reduzir a exposição.
▪Mantenha portas e janelas fechadas durante os horários de maior concentração de poluentes no ar, para minimizar a penetração da poluição externa.
▪Evite atividades físicas ao ar livre durante este período do ano.
▪Não consuma alimentos, bebidas ou medicamentos que tenham sido expostos a detritos de queima ou cinzas.
▪Utilize, preferencialmente, máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100, que podem reduzir a inalação de partículas se usadas corretamente por pessoas que precisem sair de casa. No entanto, a recomendação prioritária é permanecer em locais fechados e protegidos da fumaça.
Grupos de Risco
Crianças menores de 5 anos, idosos e gestantes devem ter atenção redobrada às recomendações acima. É crucial estar atento a sintomas respiratórios ou outras complicações de saúde e buscar atendimento médico o mais rapidamente possível. Para adultos e idosos, há um aumento do risco de eventos cardiovasculares e respiratórios combinados.
Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios ou imunológicos devem:
▪Buscar atendimento médico imediatamente na ocorrência de sintomas.
▪Manter medicamentos e itens prescritos sempre disponíveis para o caso de crises agudas.
▪Avaliar a possibilidade e segurança de se afastar temporariamente da área impactada.