Mostrar Menu
Brasil de Fato
ENGLISH
Ouça a Rádio BdF
  • Apoie
  • TV BdF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • I
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Opinião
  • DOC BDF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Mostrar Menu
Brasil de Fato
  • Apoie
  • TV BDF
  • RÁDIO BRASIL DE FATO
    • Radioagência
    • Podcasts
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
Mostrar Menu
Ouça a Rádio BdF
Nenhum resultado
Ver todos os resultados
Brasil de Fato
Início Internacional

ELEIÇÃO NOS EUA

Kamala e Trump são opostos? Três exemplos mostram que nem tanto

Temas como Palestina, China e exploração de combustíveis fósseis não devem mudar seja quem for eleito

05.nov.2024 às 13h38
São Paulo (SP)
Giorgio Romano

A democrata Kamala Harris e o republicano Donald Trump em comícios da campanha presidencial - Foto: Brendan SMIALOWSKI, Ian Maule / AFP

O mundo está apreensivo, e as apostas correm soltas diante do Fla-Flu que se tornou a disputa presidencial entre Kamala Harris x Donald Trump. Muitos pensam que a população estadunidense com direito a voto vai escolher seu novo líder entre dois extremos. Mas, será? Em vários pontos, sim, sobretudo no âmbito das políticas sociais.

Não é à toa, por exemplo, que a grande maioria dos afro-americanos deve votar em Kamala. Também os europeus se lembram de como foram esculhambados durante o governo Trump, e o mesmo vale em vários aspectos para a América Latina. Mas, em outros temas importantes, não fará tanta diferença ou nenhuma. Vou abordar três deles: a questão palestina, a exploração de petróleo e gás de xisto, e a relação com a China.

Estamos assistindo ao vivo a um genocídio, e quem tem dúvida sobre esse termo deve admitir, no mínimo, que se trata de um massacre indiscriminado. Há um festival de declarações e preocupações por parte de autoridades estadunidenses, mas o governo de Israel só consegue fazer o que está fazendo porque sabe que, no fundo, pode contar com o apoio incondicional dos EUA.

O governo Joe Biden enviou navios de guerra não para pressionar Netanyahu a declarar imediatamente o cessar-fogo, mas para avisar ao Hezbollah e ao Irã que um ataque mais forte a Israel será retalhado pela força militar estadunidense. É sob os olhos do governo Biden que Israel simplesmente expulsa a agência para refugiados palestinos (UNRWA), a única válvula de escape humanitária nos territórios ocupados, em particular em Gaza.

Kamala pode até ter alguma ambiguidade, mas, na campanha, foi obrigada a defender essa mesma política. Logo, não é verdade que Netanyahu precise esperar a chegada de Trump, embora sua convivência com o republicano seja mais amigável e ele não precise mais perder tempo com as inúmeras e inúteis visitas do Ministro de Relações Exteriores democrata, como foi o caso de Antony Blinken no governo Biden.

Há um problema em Michigan, que concentra uma população árabe-americana e de americanos de origem palestina. Ao mesmo tempo, Michigan é um estado-pêndulo (swing state), ou seja, um dos sete que vão determinar o resultado das eleições. Mesmo assim, Bill Clinton, enviado a Michigan para usar seu capital político em prol do voto para Kamala, teve a inacreditável capacidade de, no dia 31 de outubro, fazer um discurso defendendo o massacre, com uma linguagem próxima à propaganda do Estado de Israel, justificando na prática a punição coletiva e indiscriminada.

Esse posicionamento "bipartidário" (compartilhado por ambos os espectros políticos), embora às vezes com tintas ligeiramente diferentes, se explica não só pelo lobby sionista nos próprios EUA, mas também, e sobretudo, pela importância do Oriente Médio para garantir a liderança global dos EUA. Israel é ainda um aliado atômico fundamental para exercer essa liderança na região. Junta-se a isso, no caso de Trump, o fanatismo de alguns grupos evangélicos. Logo, não é muito provável que os palestinos tenham alguma ilusão a respeito dos resultados das eleições.

O segundo exemplo é a exploração de petróleo e gás de xisto por meio da tecnologia de fracionamento hidráulico (fracking) em solo estadunidense. Em meados da década de 2000, os EUA estavam em pânico, pois cerca de 70% de seu consumo de petróleo vinha de importações, muitas vezes de países considerados pouco amigáveis ou instáveis.A invasão no Iraque, em 2003, deve ser vista, inclusive, nesse contexto.

A solução, porém, veio do que paradoxalmente é chamado nos EUA de "revolução energética". Pois é, em pleno século 21, o país com maior capacidade financeira e tecnológica apostou não em sair do fóssil, mas em voltar para o fóssil, inclusive em condições ambientais que parecem mais com a exploração do final do século 19.

Mas deu certo: o país mais que dobrou sua produção de hidrocarbonetos e se tornou, de forma surpreendente, o maior produtor de gás e petróleo do mundo. Os EUA tornaram-se, na prática, autossuficientes, considerando também o acesso ao petróleo e gás do Canadá. E, após a guerra na Ucrânia, tornou-se o maior exportador de gás para a União Europeia e o maior exportador de Gás Natural Liquefeito (GNL).

Dessa forma, os EUA superaram, pelo menos por enquanto, uma grande vulnerabilidade. Todos os governos apoiaram esse processo: Bush Jr., Obama, Trump, Biden e qualquer um dos dois candidatos. Sim, em algum momento da sua carreira política, Kamala fez campanha por um tipo de moratória sobre o xisto, e Trump abraçou o xisto como se fosse seu brinquedo preferido, mas, ao final, ambos se declararam a favor de continuar essa política, não obstante as considerações ambientais.

E isso por um motivo simples: o xisto dá aos EUA a energia necessária para garantir sua competitividade econômica e soberania energética, necessárias, inclusive, para suas forças armadas. Logo, os ambientalistas e outros setores preocupados com a dependência do xisto não terão nenhuma ilusão, e os investidores e interesses financeiros em torno do xisto terão dormido tranquilamente essa noite.

Por último, podemos dizer que também em relação à China, há pouca ou nenhuma diferença. Embora Kamala traga mais previsibilidade e racionalidade, o ponto é que ambos os espectros políticos consideram como sua mais elevada missão garantir a reafirmação da hegemonia estadunidense e entendem que, para isso, é fundamental estancar a ascensão chinesa.

Por isso, inclusive, Biden, ao iniciar seu governo, não interrompeu as sanções econômicas e tecnológicas contra a China, introduzidas pela chamada "guerra comercial" iniciada por Trump. Pelo contrário, em vários aspectos, sobretudo no que diz respeito aos microprocessadores, aumentou o cerco. E, mesmo com relação a Taiwan, embora Trump, como homem de negócio tenha uma visão mais transacional e, em caso extremo, poderia negociar um acordo para abandonar a ilha a seu destino, isso é teoria.

Como vimos nas negociações que fez com a Coreia do Norte, na prática, ambos continuarão usando Taiwan como ferramenta na sua estratégia de conter a China, e serão as próprias forças armadas e de inteligência que terão a tarefa de evitar uma escalada indesejada no estreito de Taiwan.

Os três exemplos discutidos aqui têm em comum o fato de expressarem a vontade compartilhada de insistir na liderança dos EUA, ou melhor, a dificuldade de imaginar um mundo no qual os EUA não sejam o número um. Não ter concorrentes ou potencias que contestem seriamente esse posto permite ao país seguir escolhendo suas políticas com a certeza de inimputabilidade.

*Este é um artigo de opinião e não necessariamente representa a linha editorial do Brasil do Fato.

** Giorgio Romano Schutte, professor de Relações Internacionais da UFABC e membro do Observatório da Política Externa e da Inserção Internacional do Brasil (OPEB).

Editado por: Rodrigo Durao Coelho
loader
BdF Newsletter
Escolha as listas que deseja assinar*
BdF Editorial: Resumo semanal de notícias com viés editorial.
Ponto: Análises do Instituto Front, toda sexta.
WHIB: Notícias do Brasil em inglês, com visão popular.
Li e concordo com os termos de uso e política de privacidade.

Veja mais

Injustiça

‘O povo sempre encontra seu caminho’, diz Cristina após confirmação de condenação

EM ISRAEL

Ativista brasileiro Thiago Ávila, da Flotilha da Liberdade, está em greve de fome desde domingo

TERRITÓRIOS

Encontro reúne mulheres kilombolas do Pampa para debater participação política e representatividade

TRAMA GOLPISTA

Bolsonaro usa interrogatório no STF para falar com eleitores, analisa advogado

PERIFERIA CRIATIVA

Canoas recebe a exposição Diáspora Returns: um encontro entre África, América e cultura urbana

  • Quem Somos
  • Publicidade
  • Contato
  • Newsletters
  • Política de Privacidade
  • Política
  • Internacional
  • Direitos
  • Bem viver
  • Socioambiental
  • Opinião
  • Bahia
  • Ceará
  • Distrito Federal
  • Minas Gerais
  • Paraíba
  • Paraná
  • Pernambuco
  • Rio de Janeiro
  • Rio Grande do Sul

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.

Nenhum resultado
Ver todos os resultados
  • Apoie
  • TV BDF
  • Regionais
    • Bahia
    • Ceará
    • Distrito Federal
    • Minas Gerais
    • Paraíba
    • Paraná
    • Pernambuco
    • Rio de Janeiro
    • Rio Grande do Sul
  • Rádio Brasil De Fato
    • Radioagência
    • Podcasts
    • Seja Parceiro
    • Programação
  • Política
    • Eleições
  • Internacional
  • Direitos
    • Direitos Humanos
    • Mobilizações
  • Bem viver
    • Agroecologia
    • Cultura
  • Opinião
  • DOC BDF
  • Brasil
  • Cidades
  • Economia
  • Editorial
  • Educação
  • Entrevista
  • Especial
  • Esportes
  • Geral
  • Meio Ambiente
  • Privatização
  • Saúde
  • Segurança Pública
  • Socioambiental
  • Transporte
  • Correspondentes
    • Sahel
    • EUA
    • Venezuela
  • English
    • Brazil
    • BRICS
    • Climate
    • Culture
    • Interviews
    • Opinion
    • Politics
    • Struggles

Todos os conteúdos de produção exclusiva e de autoria editorial do Brasil de Fato podem ser reproduzidos, desde que não sejam alterados e que se deem os devidos créditos.