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'MACHOSFERA'

Crescimento de conteúdos misóginos no YouTube acompanha aumento da violência contra a mulher no Brasil 

Pesquisa inédita revela como influenciadores lucram com conteúdos de ódio às mulheres na plataforma de vídeos da Google

13.dez.2024 às 19h10
Brasília (DF)
Leonardo Fernandes

Ativistas protestam em Londres contra a negligência da empresa Google e da plataforma de vídeos YouTube sobre conteúdos violentos, em 2019. - Tolga Akmen/AFP

O Observatório da Indústria da Desinformação e Violência de Gênero nas Plataformas Digitais, criado por uma parceria entre o NetLab-UFRJ e o Ministério das Mulheres, divulgou, nesta sexta-feira (13), uma pesquisa inédita que sobre discursos misóginos em canais do YouTube no Brasil.  

Em coletiva de imprensa em Brasília, a ministra da pasta, Cida Gonçalves, destacou a importância das informações colhidas no estudo para a elaboração de políticas públicas para coibir os conteúdos de caráter misógino, e defendeu a tipificação do crime de ódio contra as mulheres.  

"A gente tem que começar, a partir desses dados, um aprofundamento e, na minha avaliação, sobre a tipificação, porque é a melhor forma que nós temos de coibir", defendeu. "Até agora, a gente não tinha os dados, você não faz política pública sem dados, sem informação e sem pesquisa. Então agora nós temos um dado que pode fazer com que, no mínimo, a gente faça um debate nacional sobre essas questões", declarou Gonçalves. 

O relatório Aprenda a evitar 'este tipo’'de mulher: estratégias discursivas e monetização da misoginia no YouTube analisou 76,3 mil vídeos de uma rede de influenciadores e comunidades digitais da chamada "machosfera", que chegou ao número de 137 canais com conteúdos explicitamente misógino, com uma média de 152 mil inscritos em cada um deles. De acordo com o estudo, os vídeos analisados somam 3,9 bilhões de visualizações e 23 milhões de comentários.   

Segundo o relatório, 88% dos vídeos foram publicados nos últimos três anos, demonstrando uma tendência de crescimento desse tipo de conteúdo, que são direcionados, sobretudo, às militantes feministas, mães solteiras e mulheres com mais de 30 anos. O tema "desprezo às mulheres e insurgência masculina" foi o mais recorrente, presente em 42% dos títulos dos vídeos analisados. 


O gráfico indica a predominância dos temas "Desprezo às mulheres e estímulo à insurgência masculina" e "Sedução e relacionamentos" nos títulos analisados computacionalmente. / Fonte: Relatório "Aprenda a evitar 'este tipo' de mulher: estratégias discursivas e monetização da misoginia no YouTube"

Presente na apresentação dos dados, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se disse impactada, ao mesmo que celebrou a realização do estudo. Segundo ela, o material dá subsídios para que políticas públicas possam ser pensadas para enfrentar essa realidade. 

"Eu estou impactada, em choque, porque uma coisa é a gente lidar com isso no nosso dia a dia, sem ter a dimensão do tamanho, da profundidade desses dados e dessa crueldade. Parabéns pelo trabalho e eu encerro dizendo da importância da coleta de dados e do letramento. Quando a gente fala de letramento, não estou falando só do letramento racial que a gente fala tanto, mas o letrar de dados. Olha como que ter acesso a dados e a informação podem mudar as coisas", disse a ministra.

Eles lucram com o ódio às mulheres 

Além de propagar o ódio às mulheres e sua subjugação à superioridade masculina, o estudo identificou que 80% dos canais misóginos utilizam estratégias de monetização "como anúncios, Super Chat, doações e vendas de produtos". De acordo com as informações obtidas 52% dos canais misóginos possuem pelo menos um vídeo com anúncio, e oito deles somaram R$ 68 mil em arrecadações de 257 transmissões em Super Chat. Outros 28% dos canais disponibilizam links para plataformas de financiamento coletivo.  

Ainda segundo o relatório, há anúncios de consultoria individuais para o "desenvolvimento pessoal masculino" em que alguns desses influenciadores cobram até R$ 1 mil por esse serviço.  

Marie Santini, fundadora e coordenadora do NetLab-UFRJ, destacou a imoralidade do mercado criado a partir da monetização desses conteúdos. "O que eu acho que é importante e que a gente está vendo aqui, que eu acho que é grave, é a misoginia se tornar um mercado, a misoginia se tornar um negócio, é ganhar dinheiro com isso. E isso que eu acho que é o ponto principal que a gente está colocando aqui", declarou a pesquisadora, que criticou o acesso a informações e dados para pesquisa no Brasil.  

"O primeiro ponto é que nós temos pouco acesso a dados. O segundo ponto é que as plataformas dizem nos seus termos de uso que não permitem esse tipo de conteúdo, mas, na prática, a gente está vendo que esses conteúdos florescem, e não só florescem, como são monetizados", destacou Santini.  

Segundo o ministério, "o objetivo da pesquisa é traçar um panorama do ecossistema misógino na plataforma, de modo a contribuir com as políticas públicas de combate ao ódio e à violência de gênero na internet e fora dela". 

Embora o relatório não correlacione diretamente a circulação dos discursos misóginos e o aumento da violência contra as mulheres, o Ministério da Mulher destaca que nos últimos três anos se observa um crescimento da quantidade de vídeos com conteúdo misógino e também um aumento de quase 10% dos registros de mortes em função de gênero. Os feminicídios saltaram de 1.347 em 2021 para 1.463 em 2024.  


O gráfico indica o crescimento do número de vídeos postados ao longo do tempo, em especial desde o ano de 2022. / Fonte: Relatório "Aprenda a evitar 'este tipo' de mulher: estratégias discursivas e monetização da misoginia no YouTube"

Diante dos dados, a ministra Cida Gonçalves se comprometeu em intensificar o debate internamente no governo, bem como os demais poderes da República, no sentido de garantir uma maior regulação dos conteúdos disponibilizados pelas plataformas digitais. "Pretendemos fazer um diálogo com o parlamento, fortalecer o debate que está tendo no STF para a questão do da regulamentação. Nós precisamos regular ao máximo o discurso de ódio. E, por outro lado, nós também precisamos fazer um debate com a sociedade brasileira, nós precisamos fazer com que outros atores que não estão no debate do enfrentamento da violência contra as mulheres, não estão enfrentando a misoginia, ou nem percebe o que está acontecendo, estejam do nosso lado", afirmou. 

STF discute responsabilidade das plataformas 

O Supremo Tribunal Federal deve retomar na próxima semana o julgamento sobre a constitucionalidade do artigo 19 do Marco Civil da Internet de 2014, que trata da responsabilidade das plataformas digitais por conteúdos publicados por seus usuários. Em sessão na última quarta-feira (11), o ministro Luiz Fux se somou ao relator do processo, Dias Toffoli, favorável à responsabilização civil das redes sociais pelos conteúdos ilegais postados por usuários, como ataques à democracia, racismo, pedofilia, incitação à violência, entre outros.  

Se o entendimento for majoritário, as plataformas serão obrigadas a retirar imediatamente conteúdos ilegais, sem a necessidade de um recurso jurídico. Os representantes empresas Google e Meta, que são parte da ação no STF, defendem que seja mantida a responsabilidade apenas após o perfil ser notificado de uma decisão judicial e alegam que o monitoramento do conteúdo fere o princípio da liberdade de expressão. 

A pesquisadora do NetLab-UFRJ, Marie Santini afirma que há uma distorção no debate. "A gente está discutindo nesse momento no STF a possibilidade de uma notificação extrajudicial e a possibilidade de que essa plataforma seja obrigada a avaliar e tomar uma decisão, e a partir de então, que ela seja responsável pela decisão que ela tomou. É muito diferente de a gente generalizar aqui e dizer que plataformas vão moderar conteúdos aleatoriamente ao seu bel prazer, que as plataformas vão ter que se responsabilizar absolutamente tudo o que acontece, não é isso. Então tem muita distorção nesse debate", avalia. 


Da esquerda para a direita: João Brant, Anielle Franco, Marie Santini, Cida Gonçalves e Luciane Belin (NetLab-UFRJ) na coletiva de imprensa nesta sexta-feira. / Dandara Lima/MMulheres

Durante a coletiva de imprensa desta sexta, o secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, João Brant, afirmou que o governo tem posição clara sobre a necessidade de regulação dessas plataformas.  

"A AGU [Advocacia-Geral da União] se posicionou, em nome do governo federal, cobrando responsabilidade objetiva das plataformas no caso de conteúdos Ilegais ilícitos, e uma ação de dever, de precaução e prevenção, também para conteúdos danosos. Ou seja, tem coisas que não estão hoje tipificadas, mas que causam muitos prejuízos ao direito das mulheres e do conjunto da população brasileira. Então o governo tem trabalhado no âmbito do Legislativo do Judiciário para fazer avançar as possibilidades de regulação", disse Brant. 

Outro lado 

O YouTube informou, em nota, que não foi procurado durante a realização da pesquisa e que não tem condições avaliar os vídeos e canais, uma vez que eles não foram especificados. No comunicado, o YouTube ressalta que todos os conteúdos precisam seguir as “diretrizes de comunidade”, conjunto de regras que descrevem o que é permitido ou não na plataforma.

“Removemos conteúdo que promova a violência ou o ódio contra indivíduos ou grupos com base em algumas características, entre elas a identidade e expressão de gênero e orientação sexual”, afirma o texto. 

Segundo o YouTube, 511 mil vídeos foram removidos por infringir nossas diretrizes de janeiro a setembro de 2024. 

*Texto atualizado em 16 de dezembro para incluir o posicionamento do YouTube. 
 

Editado por: Thalita Pires
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