O governo federal e a prefeitura do Rio de Janeiro confirmaram a data da próxima Cúpula do Brics para os dias 6 e 7 de julho na cidade. O anúncio foi feito após encontro entre o prefeito Eduardo Paes (PSD) e o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, neste sábado (15).
Na ocasião, o chanceler destacou a importância do encontro para o desenvolvimento dos países membros. A ideia é ampliar cada vez mais a cooperação e o diálogo entre as nações do chamado Sul Global.
A Cúpula deste ano foi definida em um momento de crescentes tensões geopolíticas, impulsionadas por declarações de tom agressivo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Na semana passada, o político de extrema direita ameaçou impor tarifas de 100% aos países membros caso o bloco tente reduzir o papel do dólar no comércio internacional. Como de costume, ele deixou de lado a liturgia do cargo que ocupa e afirmou que "o Brics morreu".
As falas do estadunidense conservador surgem em meio às discussões sobre a criação de uma moeda própria do Brics. Em resposta, o bloco divulgou comunicado destacando que o "unilateralismo e a ascensão do extremismo em várias partes do mundo ameaçam a estabilidade global".
O Brasil, que ocupa a presidência do Brics em 2025, informou que atua para manter a vocação do grupo na luta por um mundo multipolar e por relações menos assimétricas entre os países.
Ainda de acordo com o texto, haverá continuidade nos “esforços de cooperação para desenvolver instrumentos de pagamento locais que facilitem o comércio e o investimento, aproveitando sistemas de pagamento mais acessíveis, transparentes, seguros e inclusivos entre os membros do Brics"
O bloco também pretende apoiar a agenda de financiamento climático, buscando implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e os objetivos do Acordo de Paris.
Entenda o bloco
O Brics reúne países em desenvolvimento para ampliação de diálogos sobre temas da agenda internacional. Originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia e China, o grupo agregou também a África do Sul em 2011.
Em expansão mais recente, o bloco passou a contar com 11 nações, entre elas Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Indonésia. Além dos membros plenos, existem os países parceiros, que incluem Belarus, Bolívia, Cuba, Cazaquistão, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Entre os pilares do grupo estão temas de política e segurança, economia e finanças, e sociedade civil. O foro de articulação político-diplomática tem foco no fortalecimento de posições comuns no cenário internacional.
A presidência do Brics é rotativa e define as prioridades da agenda anual. Para ser admitido como membro, um país deve cumprir critérios como manter o equilíbrio geográfico, boas relações diplomáticas com todos os membros, apoiar o multilateralismo e se comprometer com a reforma da governança global.
