A segunda edição do Festival de Teatro Popular e Comunitário do Rio Grande do Sul (Festicom) realiza mais uma etapa de sua programação, neste sábado (8), em Porto Alegre. Em sintonia com o Dia Internacional de Luta das Mulheres, o evento destaca a importância do teatro lambe-lambe, uma expressão cênica criada por duas mulheres brasileiras e nordestinas.
A modalidade teatral utiliza formas animadas dentro de uma caixa preta em miniatura. O que permite que cada apresentação, com duração entre dois e cinco minutos, seja assistida por um espectador por vez.

Serão apresentados seis mini-espetáculos, com seis artistas mulheres do RS, a partir das 10h, no parque da Redenção, próximo à Feira Ecológica. Com temáticas variadas, os espetáculos prometem uma experiência única e imersiva que representa a diversidade das mulheres gaúchas, negras, indígenas, mães e mulheres sem filhos.
Arte criada por mulheres
A atriz Cristiane de Freitas é pesquisadora e divulgadora do teatro lambe-lambe. Idealizadora do festival em parceria com o produtor César Camargo, ela destaca ao Brasil de Fato RS a importância de trazer essa tradição teatral no dia 8 de março. “É uma arte criada por duas mulheres nordestinas que já tem destaque no mundo inteiro e ainda está em fase de difusão no Brasil.”
Ela ressalta ainda a participação de mulheres do estado. “Teremos a oportunidade de apreciar esta proposta com artistas gaúchas que representam essa modalidade do teatro de animação. E neste dia que marca a luta e as conquistas das mulheres, teremos seis mulheres lambelambeiras nos oferecendo suas pesquisas nesta arte essencialmente brasileira.”
Além da etapa presencial, o Festicom terá uma Mostra Online de Teatro Lambe-lambe, com o objetivo de ampliar a visibilidade de artistas que se dedicam a esta arte em diversas regiões do Brasil.
Sobre o Festicom
Realizado pela ONG Varanda Cultural com recursos da Lei Paulo Gustavo, o 2º Festicom combina atividades presenciais e online, promovendo mais de 20 ações em diferentes espaços, como Pontos de Cultura, escolas, parques e praças de Porto Alegre. A programação inclui espetáculos, oficinas, residência artística e um concurso nacional de teatro lambe-lambe.
Criado em 2023, o festival surgiu com o objetivo de valorizar e dar visibilidade ao teatro popular e comunitário, incentivando sua circulação em locais de grande público na Capital e promovendo intercâmbios culturais com cidades do interior e da região Metropolitana. Reafirmo compromisso com a democratização da cultura e o fortalecimento da arte brasileira.
Sinopses dos mini-espetáculos
Brincante – Idealização, produção, roteiro, texto e realização: Amanda Senna
Será que existe relação entre o plantio e os festejos da cultura popular? Brincante nos convidar a olhar a relação do trabalho com a terra (do plantio à colheita) com as brincadeiras da cultura popular apresentadas aqui como celebração da vida. Roteiro premiado pelo Itaú Cultural e Instituto Alana, dentro do projeto Infâncias Plurais, em 2020.
Amigo Alado – Criação e Animação: Cristiane de Freitas
Num mundo onde o silêncio é a única companhia, uma menina tenta encontrar consolo na TV. Tudo muda quando um cachorro invade a casa e com sua energia inquieta arrasta a menina para uma nova realidade. Juntos, embarcam numa jornada de descobertas, onde a amizade e a liberdade se entrelaçam em momentos de pura poesia. Um mini espetáculo cheio de amor aos animais.
O Pequeno Príncipe e o Reizinho – Criação e Animação: Daiene Cliquet
inspirado no livro de Antoine de Saint Exupéry, neste lambe lambe, o Pequeno Príncipe chega ao primeiro planeta e conhece um rei bem diferente. “É preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”.
Solange – Criação e manipulação dos bonecos: Genifer Gerhardt
Solange é gorda e deixa ser; Solange busca se enquadrar. Mas ela é gorda, não quadrada! A história apresenta uma personagem fora dos padrões de beleza feminina. Se no primeiro momento há um olhar externo para que a personagem se enxergue, é aí que, em meio a dança e entrega, o olhar se alinha. Solange, dança com seu corpo redondo. E belo!
Zip de Volta para Casa – Adaptação, criação e manipulação dos bonecos: Marion dos Santos
De repente uma tempestade e Zip, um caracol muito simpático, inicia uma grande aventura em busca de sua casinha, encontrando pelo caminho queridos amigos Adaptação livre da obra ‘De Volta para Casa’, de Nie Ribeiro.
Vila do Amanhã – Criação e Animação: Niltamara Gomes
Num vilarejo pessoas se arrumam para assistir “Talvez” o último espetáculo da natureza. Essa é a sua última chance também. Um espetáculo intimista, confeccionado com materiais alternativos como madeira de reaproveitamento, filtros de café, tecidos de sombrinhas e ambientado com elementos naturais: folhas secas, areia e pedrinhas.
