Na tarde desta terça-feira (11), uma manifestação promete reunir milhares de pessoas a partir das 15h, no município do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife. A caminhada reivindica equidade de gênero e de direitos, o fim do machismo, do patriarcado, da violência contra a mulher e o fim do racismo. Organizado pela ONG feminista Centro das Mulheres do Cabo (CMC), o ato político é alusivo ao 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
O lema da manifestação deste ano é Direitos, igualdade e empoderamento para todas as mulheres e meninas. As mulheres se reúnem a partir das 15h, na Praça do Jacaré, centro da cidade. O ato conta com apoio da Secretaria da Mulher da Prefeitura do Cabo, que contribuiu com um trio elétrico e uma orquestra para animar a atividade político-cultural. Outra atração é a Batucada Feminista do CMC, que reúne 15 jovens formadas pela Mestra Lua por meio do projeto Novas Pérolas.
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Izabel Santos, coordenadora-geral do CMC, reforça as pautas permanentes da luta feminista. “Todos os anos vamos às ruas exigir um mundo mais justo e melhor para todas as mulheres e meninas”, diz ela, mencionando entre questões prioritárias as condições de acesso e uso dos serviços de “saúde, educação, emprego, segurança, trabalho e renda”.
A manifestação pelo 8 de março que reúne as organizações de Recife e Olinda ocorreu no último sábado (8), no Sítio Histórico de Olinda. Na mesma data também foram às ruas as feministas de Garanhuns e em Petrolina. Já em Caruaru, o bloco carnavalesco e feminista Nem Cá Mulesta! vai às ruas neste sábado (15) – a concentração é em frente ao Grande Hotel, na avenida Rio Branco, nº 365, bairro de Nossa Senhora das Dores.
A caminhada no Cabo de Santo Agostinho deve percorrer um trajeto de pouco mais de um quilômetro, passando pelas principais vias da área central do município, se encerrando na Praça da Estação. Em 2024, quando o Centro das Mulheres do Cabo completou 40 anos de atuação, a caminhada reuniu mais de duas mil mulheres.
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O CMC surgiu de uma luta comunitária das mulheres, que queriam abastecimento de água regular durante o dia, já que a água chegava só de madrugada submetia as mães de família a passarem noites em claro armazenando água e realizando afazeres domésticos. Desde a fundação, o Centro das Mulheres do Cabo tem como pauta central o enfrentamento às violências de gênero, doméstica e familiar contra as mulheres.
A organização teve atuação forte na disseminação da Lei Maria da Penha, sendo as responsáveis por levarem a lei impressa para um delegado do município, na noite do dia 22 de setembro de 2006, levando a Polícia Civil a acatar denúncia de Cileide Cristina da Silva, sendo o primeiro caso enquadrado como violência contra mulher em Pernambuco.
As mulheres também mantêm, há 30 anos, o programa Rádio Mulher, que hoje vai ao ar de segunda a sexta-feira, na rádio comunitária Calheta 98,5 FM, do Cabo de Santo Agostinho – com transmissão ao vivo nas páginas do CMC no Instagram e no Facebook.
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