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Outra comunicação

Livro Ecos de Búzios e pesquisa Vozes Silenciadas sobre cotas são lançados em Porto Alegre

Evento faz parte da caravana do Intervozes que já percorreu oito estados

12.mar.2025 às 18h49
Porto Alegre (RS)
Fabiana Reinholz
Livro Ecos de Búzios e pesquisa Vozes Silenciadas sobre cotas são lançados em Porto Alegre

“O nosso entendimento é de que a história das comunicações no Brasil pode ser lida a partir de uma história de silenciamentos, de violências e de opressões contra as populações racializadas" - Foto: Lia Ávila

Nos últimos 20 anos, no Brasil, as pautas da militância antirracista, principal vetor do debate sobre as cotas nas universidades, passam a ocupar mais espaços na mídia. Como os grandes meios de comunicação pautam esse tema é o mote da pesquisa Vozes Silenciadas: a cobertura da mídia sobre as leis de cotas. Produzido pelo Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, material foi apresentado nesta terça-feira (12), em Porto Alegre. Na ocasião também ocorreu o lançamento do livro Ecos de Búzios: contribuições ao debate brasileiro sobre comunicação e relações étnico-raciais.

Atividade faz parte da caravana realizada pelo coletivo desde 2024, tendo percorrido oito estados. Na capital gaúcha o evento aconteceu no Sindbancários. O debate teve a participação da integrante do Intervozes e coordenadora da pesquisa, Aline Braga, da cotista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Hellen Fonseca e da jornalista Jeanice Ramos. Mediado pela jornalista e integrante do Intervozes, Júlia Lanz, contou também com a participação do integrante do Intervozes, Paulo Victor Melo, que falou sobre o livro, Ecos de Búzios.

A série Vozes Silenciadas é uma coleção produzida pelo Intervozes desde 2011. Já investigou o enquadramento midiático conferido ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Também aos protestos de 2013, à reforma da Previdência do governo Bolsonaro e ao derramamento de petróleo na costa brasileira em 2019.

Vozes Silenciadas: a cobertura da mídia sobre as leis de cotas é a sexta edição da série. “A gente vem identificando, sistematicamente, nesses relatórios do Vozes Silenciadas que elas normalmente são as mesmas vozes. A gente vai passar por um processo em que é necessário muito debate, muito diálogo”, afirmou Aline.

Romper o silêncio

A coordenadora iniciou sua intervenção falando do processo de luta pelas cotas que remontam há 20 anos, tendo início nas políticas estaduais e chegando a Lei 12.711 de 2012, a Lei das Cotas. Também do papel da militância antirracista. Para abordar como a mídia cobriu o tema, foram analisados conteúdos da Agência Brasil, Estadão, Folha de São Paulo, Jornal do Brasil e o Globo.

Vozes Silenciadas: a cobertura da mídia sobre as leis de cotas é a sexta edição da série – Divulgação | Divulgação

“O que a gente tira disso é que o jornalismo nesses momentos e nessa pauta (cotas) deixa de se colocar como uma ferramenta para olhar o fenômeno. E se coloca como uma ameaça muito evidente, tomando posicionamento classista e racista. Não que a gente não veja isso em outras pautas, mas ao ler e ao identificar esse corpo de matérias, notícias, notas editoriais, a gente percebe posicionamentos muito contundentes.”

Conforme avaliou a coordenadora, é preciso amadurecer o debate sobre quem é a população negra e o que ela representa. Para ela a mídia acaba furtando da sociedade a possibilidade de reflexão a partir do momento que escolhe um viés específico, como por exemplo, para tratar as cotas.

“O debate no Brasil é tão centrado na branquitude e automaticamente reverberado em quem não é branco, que a gente não debate, por exemplo, as melhorias necessárias para as cotas de pessoas com deficiência, pessoas indígenas. A gente não faz esse debate a contento sobre como as cotas podem ser melhores para que essas pessoas adentrarem o ensino superior.”

Impacto da lei de cotas

Cotista do curso de direito, moradora da Lomba do Pinheiro, Hellen, 21 anos, contou sobre o significado que lei de cotas trouxe. “Eu sou a segunda pessoa da minha família entrar na universidade. E a primeira a entrar na Universidade Federal, e a primeira a entrar utilizando a Lei de Cotas. É um acontecimento que me deixa muito feliz. Quando eu entrei na universidade, quando eu me apresentava nos lugares, eu me descrevia como a estudante da UFRGS cotista. Porque gostava de sempre pontuar que eu entrei na universidade através da Lei de Cotas”, afirmou.

“Eu sou a segunda pessoa da minha família a entrar na universidade . E a primeira a entrar na Universidade Federal, e a primeira a entrar utilizando a Lei de Cotas” – Foto: Lia Ávila

A estudante vem de uma família formada principalmente por mulheres, que conforme narrou, não tiveram acesso à universidade. “A minha mãe conta, até hoje, a vontade que teve de entrar na universidade. Não conseguiu porque, além da questão financeira, e da ausência de cotas, ela não conseguiria se manter naquele ambiente hostil que era, e continua sendo, para a população negra, indígena, a universidade.”

Conforme reforçou, a Lei de Cotas impactou além da sua vida, a da sua família. “Impactou a vida da minha irmã mais nova que como eu, quando vi a periferia, a população negra entrando na universidade ainda mantém a esperança de ocupar aquele espaço.”

Contudo, pontuou Hellen, além da importância das cotas para entrada nas universidades, é preciso ações afirmativas e ações de permanência para os estudantes se manterem nesse espaço. Em um contexto com o avanço da extrema direita, e recordando os anos de governo Bolsonaro que tentou acabar com as cotas, a estudante frisou ser preciso manter a luta e mobilização para que não se perca direitos adquiridos.

Eco de Búzios

Como um dos organizadores do livro Ecos de Búzios, Melo destacou que a questão racial no Brasil repercute nas comunicações. “O nosso entendimento é de que a história das comunicações no Brasil pode ser lida a partir de uma história de silenciamentos, de violências e de opressões contra as populações racializadas também no espaço midiático. Quais são as principais vítimas do discurso de ódio na internet? As mulheres negras, os jovens. Se nós formos perceber como comunidades quilombolas, como religiões de matriz afro brasileiras são silenciadas e marginalizadas no discurso midiático tradicional.”

De acordo com ele, o livro partiu do entendimento de que não é possível falar em história das comunicações e analisar o desenvolvimento do setor no país, ignorando o componente racial. Por outro lado, pontua, há movimentos de resistência, de produção de comunicação popular, comunitária e alternativa, que são gestados, formulados dentro dos territórios.

Foto: Lia Ávila

“Este livro além de ter um caráter de denúncia, tem essa perspectiva de anunciar uma espécie de programa preto para as comunicações do Brasil. Que é olharmos para essas experiências e iniciativas que sempre existiram e pensá-las como potência daquilo que nós entendemos como uma comunicação efetivamente democrática.”

Por fim Melo explicou que o título do livro tem a ver com a revolta de Búzios. Uma revolta popular acontecida na Bahia, protagonizada por pessoas negras e que foi anunciada a partir das comunicações. “Quando a cidade de Salvador, em 1798, acordou com panfletos anunciando aquela revolta que defendia o fim do regime escravocrata, defendia a justiça social e defender igualdade de direitos”, expôs.

Furar a bolha

Fazendo um paralelo com a revolta de Búzios, Jeanice falou do que significou para os negros a revolução Farroupilha, apagamento. Também destacou as atividades feitas no estado referente à população negra como o Museu de Percurso do Negro, em Porto Alegre. O projeto busca visibilizar a comunidade afro-brasileira com a construção de obras de arte em espaços públicos da cidade. E citou também o Museu Hip Hop. “É muito importante que as pessoas se apropriem de certos valores que nós temos enquanto negros”, afirmou.

Dirigente do Núcleo de Jornalistas Afro-brasileiros do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SindJoRS), por mais de 20 anos, a jornalista apontou a evolução da participação de estudantes negros nas universidades. “Nesses 20 anos eu observei que, no início a faculdade tinha um, dois alunos. A gente dava uma palestra, e os alunos não se envolviam politicamente, não se refletia nada. Hoje há sete, nove estudantes negros conscientizados da importância do lugar deles, o que eles representam. E isso é muito significativo.”

Dirigente do SindJoRS, a jornalista ressaltou que é preciso urgentemente furar a bolha para que outras gerações consigam ter sucesso na vida.

Editado por: Katia Marko
Tags: cotas raciaisdireito a comunicação e informação
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