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22 de março

A ‘Guerra da Água’ não acabou

"A concepção hegemônica da água como bem econômico é parte da gramática do sistema em transformar tudo em mercadoria"

22.mar.2025 às 13h40
Brasília (DF)
Francisco Nonato do Nascimento Filho
Em 22 de março, Dia Mundial da Água, Rio tem mais a se preocupar do que comemorar

"O Dia Mundial das Águas não pode ser reduzido a simples campanha de multinacionais sobre uso consciente". - Foto: Tânia Rego/ Agência Brasil

O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993, para atender às resoluções da Conferência das Nações Unidas sobre meio Ambiente e Desenvolvimento. A data é marcada por mobilizações na grande mídia para sensibilizar a “população” para o consumo consciente da água. Cartilhas e vídeos são produzidos e distribuídos por grandes corporações, com o propósito de chamar atenção para as práticas de boa maneira sobre uso e reuso da água.

No ano de 2000, na Cochabamba, terceira cidade e a maior da Bolívia, acontecia o levante popular contra a privatização da água na Bolívia, levante que ficou internacionalmente conhecido como a Guerra da Água. A reação do povo Boliviano à onda de privatização era um dos reflexos do que estava em curso em toda América Latina com a onda neoliberal de privatização dos serviços públicos.

A Guerra da Água não se encerrou, ela segue aberta em toda Nuestra América, e desoculta a luta de classes em curso em torno do acesso e direito à água e as desigualdades construídas e produzidas pela apropriação capitalista das águas.

Para os movimentos populares da luta socioambiental, o dia 22 de março é marcado por lutas, denúncia e anúncio. Os movimentos populares do campo e da cidade têm denunciado o Projeto de Lei 4162/2019, que privatiza os serviços de água e esgotamento. Tal projeto revela os interesses da elite econômica do país em estabelecer o mercado da água, como tem demarcado o Movimento dos Atingidos Por Barragem (MAB), os interesses são de grupos econômicos como: Ambev, Vale, Suez, Coca-Cola entre outras corporações que vem controlando e se apropriando dos rios e das águas subterrâneas.

O Relatório de Conflitos Socioambientais e Violação de Direitos Humanos em Comunidades Tradicionais Pesqueiras no Brasil, organizado pelo Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP), tem apontado para os altos índices de conflitos causados pela construção de barragens, pela indústria petrolífera, carcinicultura, piscicultura, privatização do acesso à água e ao território.

O Tribunal Popular Permanente dos Povos das Águas, lançado em 2023, é parte da aliança internacional que pescadoras e pescadores vêm construindo através da Via Campesina Internacional e do Fórum Mundial dos Povos Pescadores para enfrentar a ofensiva do capital.

Os movimentos populares do campo e da cidade têm disputado o 22 de março, têm territorializado as dimensões dos conflitos e luta de classes em torno do direito e do acesso à água. A concepção hegemônica da água como bem econômico é parte da gramática do sistema em transformar tudo em mercadoria. A Declaração Universal dos Direitos da Água não é só um monte de palavras bem articuladas, mas um tecido da perspectiva neoliberal sobre a água enquanto recurso, tendo como uma das suas finalidades atender às necessidades de ordem econômica.

Outra perspectiva sobre o 22 de março

O 22 de março dos movimentos populares é marcado pela denúncia aos projetos de mineração em curso no país, da exploração de petróleo na foz do rio Amazonas, da carcinicultura, piscicultura e agronegócio. Os movimentos populares têm construído outra perspectiva no sentido de apontar a água como bem comum, direito e não mercadoria. A agenda política e econômica sobre a água de governos e instituições financeiras são demarcadas pelos interesses do capital, que não vê a água enquanto patrimônio da humanidade, como consta na declaração universal dos direitos da água.

Contra a lógica que produz a água como mercadoria, os movimentos populares têm apontado através das lutas socioterritoriais que é urgente quebrar o consenso que o capital criou através dos governos e das instituições financeiras sobre a questão da água.

O Dia Mundial das Águas não pode ser reduzido a simples campanha de multinacionais sobre uso consciente, sendo que as mesmas investem pesadamente no lobby da água para alterar a legislação para atender seus interesses de classe.

A resistência indígena, negra e popular em Nuestra America tem construído e apontado alianças necessárias para a defesa dos bens comuns e contra a mercantilização e financeirização da vida e dos territórios. A questão ambiental, apontada por esses movimentos populares, perpassa pela materialidade da vida e da centralidade da natureza e do trabalho. Seguir denunciando e anunciando projetos de futuro perpassa por uma agenda socioambiental anticapitalista, para evitar a Queda do Céu, como tem alertado o xamã yanomami Davi Kopenawa.

*Francisco Nonato do Nascimento Filho é educador popular no Conselho Pastoral dos Pescadores e Pescadoras (CPP)

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do Brasil de Fato.

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Editado por: Flavia Quirino
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