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PAN-AFRICANISMO

Governo Faye no Senegal completa 1 ano marcado por ruptura com legado colonial francês

Garantir a soberania energética e equilibrar os cofres públicos tem sido marcas da gestão Faye, segundo especialistas

02.abr.2025 às 19h05
Atualizado em 23.abr.2025 às 15h44
São Paulo (SP)
Pedro Stropasolas
Governo Faye no Senegal completa 1 ano marcado por ruptura com legado colonial francês

Faye foi eleito em primeiro turno com mais de 54% dos votos prometendo medidas soberanas e a revisão de acordos coloniais sobre a exploração de recursos energéticos - John Wessels/AFP

Há um ano, no dia 2 de abril de 2024, Bassirou Diomaye Faye foi empossado oficialmente como o quinto Presidente da República do Senegal. Foi o início de uma nova era para o país da África do Oeste, que colocou no poder o chefe de Estado mais jovem da sua história, hoje com 45 anos.

Faye foi eleito em primeiro turno com pouco mais de 54% dos votos nas eleições presidenciais de 24 de março de 2024. No discurso da vitória, o pan africanista da esquerda senegalense enfatizou que as suas prioridades seriam enfrentar a corrupção e o alto custo de vida, e sobretudo, lutar pela soberania nacional. 

“Juro cumprir fielmente o cargo de Presidente da República do Senegal, observar e cumprir escrupulosamente as disposições da Constituição e das leis, dedicar todas as minhas forças à defesa das instituições constitucionais, da integridade do território, da independência nacional e, finalmente, não poupar esforços para a realização da unidade africana”, declarou Faye no juramento de posse.

Para entender os impactos do que foi colocado em prática até o momento pelo governo soberanista de Diomaye Faye, o Brasil de Fato conversou com representantes do campo popular do país da África do Oeste. 

A vitória do jovem líder, para essas lideranças, representa o anseio do povo senegalês por uma ruptura com o domínio político, militar e econômico exercido pela França sobre o país da África do Oeste desde a independência do país, em 1960. 

“Nós, o povo senegalês, queríamos uma ruptura, queríamos mudar de governança, para, enfim, estar no caminho da soberania nacional. É uma vitória contra as estruturas neocoloniais”, aponta Khady N’diaye, integrante da Organização dos Povos da África Ocidental (OPAO).

Transição de governo

Vindo de uma família de agricultores de Ndiaganiao, uma aldeia a 150km da capital Dakar, Faye chegou ao poder tutelado pelo líder político Ousmane Sonko, que se tornou seu primeiro-ministro. Eles prometeram uma nova forma de governança e de justiça social sob o lema  “jub, jubbal, jubbanti”. As três palavras na língua mais falada no Senegal, o wolof, podem ser traduzidas como retidão, transparência e reforma.

Líderes do partido político Partido Patriotas pelo Trabalho, Ética e Fraternidade (Pastef), os dois estavam presos e só foram libertados 10 dias antes da eleição, após ter a anistia concedida pelo governo de Macky Sall, que governou o país entre 2012 e 2024.   

Desde maio de 2023, o povo tomava as ruas contra as medidas econômicas do governo de centro-direita alinhado à França.  O Pastef chegou a ser dissolvido pelo ex-presidente Sall sob a justificativa de “promover atos violentos no país”. 

Em março, um estudo divulgado pelo coletivo CartograFreeSenegal contabiliza um total de 65 vítimas do massacre cometido pelas forças policiais do governo de Sall contra a população que saiu às ruas para protestar contras as medidas do ex-governo entre março de 2021 e fevereiro de 2024. Do total de vítimas, segundo a pesquisa, 51 foram mortas a tiro, sendo a grande parte operários e estudantes.

“Por isso, há também o fato de estarmos no meio de um debate para aprovar o orçamento na Assembleia Nacional, para qualificar a questão da lei da anistia que o antigo governo aprovou para se proteger quando deixou o poder, para garantir justiça a quem sofreu tudo o que é tipo de crime de sangue, tortura, medidas ilegais, repressivas e arbitrárias tomadas pelo anterior governo”, explica o jornalista Diagne Fode Roland, do jornal Ferland.

A campanha de Faye e Sonko foi centrada em propostas voltadas à implementação de um pan-africanismo de esquerda. Uma das promessas  do então candidato Faye para restaurar a soberania nacional do país, era liberar  o Senegal do sistema monetário do franco CFA, vinculado à França, e criar uma moeda própria para a nação. 

“O Pastef realmente teve força e coragem para enfrentar um governo neoliberal que remonta a 1960. Ele realmente veio com um projeto de horizonte até 2050. Um projeto que realmente quer a soberania nacional, a soberania alimentar, ou seja, produzir e consumir”, completa N’diaye.

Os números herdados do regime anterior de Macky Sall mostram uma situação econômica preocupante, que segundo os especialistas, dificulta que o Senegal de Faye vislumbre um crescimento econômico a curto prazo. 

Uma auditoria das finanças públicas encomendada pelo novo governo revelou que o déficit orçamental em 2023 era superior a 10%. E a dívida pública estava em 99,67% do PIB nacional, ou seja, o equivalente a mais de 175 bilhões de reais.

Senegaleses foram às ruas para pedir a soltura do líder de esquerda Ousmane Sonko, durante os protestos contra o governo de Macky Sall em 2023. Foto: Carmen Abd Ali/AFP

Segundo informações recentes que circularam no país, Sall deixou um rombo de 7 mil milhões de dólares nas finanças do país. A dívida colocou o Senegal em uma posição difícil perante o Fundo Monetário Internacional (FMI), que ameaçou suspender sua ajuda financeira internacional.

“São 7 biliões de dólares, que o antigo governo tinha nas suas mãos, escondido, e que acabam de ser notícia no nosso país, mostrando o quão catastrófica foi a situação financeira por aqui”, afirma Roland, também vinculado à Organização dos Povos da África Ocidental (OPAO).

Agenda Senegal 2050

A ambiciosa Agenda Senegal 2050, implementada por Faye em outubro de 2024, tem sido uma forma de enfrentar o cenário desolador deixado pela antiga gestão. Com as medidas, ele tenta atingir um crescimento anual de 6,5% e triplicar o PIB per capita até 2050.

Desde sua chegada ao poder, Faye lançou projetos como o campo petrolífero de Sangomar e o projeto de gás de Grand Tortue Ahmeyim (GTA), partilhado com a Mauritânia. O país começou a refinar também o seu próprio petróleo, com uma produção inicial de 90 mil toneladas. O objetivo é reduzir a dependência das importações.

Nas primeiras semanas como presidente,  Faye fez auditorias em setores como o petróleo, o gás e as minas, e também nas contas públicas dos ministérios, afirmando o desejo de promover a transparência e rever contratos considerados ilegais com empresas estrangeiras, como avalia positivamente Roland.

“Há 480 deles que o Ministro das Minas destacou, como sendo contratos completamente ilegais que vão ser revistos”, destaca o jornalista.

Outra medida em busca de soberania foi o fim do Acordo de Parceria no domínio da Pesca Sustentável, firmado com a União Europeia. A não renovação do acordo foi recebida com grande satisfação pelos pescadores senegaleses, que enfrentam a concorrência de navios estrangeiros.

“Posso dizer que praticamente é a França que administra o Senegal, porque é ela quem administra as empresas. Os negócios económicos, energéticos, a água. Então, assim, um país não pode se desenvolver. É por isso que eu digo que estamos numa fase de ruptura”, destaca Khady N’diaye.

Aproximação com lutas do Sahel

A retirada de militares franceses do Senegal, ordenada por Faye no fim de 2024, é outro posicionamento que aproxima Faye da grande massa que o elegeu.  A saída das tropas estrangeiras foi iniciada após a França entregar duas bases militares ao Senegal, no meio de março.

“O Senegal é um país independente. É um pais soberano. E a soberania não dá espaço para a presença dessas bases militares em um país soberano”, disse Faye à nação, em discurso veiculado nos grandes veículos do país. 

Segundo Diagne Fode Roland, a medida acompanha os movimentos panafricanista e antiimperialista instaurados nos últimos anos no Mali, em Burkina Faso e no Níger, nações vizinhas que formam a Aliança dos Estados do Sahel. 

“O Mali, depois Burkina Faso e o Níger decidiram virar a página do sistema neocolonial e tentar a aventura, a perspectiva soberanista. No Senegal, seguimos o nosso próprio caminho, pois neste momento não estamos diretamente ameaçados. E esperamos que continue assim”, relata Roland.

“Hoje, com a nova experiência da AES, está provado que o imperialismo não é invencível, que podemos lutar de frente, que podemos até derrotá-lo com muita clareza”, finaliza o jornalista.

Editado por: Leandro Melito
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