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REPARAÇÃO HISTÓRICA

Ministério Público da Paraíba entra com ação para retirar homenagens a ditadores em ruas e bairros de João Pessoa

Decisão foi tomada após o prefeito Cícero Lucena (Progressistas) alegar impossibilidade de mudança por decreto

03.abr.2025 às 16h16
Atualizado em 11.abr.2025 às 16h36
João Pessoa (PB)
Redação
Ministério Público da Paraíba entra com ação para retirar homenagens a ditadores em ruas e bairros de João Pessoa

Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, nome de um dos bairro da capital paraibana, foi o primeiro presidente do regime empresarial-militar instaurado pelo golpe de 1964 - Fonte: www.arquivoestado.sp.gov.br

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) e a Defensoria Pública do Estado (DPE-PB) ingressaram com uma ação civil pública para obrigar a prefeitura de João Pessoa e a Câmara Municipal de João Pessoa alterarem os nomes de bairros e ruas que homenageiam figuras ligadas à ditadura empresarial-militar de 1964, no prazo de 90 dias.

A ação civil sob o número 08119909-41.2025.8.15.2001 foi tomada após o prefeito Cícero Lucena (Progressistas – 24/03) alegar impossibilidade de mudança por decreto, afirmando que a alteração só poderia ocorrer por meio de lei aprovada pela Câmara Municipal. Esse impasse questiona a permanência de denominações públicas que remetem a um período de violações de direitos humanos.

“Primeiro, é uma questão a ser decidida por quem nomeia as ruas, que é a Câmara. Não fui eu quem nomeou, nem serei eu quem vai retirar. Segundo, respeito muito a história, pois toda a história tem aqueles que são a favor e aqueles que são contra. Mesmo os eventos negativos fazem parte da história, e eu respeito isso”, declarou Cícero Lucena a jornalistas.

A recomendação do MPPB surgiu após uma investigação conduzida pelos promotores Fabiana Maria Lobo da Silva e Francisco Lianza Neto, que acompanham a implementação das diretrizes das Comissões Nacional, Estadual e Municipal da Verdade.

Contexto histórico e ações na justiça

Nos últimos vinte anos, diversos movimentos sociais e entidades de direitos humanos têm pressionado pela questão de reparações históricas do período da ditadura empresarial-militar, hoje condensadas pela Comissão da Verdade no Brasil, e que apontam a necessidade de remoção de homenagens a agentes públicos ligados à repressão do regime militar.

Uma dessas ações recentes ocorreu em fevereiro de 2023, quando o advogado Raoni Vita protocolou uma ação no Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB) solicitando a realização de um plebiscito para consultar a população sobre a mudança do nome da capital.

Em 2007, nasceu o Movimento Paraíba Capital Parahyba, liderado pelo músico Fuba; ele também pedia a mudança da bandeira do estado. Já em 2013, houve um movimento de coleta de assinaturas para a instalação de um plebiscito sobre a mudança de nomes.

Cidades vêm adotando medidas para rebatizar espaços públicos

O Relatório Final da Comissão Nacional da Verdade, publicado em 2014, identificou 377 agentes do Estado como responsáveis por tortura, desaparecimentos e execuções durante a ditadura. A partir disso, várias cidades brasileiras adotaram medidas para rebatizar espaços públicos. Em 2016, São Paulo iniciou o Programa Ruas de Memória, mudando nomes de várias ruas que homenageavam figuras da ditadura. João Pessoa, no entanto, ainda mantém bairros como Castelo Branco, Costa e Silva e Ernesto Geisel.

Em 2017, a Comissão Estadual da Verdade da Paraíba reforçou a necessidade dessas alterações, mas as propostas na Câmara Municipal foram barradas por vereadores conservadores, que alegaram “respeito à história”. Em 2021, um novo projeto de lei foi apresentado, mas também não avançou.

Com a judicialização da questão pelo MPPB e pela DPE-PB, movimentos de direitos humanos esperam que a Justiça obrigue a prefeitura a promover as mudanças, independentemente da aprovação legislativa. Segundo a promotora Fabiana Lobo, já havia sido feita uma movimentação no sentido de cumprir as recomendações constantes nos relatórios finais das Comissões Nacional, Estadual e Municipal da Verdade: “no sentido, precisamente, da troca ou alteração dos nomes de pessoas ligadas à ditadura militar que homenageiam espaços públicos. É importante registrar que a recomendação das Comissões da Verdade de alterar os nomes de espaços públicos que homenageiam figuras ligadas a violações de direitos humanos é, na verdade, um mecanismo de Justiça de Transição, previsto pela própria ONU”, comentou a promotora.

Entenda a recomendação para mudança de nomes

Em janeiro deste ano, a Promotoria de Justiça de João Pessoa cobrou da Câmara de Vereadores e da prefeitura municipal a alteração dos nomes de logradouros, vias, edifícios e instituições públicas que homenageiam figuras da ditadura militar (1964-1985). O órgão deu um prazo de 15 dias úteis para a apresentação das providências adotadas.

Sem resposta sobre a mudança, o MPPB e a DPE-PB expediram outra recomendação conjunta ao município de João Pessoa no dia 21/03. A capital paraibana teria, então, 15 dias úteis para informar as providências que seriam adotadas.

Após as declarações do prefeito, a Procuradoria-Geral do Município respondeu a um ofício do Ministério Público da Paraíba (MPPB). No documento, a prefeitura afirmou que cabe à Câmara Municipal propor leis para essas alterações.

Após essa resposta, o MPPB deve entrar com ação civil para obrigar a mudança. A recomendação, assinada por promotores de Justiça e defensoras públicas, baseia-se no Relatório Final da Comissão Municipal da Verdade de João Pessoa, que lista 11 espaços públicos a serem renomeados. Entre eles estão bairros, avenidas, ruas e até uma escola municipal que homenageiam ex-presidentes e militares envolvidos em graves violações de direitos humanos durante o regime militar.

Espaços a serem renomeados

  • Bairros: Castelo Branco, Costa e Silva e Ernesto Geisel.
  • Avenidas: General Aurélio de Lyra Tavares e Presidente Castelo Branco.
  • Praça: Marechal Castelo Branco.
  • Ruas: Presidente Médici, Presidente Ranieri Mazzilli e Travessa Presidente Castelo Branco.
  • Loteamento: Presidente Médici.
  • Escola Municipal: Joacil de Brito Pereira.

Lei Municipal e Impasses jurídicos

Apesar das recomendações das Comissões da Verdade, João Pessoa possui uma lei municipal que impede a alteração de nomes de logradouros após dez anos de consolidação. No entanto, o MPPB e a DPE argumentam que essa norma não pode se sobrepor aos princípios constitucionais do Estado Democrático de Direito e da dignidade humana.

A promotora Fabiana Lobo, entretanto, enfatiza que manter essas homenagens equivale a enaltecer figuras apontadas como responsáveis por graves violações de direitos humanos: “Não se trata de uma política de esquecimento, mas de reconhecimento das vítimas e da necessidade de justiça”, afirmou.

Justiça de Transição e Exemplos Nacionais

A luta pela renomeação de espaços públicos que homenageiam figuras da ditadura não é recente. Organizações como o Instituto Vladimir Herzog e a Defensoria Pública da União (DPU) têm atuado nacionalmente para garantir o cumprimento das recomendações da CNV.

Em dezembro de 2024, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que a prefeitura de São Paulo estabelecesse um cronograma para mudar nomes de ruas e instalações ligadas ao regime militar.

Para Fernanda Peres da Silva, defensora pública e coordenadora do Núcleo da Cidadania e Direitos Humanos da DPE-PB, a renomeação desses espaços públicos não é apenas uma mudança simbólica. Representa o compromisso do Estado com a justiça e o respeito às vítimas do regime militar. “Essa mudança não é apenas simbólica. É uma forma de o Estado reconhecer que aqueles que cometeram violações de direitos humanos não devem ser celebrados. É uma questão de justiça e respeito às vítimas e suas famílias”, concluiu.

Para Lúcia Guerra, integrante do Memorial da Democracia da Paraíba e do Comitê Paraibano Memória, Verdade e Justiça (CPMVJ), a mudança de logradouros públicos que homenageiam torturadores ou agentes da ditadura é uma questão nacional. “Já são vários estados e municípios implementando essa medida e, sem dúvida, faz-se necessária a participação da população, pois isso é importante. Nós queremos, sim, uma democracia participativa, mas é preciso haver ação, porque essa é uma reparação histórica a ser feita. Não é possível que continue existindo homenagens a ditadores e agentes da ditadura, responsáveis por tortura, assassinato e desaparecimento de inúmeros jovens no Brasil e na Paraíba. Portanto, que se faça a discussão, mas que também se busque implementar essa mudança”, destaca ela.

Ela aproveitou para lembrar que há outros bairros na cidade que já tiveram mudança de nome, e questiona: “Onde estava essa legislação nesses casos?” Um exemplo é o  bairro do Bessa, que hoje tem três nomes diferentes, dividindo-se em três bairros.

Editado por: Cida Alves
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