Israel anunciou nesta sexta-feira (4) que iniciou uma nova ofensiva terrestre na Cidade de Gaza, menos de 48 horas após o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometer que intensificaria a pressão militar sobre o Hamas para obter a libertação dos reféns.
Ao menos 38 palestinos morreram nas operações israelenses na Faixa de Gaza, disseram fontes médicas à rede Al Jazeera. Uma fonte médica também mencionou 30 mortos em um bombardeio em Khan Yunis, no sul.
Os ataques terrestres acontecem na área de Shujaiya (bairro leste da Cidade de Gaza). Após dois meses de trégua, Israel retomou o genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza em 18 de março, afirmando que a pressão militar é a única maneira para obrigar o Hamas a devolver mais de 50 reféns, mortos ou vivos, que mantém em cativeiro.
Quase todos os 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram deslocados pelos combates e vivem em condições muito difíceis, enquanto Israel impede a entrada de ajuda humanitária no território devastado.
Morte de adolescente na Cisjordânia
O Exército israelense anunciou que matou um palestino que atirava pedras contra soldados em Husan, na Cisjordânia ocupada, e o prefeito da localidade próxima a Belém informou que o jovem tinha 17 anos.
O prefeito de Husan, Jamal Sabatin, confirmou que soldados atiraram contra pessoas que jogavam pedras e levaram o corpo de um adolescente de 17 anos. Também detiveram outro palestino ferido.
O Ministério da Saúde da Autoridade Palestina anunciou que Israel informou a morte de um adolescente “por tiros israelenses” e o identificou como Yusef Zaoul, de 17 anos.
Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967. A ofensiva israelense se concentra na parte norte do território palestino. Em Jenin e Nablus, Israel iniciou uma grande ofensiva militar em 21 de janeiro.
O Ministério da Saúde palestino anunciou nesta sexta-feira a morte de um homem de 42 anos, Hussein Hardan, atingido por “um disparo israelense” em Jenin. O Exército israelense não respondeu ao pedido de informação da AFP.
Morte de comandante do Hamas no Líbano
Israel matou um comandante do Hamas, Hassan Farhat, em um bombardeio nesta sexta-feira (4) na cidade portuária libanesa de Sidon, uma operação que também matou o filho e a filha do dirigente.
O ataque atingiu o apartamento em que estavam Farhat, de 63 anos, e seus dois filhos, segundo uma fonte palestina que pediu anonimato.
O braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedin Al-Qassam, confirmou em um comunicado divulgado em Gaza as mortes do “comandante e mujahedine Hassan Ahmad Farhat”, de seu filho, Hamza Farhat, também integrante das brigadas, e de sua filha, Jenan, ao mesmo tempo que denunciou um “assassinato covarde”.
O primeiro-ministro libanês, Nawaf Salam, condenou o ataque como “um ataque flagrante à soberania libanesa” e uma violação do cessar-fogo de 27 de novembro com Israel.
Um correspondente da AFP observou o apartamento do quarto andar ainda em chamas após o ataque, que provocou grandes danos ao prédio de apartamentos e aos edifícios vizinhos e provocou pânico no bairro.
A imprensa estatal libanesa informou um ataque às 3h45 (21h45 de Brasília, quinta-feira) em Sidon e afirmou que pelo menos três pessoas morreram no bombardeio.
“Um drone hostil entrou em um apartamento residencial… provocando duas explosões sucessivas que resultaram em um incêndio e danos extensos”, informou a Agência Nacional de Notícias (NNA). A agência também informou que a Força Aérea israelense bombardeou a região de Nabatiye durante a noite.
“Durante a noite, o (Exército e o Serviço de Segurança Interna Shin Bet) conduziram um ataque de precisão na área de Sidon, eliminando o terrorista Hassan Farhat, comandante da área oeste do Hamas no Líbano”, afirma um comunicado militar israelense.
A nota acrescenta que Farhat havia orquestrado vários ataques contra soldados e civis israelenses durante as hostilidades posteriores ao início da guerra em Gaza em outubro de 2023.
As ações comandadas por Farhat incluem disparos de foguetes contra a cidade israelense de Safed em 14 de fevereiro de 2024 que mataram um soldado israelense, segundo o Exército.
*Com Al Jazeera e AFP