Maria Eulália estava satisfeita com os preços. “Não há do que reclamar. Há muitas variedades de peixes e camarões com valores bem acessíveis”, disse ela enquanto comprova um quilo de camarão por R$ 39,00. Parece um fato concreto na comparação com os preços dos peixes nos supermercados e nas casas especializadas. É o que está acontecendo na 245ª Feira do Peixe no Largo Glênio Peres. O evento começou segunda e vai até esta sexta-feira. Nesta quarta-feira (16), as vendas vão até as 22h, amanhã começa às 8h e vai até a meia-noite e na sexta-feira das 8h às 13h.

Peixes de todas as variedades, de mar e rio, camarões, pescados frescos, resfriados e congelados. Há também a oferta de peixes, iscas e bolinhos fritos prontos para o consumo e da tradicional tainha assada na taquara. Estão previstos mais de 500 mil visitantes no local até a Sexta-Feira Santa. Quem fica ali vê a variação de preços – entre R$ 20,00 e R$ 35,00 – o quilo de variados tipos de peixes. No ano passado foram vendidas 490 toneladas de peixes. Para este ano, os comerciantes esperam vender perto de 600 toneladas.

A gritaria é grande no local para atrair os compradores. Ofertas, preços baixando, camarões por pechinchas. O vendedor Pedro Inácio, de umas das 47 bancas que somam mais de 100 famílias, estava perdendo fôlego nesta quarta-feira de tanto gritar e chamar os clientes. “Minha banca já foi renovada duas vezes, e são só 16h. Acho que vou bater meu recorde por aqui e vender mais do que esperava.” Estava feliz da vida, mas não sabia quanto realmente vendeu, afirmou.
Primeira edição foi em 1780
A primeira edição da Feira do Peixe foi realizada em 1780, oito anos após a fundação oficial da cidade, ainda denominada “Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais”. Hoje, mais de 100 famílias de pescadores se envolvem diretamente na sua realização.
Conforme o secretário de Governança Cidadã e Desenvolvimento Rural, Cássio Trogildo, esta edição está sendo chamada de feira da reconstrução, pois acontece após as enchentes de maio do ano passado, quando a vida dos pescadores foi seriamente prejudicada na zona do Arquipélago.
Há garantias de qualidade dos pescados para os consumidores. Técnicos da prefeitura, como veterinários, estão se revezando para investigar a procedência e orientando os comerciantes para cumprir as exigências sanitárias. Há, na cidade, duas feiras do peixe simultâneas a do Largo Glênio Peres: Restinga e Extremo Sul, que atraem outras 200 mil pessoas.
O investimento da prefeitura é de R$ 599 mil, sendo R$ 148 mil demandados pelo Orçamento Participativo. O valor se refere à festa de lançamento, a feira do peixe do Largo Glênio Peres e as feiras da Restinga e Extremo Sul, em Belém Novo.

A Feira do Peixe é organizada em uma parceria entre a prefeitura e a comunidade, representada pelo Orçamento Participativo e a Colônia de Pescadores Z-5. Entre os peixes mais vendidos nesta edição da feira estão a tilápia, merluza, abrótea, corvina, anchova, tainha e espada. Os mais procurados são aqueles que não têm espinha.

