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ÁFRICA DO OESTE

Jovens lideram luta contra neocolonialismo no Sahel: ‘Eu odeio a França, mas falo francês’

Juventude representa cerca de 65% da população do continente africano e protagoniza levantes populares

16.abr.2025 às 19h47
Atualizado em 23.abr.2025 às 15h42
Niamei (Níger)
Pedro Stropasolas
Jovens lideram luta contra neocolonialismo no Sahel: ‘Eu odeio a França, mas falo francês’

USN formou grandes líderes no Níger, influenciando a criação de escolas e da primeira universidade pública do país, em 1971 - Pedro Stropasolas/Brasil de Fato

“Quando falo da França, sinto uma raiva dentro de mim. Eu odeio a França, mas eu falo francês, você entende? Os franceses roubaram e nos massacraram durante 400 anos. Os nossos antepassados foram mortos. Tiraram-nos tudo.”

A fala de Bilal Sali Sussani, estudante do primeiro ano de jornalismo da Universidade Abdou Moumouni (UAM), em Niamei, capital do Níger, sintetiza a onda soberanista instaurada hoje na África do Oeste.  

Hoje, cerca de 65% da população do continente africano tem menos de 30 anos, de acordo com a União Africana. Na região do Sahel, são jovens como Sussani que vêm dando suporte aos levantes que colocaram militares no poder entre 2020 e 2023. 

O apoio tem uma justificativa: os novos governos expressam o sentimento anti-francês que já era forte entre os jovens  mesmo antes dos militares tomarem o poder no Mali, em Burkina Faso e no Níger.

Em meio a essa conjuntura, o Brasil de Fato conversou com jovens sahelianos para entender suas perspectivas sobre a luta contra o imperialismo em curso. A região é palco de intensas disputas geopolíticas, sobretudo pela riqueza em recursos naturais como ouro e urânio.

“Eu diria que este é um momento muito bom para os jovens do Níger. Depois do golpe de Estado, muita coisa aconteceu no Níger. Se não for a partir dos jovens, nada pode ser alcançado no Níger. Porque a maioria da população do Níger é jovem. E graças a nós, hoje somos de fato livres”, reforça Sani.

União dos estudantes nigerinos

Effred AlHassane é Secretário Geral da União dos Estudantes Nigerinos (USN). Desde a criação da organização, em 16 de julho de 1960, a USN foi uma das primeiras estruturas sociais a se opor ao domínio colonial exercido pela França no Níger.

Por força de sua atuação, ao longo da história do país africano vários governos tentaram dissolver a entidade. Membros da USN chegaram a ser assassinados, deportados ou exilados por denunciarem a França e os governos que serviam aos interesses do país europeu, como o de Hamani Diori (1960-1974) e posteriormente de Seyni Kountché (1974 – 1991).

Atualmente, desde o emblemático 26 de julho de 2023, a USN elabora relatórios sobre questões sociais e econômicas e faz recomendações à junta militar comandada por Abdourahamane Tchiani, o Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).

Segundo AlHassane, a juventude e o CNSP partilham de uma mesma “ideologia anti-imperialista e pan-africana”, o que justifica o apoio e a luta conjunta contra o neocolonialismo.

“Atualmente, a nossa sede está bem estruturada graças aos militares. O que quer dizer que a nossa organização é uma apoiadora honesta e constante do CNSP enquanto o CNSP estiver na linha anti-imperialista. Porque o que nos liga ao CNSP, o que liga o povo ao CNSP, é a luta anti-imperialista. Se esta luta anti-imperialista se transformar em outra coisa, a União dos Estudantes Nigerinos também se reservará o direito de se manifestar contra qualquer iniciativa que vise desvirtuar o sentido da luta pan-africana pela libertação do nosso povo”, analisa Al Hassane. 

Hoje a USN abrange nove universidades do Níger, além de institutos, escolas profissionais, liceus técnicos, tecnológicos, de ensino geral e também estudantes nigerinos na diáspora. Ao todo, ela está presente em 56 dos 103 departamentos do país.

“Estou estudando comunicação para mostrar às pessoas, para mostrar ao Níger, o que está realmente acontecendo”, afirma Bilal Sali Sussani.

Presente e passado em Burkina Faso

Inem Richardson, presidenta do Centro Thomas Sankara para a Libertação e a Unidade da África, em Burkina Faso, observa uma evolução na perspetiva pan-africanista na região a partir da criação da Aliança dos Estados do Sahel (AES).

“Costumávamos falar do Mali, do Burkina Faso e do Níger como três nações separadas. Mas agora, quando se fala com as pessoas, elas são muito claras quanto ao fato de serem uma só. Na verdade, quando se pergunta a algumas pessoas se elas são de Burkina Faso, algumas dizem que não, que são da AES. Assim, podemos ver que até as concepções de nação e de Estado estão mudando”, aponta Richardson. 

Richardson destaca a importância de unificar as forças revolucionárias do passado e do presente. A referência ao célebre líder revolucionário Thomas Sankara nos três países, segundo ela, é um símbolo do caminho de unidade e soberania regional.

Nesse sentido, a jovem destaca a atuação das atuais vigílias cidadãs, espécies de comitês populares que atuam como “olhos e ouvidos da revolução”, e que são inspiradas no legado deixado por Sankara.

“Eles estão lá, todas as noites, entre as 21h e as 4 ou 5 da manhã, para proteger a liderança do governo, para proteger o Presidente Ibrahim Traoré e todos seus funcionários. De fato, é uma inspiração que tiramos da revolução de Thomas Sankara, de 1983 a 1987”, coloca Richardson. 

Mali: a continuidade de uma luta histórica

No Mali, a adesão popular aos golpes de Estado nos três países que formam a Aliança dos Estados do Sahel foi impulsionada pelo trabalho de jovens militantes e organizações progressistas que “conscientizaram a população sobre os malefícios do imperialismo francês”.

Ibrahima Kebe é uma das lideranças da Associação Política Faso Kanu, um movimento socialista do Mali que ele descreve como uma continuação das lutas históricas pela independência e contra o domínio colonial francês em seu país.

O maliano Ibrahima Kebe acredita que a união entre os países do Sahel se dá pela origem comum entre essas populações, que ele define como “um só povo”. Pedro Stropasolas/Brasil de Fato

“Há muito tempo que os militantes das organizações progressistas trabalham para emancipar os povos, para os fazer compreender que a política da França na África, que a política imperialista e que o capitalismo já cometeram muitos danos, já gozaram o suficiente com o futuro dos nossos cidadãos”, coloca Kebe. 

“Esta política de consciencialização e de rearmamento político, cultural e ideológico dos nossos cidadãos contribuiu de forma decisiva para condenar a França e orquestrar esse vasto movimento popular de apoio a estas diferentes derrubadas do poder”, completa o jovem maliano. 

Repressão à juventude no Benin

Já Nidol Ishola Salami, membro da União da Juventude Comunista do Benim (IJCB), expressa uma grande preocupação com a situação atual de seu país. Ele coloca no governo do presidente Patrice Talon a responsabilidade pelo desemprego e a desesperança entre os jovens beninenses. 

Segundo Salami, desde 2016, Talon, que é um aliado do governo francês de Emmanuel Macron na África do Oeste, vem implementando atos ditatoriais, destruindo direitos como o de greve e a liberdade de expressão e levando jovens presos “sob acusações infundadas”. 

Ele cita como exemplo a detenção de dois membros do Conselho da Juventude Patriótica (CoJeP), em janeiro deste ano, caso que o Brasil de Fato noticiou com exclusividade. Os jovens faziam na ocasião um ato pacífico no centro de Cotonou contra a presença militar francesa no país. 

“Hoje, não podemos mais falar. Até a imprensa tem medo de entrevistar as pessoas quando é preciso, se dizem que não concordam com o governo. E muitas pessoas são enviadas para a prisão. Criam denúncias que não têm fundamento  e paramos na prisão. Então a situação atual no Benin nos faz voltar a anos atrás. E eu acho que com a juventude, a juventude de hoje está mais desperta. Porque a consciência anti-imperialista hoje, seja no Benin ou na África como um todo, essa consciência é elevada. As pessoas agora sabem que o problema do Benin não é só o governo que temos, mas sim o imperialismo”, sintetiza Salami.

Editado por: Thalita Pires
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